Ao contrário das revoluções por democracia no norte da África e nos países arábes que receberam ampla cobertura da imprensa mundial, as manifestações em Madri são tratadas como nota de rodapé nos veículos de comunicação, mesmo com o hashtag #spanishrevolution frequentando os TTs do Twitter sem parar.
Revolução boa é lá longe. Quem tem medo do que? De quem?
A ocupação da praça (sempre a praça) Puerta del Sol, em Madri, iniciou-se dia 15 e não tem hora pra acabar. Ou melhor, tem: domingo tem eleições na Espanha e por lei manifestações são proibidas a partir desse sábado. Vem coisa quente por aí.
Enquanto isso, aqui no Brasil, confunde-se crescimento econômico – acesso ao crédito e posterior escravização pelos bancos – com crescimento social – educação, cultura, que poderiam gerar movimentos como o espanhol.
A estrada é longa, e como é. E esse silêncio todo é inspirador.
O movimento Na Mesma Moeda começou pela internet e incentivamos a continuação do mesmo. A idéia é mostrar a nossa indignação contra os aumentos abusivos do preço dos combustíveis.
Basta marcar um local e divulgar para que as pessoas possam se encontramos em algum lugar e é feito uma carreata até ao posto de gasolina escolhido.
Chegando lá, cada um abastece no máximo 50 centavos, pede a nota fiscal e tudo que você tiver direito. A intenção é tornar o custo desse abastecimento mais alto que o lucro que o posto teria com a venda do combustível. Fazendo com que sintam no bolso o quanto pesa o pagamento de impostos.
Pessoalmente, espero que a gasolina fique cada vez mais caro, para desestimular as pessoas a usarem carros, aumentar a pressão por um transporte público decente e movido a energia limpa. Sonho distante.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.