kraftwerk Archive

quarta-feira

10

agosto 2016

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Alencastro, “No Mo’ Bitches”

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Alencastro No Mo Bitches URBe

“No Mo’ Bitches” é o primeiro clipe do trio paulistano Alencastro. O single, que encabeça o álbum de estreia do grupo, tem a direção de Fernanda Ligabue e direção de arte de Tarcísio Brandão.

Formado em 2015, o Alencastro é composto por Rodrigo Massot (vocal), Eduardo Albuquerque (guitarra) e Júlio Bozzi (teclados e programações). A banda mistura suas diversas influências, desde Mariah Carey, Frank Zappa e Kraftwerk, para criar o que chamam de “tropical relax”.

“Alencastro”, disco homônimo do grupo, também já está disponível no Spotify.

sexta-feira

26

fevereiro 2016

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quinta-feira

3

junho 2010

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quinta-feira

24

dezembro 2009

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Melhores shows de 2009

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Esse deve ter sido o ano em que menos fui a shows em muito, muito tempo. Culpa do cronograma de gravações mais cruel que já enfrentei (sempre noturnas, sempre em dias de bons shows). Ainda assim, teve MUITA coisa boa. Segue a lista, em nenhuma ordem específica.

Paul McCartney (Coachella, EUA)

“John Lennon também foi homenageado com “Here Today”. Obviamente, as músicas dos Beatles (”The Long and Winding Road”, “Blackbird”, “Eleanor Rigby”) causavam comoção. George Harrison também foi lembrado quando Paul tocou “Something” em um ukulele presenteado pelo próprio, seguida por “I’ve got a feeling”.”


Phoenix (Central Park, EUA)

“Lá pela metade da apresentação dos franceses no Rumsey Playfield, parte do Central Park Summerstage, pintou uma questão: como resenhar algo tão perfeito? Diante de tanto acerto, resta muito pouco além de elogios.”

Curumin (Cinemateque, Rio)

“Veio 2008 e Curumin lançou um dos melhores discos do ano. Ao filtrar melhor suas influências, “Japan pop show” acerta onde errou na estréia. O que antes era uma coleção de referências bem marcadas — seja samba-rock, afrobeat, dub — misturou-se com classe, começando a formar uma sonoridade própria, resultado da colisão disso tudo.”

TV On The Radio (Coachella, EUA)

“Cada vez que Kyp Malone dedilhava o baixo os sub-graves pareciam estar saindo de algum equipamento digital de tão fortes. Era cada catranco no peito que não era brincadeira. A densa massa servia de base para camadas e mais camadas de guitarra, num som que tinha que ser decifrado antes de fazer sentido.”

Lucas Santtana & Seleção Natural (Vale Open Air, Rio)

“Transpor essas músicas para o palco é complicado. Ainda mais porque algumas delas são bastante delicadas e bem resolvidas. Nesse sentido, Lucas Vasconcellos conseguiu uma façanha ao adicionar uma cama de teclados na balada “Nightime In The Backyard”, umas das melhores do disco, fazendo a canção crescer no palco.”

Radiohead (Apoteose, Rio)

“’Bom pra caralho’, como disse a banda em bom português ao final do show. Foi mesmo.”

Kraftwerk (Apoteose, Rio)

“Seja como for, toda vez que se assiste ao Kraftwerk o embasbacamento é o mesmo. É como se eles tivessem apertado e girado todos os botões de sintetizadores possíveis e imagináveis antes de todo o mundo.”

Franz Ferdinand (The Week, SP)

“Uma das poucas bandas de sua geração que não apenas conseguiram se estabelecer, mas também crescer, o Franz Ferdinand tem como trunfo um excelentes shows. Mostraram isso em suas visitas anteriores ao Brasil e dessa vez não foi diferente.”

Siba e a Fuloresta (Teatro Rival, Rio)

“O trabalho de Siba só surpreende dessa maneira aqueles que pouco conhecem o resto da história musical da região. Pasmos com a “modernidade”, a “contemporaneidade” do que lá se produz. É um tapa na cara, um belo “acorda aê”.”

Late Of The Pier (Coachella, EUA)

“Como se estivessem tocando num pub em Londres, fizeram o mesmo show de sempre, com as danças e roupas esquisitas, a gritaria, a quebra de andamento, as camadas de sintetizador e a programações esquisítissimas.”

M.I.A. (Coachella, EUA)

“O trabalho de pesquisa da estética dos países em desenvolvimento de M.I.A., tanto a visual quanto a musical, cresceu bastante em “Kala”. Provavelmente ciente de que sem o visual seu show não passava totalmente sua mensagem, M.I.A. se transformou numa Madonna do terceiro mundo.”

Dirty projectors (Teatro Odisséia, Rio)

“Quem lá esteve, no entanto, se encantou com a banda. Até os integrantes, conhecidos por sua postura fechada tanto no palco quanto fora dele, estavam soltinhos, fazendo piadas e rindo sem parar. É raro ter a chance de ver uma banda tão pouco preocupada com fórmulas pop tocando por aqui, ainda mais num lugar pequeno. Quando pinta, tem que aproveitar, inclusive para possibilitar novos eventos.”


Friendly Fires (Circo Voador, Rio)

“Se baixas expectativas são o combustível para uma grande surpresa, os ingleses fizeram sua parte. Confirmando a fama de bons de palco, os ingleses sacudiram a tenda sem parar com ótima presença de palco, principalmente do vocalista Ed MacFarlane, requebrando sem parar.”

Lykke Li (Coachella, EUA)

“a loirinha sentou a puia na galera que tostava sob o sol. Toda de preto e pulando sem parar, Lykke Li mostrou um show ainda melhor do que o usual, utilizando suas mil traquitanas e sem se preocupar em posar de gatinha.”

Little Joy (Circo Voador, Rio)

“Feliz, depois de tanto tempo sem tocar no Brasil, Amarante estava visivelmente contente e não cansava de agradecer, cumprimentar rostos conhecidos na platéia e dizer como era bom estar de volta em casa. No entanto, era Fabrizio Moretti, aparentemente doidaralhaço, quem ganhava os holofotes.”

Faith No More (Metropolitan, Rio)

“Quando um show dessas bandas parecem perder o sentido e essas reuniões ressoam como meros caça-níqueis, surge um outro fator. Servem também pra lembrar que um dia também fomos novos. E tome air-guitar (para os que já tinham parado, né), sacudida de cabeça e soco no ar.”

Skatalites (Circo Voador, Rio)

“Sempre exaltando Coxsone Dodd e o Studio One, casa da banda, os jamaicanos fizeram um show preciso, sem uma nota fora do lugar, perfeito, mesmo com arranjos complicados, viradas e quebras de andamento de entortar as costas.”

Nação Zumbi (Circo Voador, Rio)



“De uma tenda na Lapa, o Circo passou a melhor casa do Rio, com direito a uma longa crise, quando a casa foi fechada. De uma novidade em “Da Lama Ao Caos”, a Nação tem hoje o show mais poderoso do Brasil, sem esquecer do baque que foi a perda de Chico Science.”

Mexican Institute of Sound (Coachella, EUA)

“Os mexicanos presentes lotaram o segundo palco ao ar livre pra balançar ao som de cumbia digital, tirações de onda com “Macarena” e hip hop temperado com tequila.”

segunda-feira

27

julho 2009

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Hip hop, auto-tune e futurismo Y2K

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hiphopautotune

Existe um elemento comum entre todos os hits recentes do hip pop de T-Pain, Kanye West, Akon, Lil Wayne, Snoop Dogg ou Black Eyed Peas: o auto-tune, ferramenta digital para fazer pequenos ajustes e afinar vocais após gravados, auxiliando cantores a cravar todas as notas desejadas (plastificando o processo, segundo alguns).

Jay Z, “Death of Autotune”

A sonoridade robótica produzida pelo uso “indevido” do auto-tune como um efeito de distorção tomou conta do hip hop. Há tempos não se via um elemento sozinho — seja instrumento, equipamento ou técnica de gravação — se tornar tão central nos estúdios.

T-Pain feat. Jamie Foxx, “Blame It (On The Alcohol)”

O auto-tune está em toda parte. Tem tutoriais no YouTube sobre como usar o efeito, tem app para iPhone, é motivo de piadas e mais piadas e foi matéria na New Yorker e na Time.

T-Pain vs. Vocoder, no Funny or Die

Marqueteiro que só ele, mesmo chegando atrasado na farra do auto-tune, Kanye West tentou puxar para si o título de desbravador da ferramenta, tendo gravado o disco “808 & Heartbreak” inteiramente com o efeito e fazendo bastante propaganda disso.

Kanye West, “Heartless”

Antes disso, Kanye já havia sampleado “Harder, Better, Faster, Stronger”, do Daft Punk, para servir de base para “Stronger”, reverenciando os franceses que vem usando tanto o vocoder quanto o auto-tune há muito tempo, de “Around The World” à “One More Time” à “Technologic”.

Antes disso, em 1998, dois anos depois da invenção do auto-tune, Cher fez muita gente querer rasgar os ouvidos com a sua “Believe”. Em 2005, Akon causou reação semelhante com “Mr. Lonely”. Expoente máximo do plugin, T-Pain diz que faz uso do autotune desde 2003.

Dentro do hip hop “tradicional” o uso de vozes robóticas não é inédita. Sem ir muito longe, basta ouvir os Beastie Boys em “Intergalactic”. A diferença é que o efeito utilizado, e já bem conhecido, é criado através do vocoder, um sintetizador que filtra a voz e altera as notas quando tocado enquanto se canta.

Como se vê, pode ser a moda da vez, mas está longe de ser novidade.

Afrika Bambaataa, “Planet Rock”

Até pouco mais de duas décadas atrás, “ano 2000” era sinônimo de um tempo ainda distante, avançado tecnologicamente, onde robôs seriam parte integrante do cenário. A temática inspirou cineastas, escritores e, claro, músicos, todos buscando adiantar como seria esse futuro.

Em 1982, tentando imaginar como soaria algo feito duas décadas adiante, com a seminal “Planet Rock” Afrika Bambaataa desenhou o futuro da música, juntamente com o retro-futurismo do Kraftwerk e músicas como “Trans Europe Express”.

Passados tantos anos, esse modelo sobreviveu a vários outros que sumiram no tempo, justamente por ter vingado – as batidas, o uso do vocoder, os graves… estão todos aí.

Ciara feat. Chamillionaire, “Get up”

“Get up”, da Ciara (de 2006, produzida por Jazze Pha), junta várias referências de artistas que tentaram prever o som do presente em que vivemos, o tal anos 2000 — batidas de Bambaataa, teclados gelados do Kraftwerk, falsetes de Michael Jackson, citações jamaicanas a “Ring the alarm” (Tenor Saw). É um bom exemplo de como, ao tentar adiantar o futuro, esses artistas terminaram por determinar como ele seria.

O efeito robótico é até parecido, mas existe bastante diferença entre o uso do vocoder e o auto-tune. O segundo tem um resultado muito mais alucinado e eletrônico. Usado no talo, provoca uma oscilação brusca entre as notas, tão rápida que seria impossível ser executada por um humano.

O baile funk, sempre sedento por novidades tecnológicas ainda não fez uso do auto-tune (ou pelo menos nenhum hit surgiu ainda – no tecnobrega já tá rolando, lembrou JB nos comentários). João Brasil arranhou o assunto em “Cobrinha Fanfarrona”, mas utilizando o vocoder, não o auto-tune. Não vai demorar muito para a ferramentaganhar mais algum uso não previsto.

Black Eyed Peas, “Boom Boom Pow”

Essa proeminência da ferramenta vem alimentando a velha discussão sobre os caminhos do hip hop após ter se transformado no principal estilo musical em termos comerciais nos EUA.

Enquanto Nas declarou a morte do gênero em “Hip Hop Is Dead”, Ice-T protagonizou uma áspera (e constrangedora) troca de ofensas online com o menino Soulja Boy Tell’em por conta do sucesso de “Crank That”.

É o triunfo da estética seca e mais lenta do crunk e do hip hop produzido no sul dos EUA, onde a influência do Miami Bass continua gigantesca — e de onde vem boa parte dos produtores e rappers de maior sucesso hoje em dia, de Outkast a Lil Wayne.

O sempre esperto Jay-Z, só pra destoar, declarou a morte do auto-tune na música que acabou de lançar para promover o próximo disco (produzido por, veja só, Kanye). Ele não está sozinho na guerra contra o novo hip hop.

As coisas mudaram — sempre mudam — e certamente a eletrônica foi adicionada aos tradicionais quatro elementos (DJ, rap, b-boy e grafite). Se hoje o que se produz pode ser considerado hip hop ou não é uma discussão tão boba quanto interminável.

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