Em mais um episódio inédito do Sala Criolina, parceria entre OEsquema e o Coletivo Criolina, Anelis Assumpção compara vanguarda e retaguarda fala dos primeiros sons escutados ao lado do pai, Itamar Assumpção e indica Miles Davis.
Antes dela, a abertura ficou a cargo da Anelis Assumpção – filha do Itamar, mulher do Curumin e grande amiga da Céu. Compartilhando alguns músicos com a atração principal (Lucas Martins e Bruno Buarque, além de Zé Nigro, Kiko Dinucci e Meu Pregnolato), Anelis acertou mesmo da metade pro fim, principalmente depois que desviou de covers bobas de Bob Marley e foi pelos próprios caminhos, como a versão dubwise de “Not Falling”.
foto: URBe
A receita continua a mesma, pop, reggae, afrobeat, trip hop. Acompanhada por Dustan Gallas, DJ Marco (além de Lucas Martins e Bruno Buarque), Céu dividiu o show em dois atos, com troca de figurino inclusive, misturando músicas dos três discos. Ao longo do show ela toca um teclado, ou tentava tocar no caso, já que o equipamento apresentou bastante defeitos.
http://youtu.be/b_uFsbJbA2k
No primeiro, mais soltinha e iluminada, tocou as músicas de pegada mais ensolarada, com referências de samba, rock steady e jovem guarda. No segundo, com um vestido de noite, brilhoso, enveredou pelas influências mais soturnas, do trip hop e chapações. Em ambas as metades, Céu está segura no palco. Dança, faz charme, se ajoelha no chão, coisas que ante a timidez não permitiria. E não tem nada melhor para um artista do que se permitir (diz aí, Lulu, hahaha!).
Só versão matadora de “É preciso dar um jeito, meu amigo”, do Erasmo Carlos, já valeria o show. Faz falta ela citar os autores das versões que toca ou os parceiros de suas canções. É meio chato pontuar a apresentacão com créditos, mas deve haver um jeito.
Com a casa cheia, 1.400 pessoas cantando todas as letras, numa reação hermânica, e clamando por um bis e um tris, Céu finalmente chegou ao Rio. Ou então eu que só estou vendo agora. Pouco importa, logo mais ela volta – e quem não foi, não perde.
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.