Jamaica nice
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
The Skatalites, “Guns of Navarone”
vídeo e fotos: URBe
O Circo Voador estava cheio, com cerca de 700 pessoas, supreendendo até os produtores do show e assim que as primeiras notas de “Occupation” soaram,começou uma pulação que duraria quase duas horas proporcionada pelo lendário The Skatalites, precursores e catalisadores do Ska.
Sempre exaltando Coxsone Dodd e o Studio One, casa da banda, os jamaicanos fizeram um show preciso, sem uma nota fora do lugar, perfeito, mesmo com arranjos complicados, viradas e quebras de andamento de entortar as costas.
Isso não quer dizer que soem mecânicos ou burocráticos, pelo contrário, os longos improvisos ressaltam as origens jazzísticas da banda. Fosse o tema do James Bond, o riddim Real Rock ou em “El Pussycat”, algumas das frases de metal mais reconhecíveis da música garantiram a alegria da rapaziada.
Teve um momento estranho, quando levaram um reggae com os temíveis iô iô tão comuns por aqui. Ainda bem, passou rápido. O que fica na lembrança mesmo são transes coletivos como o provocado por “Guns of Navarone”.
Cedric IM Brooks a la mano esquierda
+ fotos no Flickr do URBe
Uma das maiores chateações durante a produção do “Dub Echoes” foi ter ficado um bom tempo sem vontade de ouvir música jamaicana. Por um período, ouvir dub lembrava trabalho em horas não apropriadas e isso não foi legal. Mas passou (ou tá passando).
Finalmente poder ver o lendário relembrou porque os sons da ilha são tão especiais. Mesmo desfalcado dos principais fundadores — que já subiram há algum tempo (Tommy McCook, Rolando Alphonso, Don Drummond e Jackie Mittoo, pra citar alguns) — mas com Cedric IM Brooks (do obrigatório “& The Light of Saba”) na escalação .
Uma noite e tanto. Como se fosse fazer as pazes.