Um dos pontos mais comentados do relatório 2013 da empresa de análise de métricas da indústria da música Next Big Sound foi o fato de que mesmo que as mídias sociais tenham dado mais força para artistas menores, quem comanda o tráfego continua sendo os mega artistas – mesmo em plataformas em que se acreditava que sua presença não fosse tão forte.
Confira alguns números abaixo (e leia o relatório completo para saber mais).
Essa semana o disco homônimo, aguardado desde 2007, apareceu a venda numa página no Bandcamp. Só que não era uma estratégia da XL Recordings ou pressa do Jai Paul, as música foram upadas e estavam sendo vendidas sem autorização.
É de se pensar se essa foi a melhor atitude (excluindo, claro, o fato que alguém estava vendendo as faixas ilegalmente).
Ao tirar as músicas, Jai está desperdiçando a repercussão positiva que elas tiveram e não tirando proveito da exposição que teve com o caso. Afinal, o disco sai logo mais e vai estar disponível pra baixar, sem muitas dificuldades. Talvez fosse melhor aproveitar a onda que subiu do nada.
To confirm: demos on bandcamp were not uploaded by me, this is not my debut album. Please don’t buy. Statement to follow later. Thanks, Jai
Conhecido pelas “Take away sessions”, série de curtas com algumas das bandas mais adoradas da atualidade (Phoenix, Yo La Tengo, Animal Collective, Arcade Fire, Bon Iver e diversas outras) que dirigiu para a página francesa La Blogothèque e cuja estética foi copiada mundo afora, o francês Mathieu Saura, mais conhecido como Vincent Moon, afastou-se do rock. Em sua segunda visita à cidade, onde aproveitou para filmar o carnaval, Moon, que já foi personagem de matéria aqui na Transcultura, escolheu curtas mais recentes, desde que virou suas lentes para assuntos de cunho etnográfico, para uma mostra na Maison de France, que acontece na segunda-feira, 18 de fevereiro, a partir das 18h.
— É muito bom estar na cidade durante o carnaval. Estava com medo de estar exausto, vindo direto do Chile, onde finalizei um filme sobre música popular. Mas encontrei o ritmo e consegui fazer ao menos um ótimo filme, acompanhando os bate-bolas da Zona Oeste — conta ele.
O novo filme não fará parte da mostra, intitulada “Projeções comentadas de Vincent Moon”, que traz uma ótima oportunidade de ver no cinema registros pouco usuais assinados por ele.
— Será uma sessão dupla, focada na nova música da Indonésia, Etiópia, Rússia, assim como velhas tradições, xamanismo, transes de todas as partes do planeta. A intenção é construir uma ponte entre os avós e seus netos e como eles podem se comunicar — diz.
Em sua página no Vimeo (vimeo.com/vincentmoon) dá para ver alguns do novos vídeos e perceber a mudança de rumo.
— A mudança foi bastante instintiva. Viajando por lugares desconhecidos para mim, fui ficando mais e mais obcecado com a ideia de ir mais a fundo nessas culturas e até descobrindo aspectos que meus amigos locais ignoravam. Tornou-se uma maneira fabulosa de entender o mundo além do reino da música — conta Moon. — Ao mesmo tempo, é também sobre tentar encontrar de onde vem a música, em sua forma mais antiga. E também sobre como abordar essas culturas hoje em dia, como representá-las visualmente e como isso pode impactar a percepção das gerações mais novas.
Após ter filmado tantos nomes do rock, Moon poderia ter cansado do assunto. Mas ele garante que não.
— Cansado, não. É muito exaustivo, pois faço isso tudo praticamente sem dinheiro, mas vivo uma vida bem confortável. Ainda gosto das bandas, no sentido de que mantenho os ouvidos abertos para o que as novas gerações estão fazendo com suas raízes, como as misturam, levam para outros lugares, que novos híbridos vemos atualmente, quais são as novas tradições.
A música, garante ele, continua sendo o personagem central do seu trabalho.
— A música está em toda parte, mas não quero dizer que ouvimos músicas nas ruas o tempo todo. É apenas questão de mudar de perspectiva e ouvir o próprio mundo, e tudo tem som. Tenho interesse em como o mundo soa, chamem isso de música ou não.
—
Tchequirau
Saiu o documentário sobre o processo que sofrem os três fundadores do The Pirate Bay, maior agregador de torrents do mundo. Chamado “TPB AFK”, a sigla significa “ThePirate Bay Away From the Keyboard” (The Pirate Bay, longe do teclado) e é o mote do filme, que mostra que a vida online é tão real quanto a offline. Dá pra comprar ou baixar o torrent em watch.tpbafk.tv e pra assistir no YouTube.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.