Zumbis
Written by urbe, Posted in Resenhas
foto: Joca Vidal
O Hurtmold está se especializando em fazer shows em situações bizarras no Rio. Depois da apresentação de derreter os ossos na Audio Rebel, ano passado, ontem foi a vez da Estação Leopoldina.
Uma combinação de fatores fez com que o lugar não estivesse cheio. Além do fato da banda ter tocado por aqui há menos de um mês (no Centro Cultural Telemar, dentro do projeto Multiplicidade), a distância do local do show e o dia da semana também não ajudaram. Os que ainda assim resolveram ir, tiveram que aguardar até meia-noite pra finalmente ouvir o Hurtmold.
Confirmando o que é quase uma regra quando se trata do sexteto, valeu a pena esperar. Logo na abertura, uma música nova, um reggae devidamente entortado, mostrou, para os que não conheciam, o que é o tal do pós-rock.
A soma de percussão, linhas de baixo chapantes, a quebradeira da bateria de Maurício Takara, vibrafone, escaleta e bases eletrônicas não falha. Os temas instrumentais espaciais, cheios de detalhes, pontuados por guitarras pesadas fizeram o público viajar sem sair da estação de trem a céu aberto, onde acontecia o show.
O Hurtmold enfileirou músicas dos discos “Cozido” e “Mestro”. Tocaram a própria “Mestro”, “Amarelo é vermelho”, “Telê” (essa do split com a banda The Eternals) e mais duas músicas novas, ainda sem nome, que devem entrar no próximo disco da banda, previsto para março de 2007.
A banda não é de falar muito além do tradicional “nós somos o Hurtmold, de São Paulo”. Envergonhado pelo resultado das eleições em seu Estado, Guilherme Granado (vibrafone, escaleta e bases eletrônicas) resolveu ir além e citar esse fato.
O silêncio que se seguiu deixou uma dúvida. Não deu pra saber se era reflexo de uma alienação da platéia ou o simples resultado da hipnose provocada pelo som.
Acho o som deles foda e finalmente conseguí vê-los ao vivo. E ficou melhor ainda mais instrumental e com o som mais pesado. Eu teria ficado alí mais uma hora fácil.
As baixas da noite foram realmente o horário de início do show, os cariocas continuarem a ir pros shows pra bater papo e outros que sempre estão tentando aparecer, custe o que custar.
Puxa Bruno, vcs da Zona Sul tendem achar que tudo depois da Lapa é longe. Leopoldina é um dos lugares de melhor acesso do Rio (Av. Brasil, Rebouças, Pres. Vargas, Radial Oeste, tudo colado).
Isso, aliás, torna ainda mais grave eu ter perdido o Hurtmold. O ônibus pára na porta do lugar e passa a noite toda, imperdoável…..
Igor, vc tem razao. E sabia que alguem apontaria isso.
A distancia do lugar nao eh uma questao pra mim, tanto eh que eu vou, mas claramente eh pra uma porcao de gente que deixa de ir — por isso o lugar vazio.
Nao estou concordando com essa posicao, acho importante a cidade voltar a se cruzar e nao se fechar cada vez mais em guetos. Soh falei disso como um dos fatores do show estar vazio.
Abs,
Bruno.
Acho que essencial para “a cidade voltar a se cruzar” (como você disse) é haver eventos de qualidade na Zona Norte, Oeste e até Baixada. Isso acaba contribuindo para a rejeição à esses lugares.
No caso de ontem, especificamente, acho que o fato de ser terça-feira contribuiu mais do que a localização. Quem sabe esse tipo de evento acabe incentivando a realização de coisas legais aqui pelos lados da galera que “mora mal”
[ ]’s
o show foi fodaralhasso!
Concordo totalmente, Igor, torço pra que isso aconteça.
Acredito, inclusive, que é devido a essa carência de bons eventos fora da Zona Sul (tirando as Lonas Culturais) que quando um show como o do Hurtmold acontece fora da ZS, o pessoal da área não comparece. Simplesmente não existe esse hábito ainda.
Vc não acha?
Abs,
acho que o fato de ser terça foi decisivo. no sábado a parada tava bombando…
É Bruno, odeio concordar, mas acho que é verdade sim.
Dê o exemplo, faça a festa de 4 anos do Urbe na Via Show!! 😀
Infelizmente não pude ir, mas no próximo vou com certeza!
Poizé, no Catra/Canastra tava cheio. E com um monte de tchutchucas e tchutchucos que não ligaram muito pro local não.
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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