Irritado com uma briga durante a apresentação na Roundhouse, em Londres, parte do iTunes Festival, Dave Grohl descasca o rapaz do palco e o expulsa do show.
O problema é se o cara nem tiver começado o tumulto.
Até você entrar em sintonia com a aparente esquizofrenia que está acontecendo no palco, o show do The Mars Volta é um bocado assustador. Alto, agressivo e confuso.
Não é fácil de digerir a massa sonora, misturando a velocidade do speed metal com divisões de jazz, vocais de Robert Plant com trejeitos de Mick Jagger, ruídos industriais com feedbacks de guitarra, camadas de teclado perfuradas por saxofone, percussão e improvisos quilométricos.
Já haviam dito que Roundhouse, local do show, era uma das melhroes, se não a melhor, casa de Londres. E de fato, é.
Construído dentro de um antigo moinho, o espaço circular (por isso o nome, Roundhouse) oferece uma visão de 180° do palco, possibilitando assistir o show de ângulos normalmente reservados para quem está com uma credencial no peito.
Pena que a programação é muito irregular. Com a demolição do Astoria definida, quem sabe alguns shows não acabam indo parar lá.
The Mars Volta
Passados alguns minutos, um transe coletivo toma conta da platéia. A sonoridade, quase anti-social, não deixa espaço pra respirar. Uma experiência tão intensa que as pessoas quase não se movem.
Liderados pelo guitarrista Omar Alfredo Rodríguez-Lopez e pelo vocalista Cedric Bixler-Zavala, o septeto pode ir do Hurtmold ao Justice, via rock progressivo, em meio acorde.
Quando a apresentação termina, a banda sai do palco sem dizer uma palavra, como no resto do show. Se o recado era de que se tratava de uma das bandas mais originais em atividade, nem precisava falar nada mesmo.
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/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.