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terça-feira

22

setembro 2009

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Lily Allen, troca de arquivos, olho grande e onde você entra nisso tudo

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“Desconstrução”: meu primeiro milhão?

A notícia se espalhou rapidamente: a cantora Lily Allen criou um blogue e convidou os artistas contrários ao compartilhamento de arquivos para se manifestarem no novo espaço.

A atitude causa espanto, pelo simples motivo de que Lily Allen deve sua carreira justamente a internet. Um dos primeiro casos de sucesso do MySpace, foi o burburinho na rede que fortaleceu seu nome.

A decisão de criar o blogue veio em resposta ao movimento Featured Artists Coalition, que inclui nomes como Radiohead, Pink Floyd, Blur e Robbie Williams, criado para tentar brecar a ameaça de censura na rede que ameaça o Reino Unido.

A FAC no entanto defende as trocas não comerciais de arquivos. Os que fazem uso comercial dos arquivos trocados, cobrando pelos downloas ou por streamings, por exemplo, devem ser mesmo alvo das leis já existentes.

A exemplo da França, o projeto de lei britânico utiliza a música como desculpa, mas vai bem além, pois propõe vasculhar todas as trocas de arquivos feitas na rede, as legais e as ilegais, a de quem troca músicas e a de quem nunca fez e nem pretende fazer isso na vida. Todos serão vigiados.

É uma questão de privacidade do interesse de todos. Aqui no Brasil, a ameaça é a medonha Lei Azeredo, nos mesmos moldes da França e Inglaterra.

Ao indicar que é favorável a proibição das trocas de arquivo Lily Allen pisa num terreno perigoso. E sua atitude pode (e provavelmente será) usada como bandeira de políticos com interesses duvidosos.

A cantora argumenta que é muito fácil para artista estabelecidos como os do FAC defenderam o livre compatilhamento de arquivos após terem construído suas carreiras (e fortunas) no modelo antigo, vendendo discos. Seria injusto com os novos artistas defender o “liberou geral”, privando-o dessa fonte de renda.

Como argumento, Lily diz que apesar de alguns artistas lucrarem com shows, as pessoas envolvidas no processo de gravação não seriam remuneradas.

Estou pra ver técnicos de som, designers, divulgadores e etc. que recebam participação nas vendas de discos, em todo caso, seria um problema de fácil solução, bastando que os artistas pagassem pelas gravações independente de serem comercializadas ou não (como aliás já devem fazer).

O que parece mesmo é que Lily Allen (e outros artistas) está de olho mesmo é numa fatia de um bolo que não existe mais. Num pensamento torto, a menina deseja os lucros provenientes de um outro formato de negócio, que caminha para extinção.

Quando dirigi o documentário “Desconstrução”, sobre as gravações do mais recente disco do Chico Buarque, “Carioca”, pensei sobre a mesma coisa, embora de brincadeira.

O DVD com o filme vinha encartado com a edição especial do CD e considerando que as vendas do disco foram boas, se fossem outros tempos talvez tivesse vendido aos milhões. Teria ficado milionário com a participação nas vendas.

A pegadinha é o seguinte: se fossem os tempos pré-digitais, dificilmente teria tido a chance de sequer ter feito o filme, principalmente pelos custos de produção e falta de acesso aos equipamentos necessários. Muito menos ter lucrado alguma coisa direta ou indiretamente com ele.

Não dá pra entrar nessa viagem. São dois tempos distintos, quase sem cruzamentos. O negócio é parecido, mas mudou bastante.

Portanto, em vez de reclamar que seus discos não vendem, Lily Allen deveria simplesmente aproveitar uma carreira que, se fossem outros tempos, talvez ela sequer tivesse.

terça-feira

7

julho 2009

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Motim

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ahã.

Semana passada, para surpresa de alguns, o Pirate Bay foi vendido para uma empresa sueca por 7,7 milhões de dólares, uma bela soma para um saite dito altruísta.

O choque se dá pelo fato do saite, sinônimo de troca de arquivos utilizando o protocolo bit torrent, pregar, muitas vezes de maneira infantil, contra quem lucra com a venda de conteúdo de entretenimento.

A discussão sobre verdadeiras motivações do Pirate Bay já vinha esquentando. Se até um partido político foi fundado para defender a filosofia da livre troca de arquivos foi feito, o fato do saite lucrar com a venda de anúncios já gerava desconfiança, por ser no mínimo incoerente com seu discurso.

Questões parecidas atormentam o YouTube. Criado para hospedar conteúdo gerado pelo usuário, o que realmente gera acesso são vídeos ripados de programas de TV, clipes, músicas e filmes protegidos por direito autoral e disponibilizados no saite sem compensação financeira para os autores.

Não apenas as sociedades arrecadadoras de direitos autorias não concordam com os valores de pagamento propostos pelo YouTube, como também não está claramente definido os direitos e compensações sobre o uso de conteúdo inédito gerado pelos usuários.

A polêmica sobre quem paga essa conta é uma das principais discussões do setor. Fala-se muito sobre como a troca de arquivos é uma excelente forma de divulgação, de maneiras com as quais saites podem monetizar a rede que criaram e até como compensar os usuários que fazem os arquivos girarem.

Fala-se pouco sobre quem vai pagar a conta da produção dos conteúdos disponibilizados. Fala-se menos ainda sobre uma questão mais espinhosa: e quem não quiser fazer parte disso, por não enxergar essas trocas gratuitas como algo vantajoso?

Ao menos em teoria, deveria caber aos criadores de cada obra a decisão sobre a maneira como a quer ver circulando. Embora existam muitos artistas (músicos e cineastas) que espontânemente disponibilizam suas obras gratuitamente, porém, tudo indica, o que circula forte nas redes são conteúdos protegidos.

Agora que os novos donos do Pirabe Bay começam a apresentar o plano de negócios, totalmente baseado na comunidade construída no saite, fica a sensação de que os usuários eram na realidade ativos de uma empresa.

Mais do que isso, mesmo para quem não é contra a troca dos arquivos, fica agora um gosto amargo. Falo de cadeira, pois tenho vários filmes que produzi e dirigi espalhados por bit torrents, sem ver maiores problemas nisso.

Entretanto, uma coisa é ver o seu trabalho distribuído livremente, chegando a milhares de pessoas gratuitamente. Outra, totalmetne diferente, é ver gente lucrando bastante com isso.

terça-feira

9

junho 2009

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terça-feira

28

abril 2009

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Pirataria

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O Pirate Bay foi condenado das acusações de pirataria e agora recorrerá da sentença. Após o veredito, o Spectrial, blogue hospedado dentro do PB e que cobriu o julgamento, sediou uma coletiva on line com um dos fundadores do saite.

A postura galhofeira e de adolescente rebelde, dos integrantes do PB não deve estar ajudando muito. Embora legítima, é preocupante que a tática tem sido alegar que não são responsáveis pelos arquivos trocados na rede ou que saites como o Google também oferecem links para conteúdo protegido.

Preferiria ver o ponto de que troca de arquivos para uso não comercial não deveria ser considerada ilegal e pronto. Porém, é compreensível que dado o alarme da situação, esse seja o primeiro passo.

O caso é complicadíssimo e está longe do fim. O futuro da era digital aguarda o resultado.

terça-feira

10

março 2009

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Spectrial

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Uma das principais coberturas do Spectrial tem sido feita utilizando o Bambuser como canal. Trata-se simplesmente de um saite que transmite vídeos filmados em celulares ao vivo.

Lembro no início dos anos 2000 quando parecia uma visão muito futurista pensar que alguém fosse poder enviar uma foto, de imediato, em vez de explicar se a praia estava cheia ou como estava o mar.

Se você não sabe o que é o Spectrial, deveria saber, pelo simples fato de você estar lendo essas linhas numa tela.

Spectrial é o nome dado ao saite de cobertura do julgamento do caso contra o Pirate Bay, na Suécia, criado por eles próprios. Um marco da era digital.

O mundo todo está acompanhando. De revistas especiliazadas como a Wired ao brasileiro Rraurl (que tem feito um bom resumo), passando pela grande mídia.

Terminada as apresentações, o resultado é esperado para até o dia 17 de abril. O veredito definirá o futuro online.

Explicando (e resumindo BASTANTE) o embate jurídico entre o Pirate Bay e os grandes detentores de direito autoral:

– O Pirate Bay é o mais conhecido indexador de bit torrents da rede.

– O protocolo Bit Torrent é um formato de troca de arquivos digitais em que não há um servidor central. Os arquivos ficam hospedados nas máquinas de cada usuário. Além disso, sao fragmentados, de modo que ninguém baixa um arquivo inteiro de outra pessoa, mas sim pedaços separados de diversos lugares, qeu são automaticamente montados na máquinas de quem baixa.

– Os advogados representando as grandes gravadoras e estúdios querem o saite fora do ar por quebra de direito autoral.

– Como nenhum arquivo fica armazenado nos seus servidores centrais, o Pirate Bay alega que não é responsável pelo o que seus usuários enviam ou recebem. E portanto não deve ser fechado. Além do que, na Suécia, a troca de arquivos não é ilegal.

– O resultado do julgamento é importante, pois definirá o nível de liberdade que se pode ter online. Se o Pirate Bay for condenado, descerá uma pesada cortina descerá sobre a rede.

– Se for inocentado (e tudo aponta para isso), criará uma jurisprudência que determina que, se os tráfego dos arquivos continua sendo ilegal, ao menos os caminhos por onde esses dados circulam estão livres para simplesmente existir.

É importante lembrar que nem tudo o que circula por essas redes é ilegal ou protegido por direito autoral. Muita coisa é disponibilizada por seus próprios criadores. Ainda que possa ser a menor parte do tráfego, não parece justo fechar a porta devido ao uso indevido de outros.

Some-se a isso o fato de que o caminho é sem volta. O Pirate Bay não está sozinho, existem inúmeras redes similares, e outras tantas surgirão. É um processo irrefreável, cabe ao mercado se adaptar aos novos tempos.