Guitarrista e fundador da banda brasiliense Móveis Coloniais de Acaju Leo Bursztyn começou a ver sua vida mudar, literalmente, em 2005, quando se mudou para Boston, EUA, para cursar um PhD em Economia. Pouco tempo depois, saiu do móveis, mudou de nome e se transformou em FAROFF.
Misturando Beatles com LCD Soundsystem (“Brits are playing in my house”), B-52’s com Soulwax e Yello (“Funky Shack”) ou Britney Spears com Metallica (“Enter Toxman”), FAROFF rapidamente construiu uma carreira como produtor de mashups.
“O nome é um jogo com farofa (pelo lado da mistura) e far off (algo nada a ver). É bom porque serve tanto no Brasil quanto nos EUA”, explica Leo. A preocupação em ter um nome internacional tem motivo. O FAROFF já se apresentou na edição de Boston de uma das principais festas de mashups do mundo, a Bootie. Nos próximos meses, Leo tocara nas edições de Nova York, São Francisco e Los Angeles, além de datas na Europa e, veja só, no Brasil.
A graça do mashup é misturar, então não tem muita regra. “No começo, eu fazia muitas misturas com coisas do Leste Europeu e música brasileira. Hoje misturo desde rock dos anos 60 até poperôs dos anos 80, com eletrônico atual, música judaica, o que vier à cabeça”, conta Leo.
“O mashup é a cara da nossa época, em se recicla tudo, reinventa, copia-corta-cola, revisita, mistura mídias e gêneros. A gente vê isso na moda, no cinema e na música também”. Leo não se vê sozinho no Brasil e lista alguns de seus pares: “João Brasil, Lúcio K e Sanny Pitbull no Rio; Killer on the Dance Floor em São Paulo, Anaum em Curitiba”.
Pra ele, o mashup veio pra ficar. “Já tem um monte de artistas soltando suas faixas na internet para as pessoas reciclarem, criarem. O jogo mudou, não é mais uma gravadora, a TV e a rádio te impondo o que ouvir. Cada um vai atrás do que quer”.
Ontem no Pista 3, aquela caveira de burro, o FAROFF fez sua primeira apresentação áudio-visual no Rio. As cerca de 40 testemunhas presentes no local se esbaldaram com as frenética colagens do brasiliense, com destaque
Ex-integrante e fundador do Móveis Coloniais de Acaju e cursando doutorado em economia em Harvard, hoje pela manhã Faroff, ou melhor, o Leo, tinha uma reunião num banco. O sujeito é a personificação do mashup. Tudo ao mesmo tempo agora.
A bagunça foi na festa Os Ritmos Digitais, produzida por uma molecada que está mandando bem e quase ninguém está vendo. Os sets do trio são divertidos, com boas mixagens e diversificado sem ser bagunçado. Logicamente, sendo o Rio, o que é bom fica vazio.
A primeira temporada da festa foi encerrada, vamos ver se volta. Se não, anota aí: dia 20 de junho eles tocam na festa de 6 anos do URBe, no Cine Glória. Mais detalhes em breve.
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Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.