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segunda-feira

29

agosto 2011

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Tinariwen e Aloe Blacc no Back2Black

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Mais uma edição do Back2Black, mais uma vez na Leopoldina, mais uma vez um bom cenário, mais uma vez boas atrações, mais uma vez a música sofre com a acústica daquele lugar. Poucas novidades em relação ao ano passado, para o bem e para o mal.

A cenografia dos Gêmeos, palestras e atrações alternadas em dois palcos e uma tenda não foram capazes de superar a decepção da maioria pelo cancelamento do Prince. Uma pena, pois havia muitos outros artistas interessantes para se ouvir.

Na primeira noite os beduínos do Tinariwen hipnotizaram com seus sons do deserto aqueles que chegaram cedo, misturando instrumentos ocidentais com a percussão e roupas típicas de Mali e induzindo ao transe. Sorte de quem viu, porque o show da Macy Gray na sequência foi constrangedor, chegando ao cúmulo de passar para sua vocalista de apoio, com um vozeirão, a tarefa de cantar seu hit.

Na terceira noite (não fui na segunda e perdi a Chaka Khan que falaram que foi massa), todas as fichas estavam em Aloe Blacc. Um dos novos nomes do soul, catapultado pelo sucesso de “I Need a Dollar” e com boas músicas como “Green Lights” no repertório, Aloe Blacc fez… tudo errado.

Mostrando uma inesperada faceta presepeira, o cantor torrou a paciência desde o início com bordões como “bota a mão pra cima”, fazendo coraçãozinhos S2 com as mãos, acompanhado por uma boa banda e duas fracas vocalistas de apoio com figurinos destoando totalmente do resto do grupo.

Nada disso, lógico, foi o pior. Ruim mesmo foi ver arranjos de baile (sem que isso seja elogio) para todas as músicas, desprezando o que elas tem de melhor em nome de um suposto “frescor” em relação ao disco. E tome batidas de reggae cachoeira, com direito a “No Woman, No Cry” e um rap constrangedor de uma das vocalistas. Tá ruim? Piora. Rolou sambadinha.

Com a escalação que costuma ter e conseguindo atrair público (mesmo que não tenha lotado, até porque é “longe”) o festival continua prometendo, ainda sem cumprir totalmente a proposta. Embora tenha acertos, o formato ainda não encaixou. Ano que vem deve ter mais.