ética Archive

terça-feira

25

novembro 2008

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Vai ser bom para você

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A prática é comum e qualquer um envolvido na indústria criativa — sejam cineastas, designers, músicos, jornalistas, artistas plásticos, o que seja — já recebeu (ou vai receber, pode apostar) uma proposta para trabalhar de graça em troca de uma “boa exposição do seu nome/trabalho”.

O argumento normalmente é utilizado para convencer profissionais em início de carreira (mas não apenas a eles, a cara-de-pau está se alastrando) a fazer de graça um trabalho pelo qual deveriam estar sendo pagos.

Geralmente, envolve alguma grande marca e todas as pessoas envolvidas no projeto — inclusive aquela que te convida — estão recebendo, mas mesmo assim esperam que você aceite trabalhar sem cobrar, para “abrir portas”.

É a maior conversa pra boi dormir do mercado de trabalho. Até hoje não conheci ninguém que tenha atravessado as tais portas que supostamente se abririam — mesmo porque, o que de bom pode vir de uma relação profissional que começa dessa maneira?

O que isso costuma trazer como resultado para a carreira de alguém é essa pessoa passar a ser vista como alguém que trabalha de graça. Isso não é bom.

A situação se torna ainda mais absurda quando envolve a internet. Num mundo virtual, onde digitar nomedagrandeempresa.com e o endereço do seu saite levam o mesmo tempo, faz mais sentido você criar seu próprio espaço e firmar seu nome no mercado do esperar que façam isso por você.

Quando há uma marca envolvida, qualquer ação trata-se de publicidade ou estratégia de marketing (mesmo que disfarçada de um blogue bacana, concurso de banda ou qualquer outra coisa). E propaganda é o setor para o qual não se deve fazer nada sem pagamento. Pelo contrário, deve-se sempre ser muito bem pago.

Existem excessões, claro, situações em que vale a pena trabalhar de graça, principalmente para os iniciantes. As vezes também pode envolver uma viagem ou acesso a algo ou alguém que você julgue importante para o seu futuro.

A grande diferença é que, na maior parte dos casos em que esse tipo de coisa vale a pena, é o profissional que identifica essa chance e oferece seu trabalho. Quando é o contrário, pode apostar: é roubada.

Enquanto isso, se quiser uma boa exposição, procure um museu bacana.

Os que quiserem, deixem suas histórias mais cabeludas nos comentários. É no mínimo divertido ouvir os argumentos malucos que disparam por aí.

terça-feira

16

setembro 2008

3

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Transformação

Written by , Posted in Urbanidades

É sem dúvidas uma das grandes polêmicas da atual campanha para presidente dos EUA.

Chamada pela revista The Atlantic para clicar o candidato John McCain para capa, a fotógrafa Jill Greenberg aproveitou a passagem do político por seu estúdio para fazer uma segunda foto, numa luz previamente montada.

O resultado é um McCain sinistríssimo, cercado por uma sombra assustadora, numa imagem fortíssima, cheia de significados nada sutis. Jill divulgou o clique em seu saite pessoal, junto com uma photoshopada ainda mais radical do retrato. Ela ainda declarou que na foto para capa deixou a pele de McCain propositalmente mais feia, além de avermelhar seus olhos.

Logicamente, McCain está indigando, assim como os editores da revista, ameaçando um processo por conta das questões éticas envolvidas. Em sua defesa, Jill Greenberg diz que é assumidamente anti-Bush (do mesmo partido que republicano de McCain) e que é conhecida por alterar suas próprias fotos no photoshop.