sexta-feira

16

julho 2004

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O Globo, 16/07/04

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Matéria sobre o disco “Two Culture Clash” que escrevi para o Rio Fanzine (O Globo).

Rota de colisão

Imagine convidar alguns dos maiores nomes da música eletrônica mundial para passar alguns dias numa luxuosa mistura de estúdio e hotel na Jamaica, produzindo uma faixa com uma estrela local. Parece impossível? Pois foi exatamente assim que foi feito “Two Culture Clash” (Wall of Sound).
Entre os convidados para esses finais de semana musicais estavam Roni Size, Jon Carter, Soulchild, Cassius, Kid 606 e Jacques Lu Cont, todos muito bem recepcionados por Horace Andy, Big Youth, Barrington Levy, Patra, Ward 21, Tanya Stevens e outros.

No cardápio, uma combinação de estilos com uma receita bem simples: os produtores fazem a cama e os cantores deitam a falação. A escolha dos artistas jamaicanos ficou a cargo de Jon Baker, dono do estúdio Gee Jam, onde o disco foi gravado, enquanto Mark Jones ficou responsável pela seleção dos djs e produtores por Mark Jones. O resultado final desses encontros tanto pode ser considerado um dancehall mais pop do que o feito Jamaica, quanto uma dance music mais crua do que a feita na Europa. Tanto faz, o objetivo era esse mesmo, fundir as duas coisas e ressaltar a proximidade entre a música eletrônica e a musica jamaicana.

— A idéia era juntar duas culturas e músicas que, desde sempre, tem influenciado uma a outra. Desde os tempos do dub experimental e dos mestres do reggae às produções milionárias dos dias de hoje, dos sound systems à cultura do dj, música eletrônica e os sons da Jamaica sempre estiveram ligados. Esse era um disco que tinha que ser feito, pelo bem da história da música – explica Mark.

O queridinho da Madonna, Jacques Lu Cont é o único a assinar duas músicas, uma acompanhado apenas pelo General Degree (“… And dance”) e outra com Ce’Cile e o mesmo General Degree (“Na Na Na Na”). Mesmo assim, não é dele a melhor faixa do disco. Essa ficou por conta da parceria entre o cantor Barrington Levy e Soulchild, em “Backstabbing’”, um dancehall cheio de groove e com um refrão que não sai da cabeça. As quebradeiras “Knock Knock”, da dupla Spragga Benz/Roni Size, e “Enuff 4 you”, de Tanya Stevens/Prassay, também não ficam atrás e o encontro de Patra e Jon Carter também é bom. Decepção mesmo, só o resultado da parceria entre Horace Andy e Howie B, “Fly High”, que, apesar do nome, não alça vôo. Encerrando o disco, pra relaxar, um reggae solitário, “Save me”, produzido por Justin Robertson com vocais de Nadine Sutherland e Ernest Ranglin.

Com a arte do encarte feita pelo grafiteiro mais subversivo da Inglaterra, Bansky, o disquinho só sai em agosto. Enquanto isso, o site do projeto (www.twocultureclash.com), traz biografia atualizada de todos os participantes, além de vídeos e amostras de algumas músicas. Ah, você quer saber se tem previsão de lançamento no Brasil? Sim. Nenhuma.

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