festival do rio Archive

quarta-feira

11

outubro 2017

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Clara Nunes em “Clara Estrela”

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O documentário “Clara Estrela”, de Susanna Lira e Rodrigo Alzuguir, recém estreado no Festival do Rio, conta a história de Clara Nunes de maneira original. Em vez de alinhar uma série de depoimentos de seus pares e contemporâneos, utiliza apenas a voz da própria artista, seja via trechos de entrevista em áudio e vídeo, seja através da narração da atriz Dira Paes de transcrições de depoimentos que concedeu para mídia impressa. É Clara por Clara.

Essa opção torna dificílima a tarefa de retratar uma cantora já morta; pode-se dizer até que é uma escolha limitadora. Mas não no caso de Clara. Politizada e com muita personalidade como artista, faz todo sentido deixar Clara falar de sobre si própria. E Clara Nunes foi uma artista por definição.

Aprofundar-se no universo de uma cantora assim é revelador nos tempos atuais. Saber que Clara demorou 10 anos até encontrar seu caminho no samba e no mundo afro, das dificuldades em conseguir botar sua mensagem no mundo, faz pensar sobre as atuais facilidades de publicação.

Hoje em dia quando qualquer uma consegue divulgar seu trabalho com poucos cliques, tão poucos tem de fato o que dizer. Talvez até por conta de ser tão simples, mesmo com todos os imensos benefícios que uma mudança tão positiva que isso traz, os artistas se exijam menos. Clara não foi assim.

quarta-feira

5

outubro 2016

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3 Perguntas: Emilio Domingos, diretor do filme “Deixa Na Régua”

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Emilio Domingos Deixa na Régua URBe

A assessoria do cineasta Emilio Domingos nos enviou essa mini-exclusiva sobre o seu trabalho mais recente, o longa-metragem “Deixa na Régua”, que aborda o cotidiano das barbearias da periferia do Rio de Janeiro, estreia domingo, 09 de outubro, no Festival do Rio.

URBe: Qual a relação entre o seu novo filme, ‘Deixa na Régua’, com o anterior ‘A Batalha do Passinho’?

Emilio Domingos: Quando estava filmando A Batalha Do Passinho, percebi que os dançarinos iam toda semana nos barbeiros de suas comunidades. Sexta feira era dia de barbeiro. Os cortes de cabelo eram muito detalhistas e muitas vezes tinham desenhos ou frases escritas na cabeça. Isso me instigou a conhecer os barbeiros e salões. Os salões ficavam lotados com filas de 15 pessoas, aquilo tornava o salão um espaço de conversas longas sobre os mais diversos temas. Tem gente que vai no salão só pra bater papo e nem corta o cabelo. Através da pesquisa conheci os personagens retratados no filme, que são barbeiros de muita popularidade em suas regiões, praticamente pop stars, e que ganham a vida trabalhando praticamente o dia inteiro para atender à crescente clientela.

URBe: Você esteve em bairros bem distintos do Rio para captar as imagens do longa. Como foi a aproximação com os personagens e em quanto tempo realizou a filmagem e produção?

Emilio Domingos: Sim, o filme foi realizado na Vila da Penha, no Morro da Caixa D’água e Piabetá. Alguns personagens eu conheci pelo facebook. Outros conheci na Batalha dos Barbeiros que surgiu após o início da minha pesquisa. Cheguei à gravar a primeira edição em São Gonçalo. Antes mesmo de lançar o Batalha do Passinho, eu já tinha interesse nesse assunto. No Batalha já existem cenas que acontecem no salão de barbeiro. O processo todo levou 4 anos. Com o passar do tempo fui ganhando intimidade e a parceria dos próprios barbeiros na realização das filmagens. A partir desse momento o trabalho fluiu melhor. A filmagem mesmo durou 6 meses durante o ano de 2015.

URBe: ‘Deixa na Régua’ faz parte de uma trilogia sobre o corpo. Explica melhor o que te motivou a realizar esta série de filmes.

Emilio Domingos: Não foi algo planejado. Um filme acabou me levando ao outro. Nessa série de filmes procuro retratar o corpo de uma forma comportamental. Primeiro foi a dança, com a Batalha do Passinho; agora com o ‘Deixa na Régua’ é a estética dos cortes de cabelo’ e o filme que finaliza é sobre o universo feminino. Estou captando para realizá-lo o mais breve possível!

segunda-feira

5

outubro 2009

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Judô documentado

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A porta de entrada do documentário “B1” é a busca do judoca cego Antonio Tenório pelo seu quarto ouro paraolímpico, B1 sendo o nome da categoria na qual o brasileiro se enquadra, de cegueira total.

Fugindo do caminho fácil e apelativo, ao se esquivar de explorar a cegueira como tema principal e focar no aspecto esportivo, o documentário mostra Tenório como um atleta de ponta e não como alguém limitado pela deficiência. Parece pouca coisa, mas não é.

Dirigido pelos estreantes Felipe Braga e Eduardo Hunter Moura e produzido pelo Gustavo Gama Rodrigues (os dois últimos, grandes amigos pessoais), o filme estréia no Festival do Rio. Confira o saite para saber onde e quando assistir.