
Durante os anos 90, Kelly Slater indiscutivelmente dominou as competições, vencendo o título mundial seis vezes (1992, 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998) e tornando-se o maior colecionador de canecos do surfe em todos os tempos.
Cansado de ganhar, em 1999 o surfista resolveu dar um tempo. Tinha perdido a graça.
Em 2002, Kelly voltou ao circuito motivado a recuperar sua coroa, mas teve que assistir a nova promessa Andy Irons ser campeão por três anos consecutivos.
Slater chegou a terminar 2003 em segundo lugar na classificação geral, perdendo o título justamente para Irons, na última bateria da última etapa do ano, no Havaí. Desolado, Kelly Slater passou 2004 em branco, tentando se recuperar da derrota.

Em 2005, Slater conseguiu realizar o que muitos consideravam impossível (não se trata de pegar Gisele Bundchen depois de ficar careca) e, aos 33 anos, conquistou o hepta campeonato.
Com uma linguagem enxuta, utilizando apenas entrevistas, imagens das ondas e dos bastidores dos campeonatos, o documentário “Letting go…”, sem maiores firulas, conta a história desse ano espetacular.
A cena de Kelly, eliminado da etapa brasileira, assistindo a derrota de Andy Irons para Nathan Hedge em Florianópolis das arquibancadas e, com isso, comemorando o título por antecipação, é imperdível.
O que ninguém imaginava é que, em 2006, Kelly Slater faria tudo de novo e se sagraria campeão mundial pela oitava vez.
Em vez de tornar o filme datado, esse fato só o tornou ainda mais interessante, provando que Slater consegue superar as mais absurdas expectativas. Mesmo quando todos acreditavam que ele havia chegado ao seu máximo.
A conquista foi comentada discretamente nos jornais brasileiros. Um dos maiores atletas da história, chegará o dia em que Slater terá o tratamento que merece também fora da mídia especializada.
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“Letting go” será exibido no Sportv em dezembro e está a venda nas bancas, encartado na revista Fluir, por R$ 14,90.
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