sábado

21

janeiro 2006

2

COMMENTS

Vale a pena esperar

Written by , Posted in Resenhas

Nacao_Circo_2006.jpg
Nação Zumbi no Circo
foto: divulgação

A avalanche de shows no Rio nesse começo de ano continua. No espaço de uma semana tocaram por aqui Nervoso, Hurtmold (2x), Los Hermanos (3x) e Cidadão Instigado (2x). Na última sexta-feira, foi a vez da Nação Zumbi, com abertura do BNegão e os Seletores de Frequência, no Circo Voador.

O show de lançamento do disco “Futura” no Rio demorou, mas chegou. Originalmente programado para acontecer durante a etapa carioca do Claro que é Rock, em novembro de 2005, a apresentação da Nação Zumbi acabou sendo cancelada, para compensar os atrasos causados por problemas de produção naquele dia.

Abrindo a noite, BNegão e os SF provaram que aquele palco realmente potencializa as apresentações do grupo. No Circo os shows deles sempre estão um nível acima do normal. Substituindo Kalunga no baixo, Bruno Pederneiras, à vontade, estava integrado ao resto da banda.

Apesar da presença de palco de BNegão, é difícil entender as letras (pelo volume do vocal ou pela dicção), principalmente para quem nunca ouviu as músicas antes. Recheadas de mensagens bacanas e boas rimas, a compreensão das letras, sem dúvida, seria um fator positivo para conquistar novos fãs.

É o único detalhe que falta para o show ficar redondinho, porque, de resto, é praticamente irretocável. Embora os balanços, os funks e os dubs se destaquem, o pancadão “Dança do patinho” é responsável pelo momento de maior empolgação.

Era 1h30 da manhã e o público já praticamente implorava — através de palmas, assovios e gritos — para Nação Zumbi entrar em cena quando a banda finalmente atendeu aos pedidos. Veio a sequência, violenta, de “Hoje, amanhã e depois”, “Na hora de ir”, “Meu maracatu pesa uma tonelada”, “Memorando”, “Macô”, anunciando que o repertório do show, lógico, priorizaria músicas do “Futura”, com espaço para clássicos de outros discos e da fase Chico Science.

O cenário simples — composto por dois panos de fundo com desenhos inspirados na capa do disco e algumas luzes fluorescentes, colocadas verticalmente no palco entre os músicos — passam uma certa frieza, que vai bem com o conceito de “psicodelia em preto e branco” do novo disco.

Olhando para NZ hoje, a impressão é que, se sofreu com a perda de Chico, com o passar do tempo o quarteto central vai se duplicando no palco. Lucio Maia, além da guitarra, opera um laptop, Du Peixe atocha efeitos vocais no Chaos Pad e Pupilo, além da quebradeira usual, dispara as batidas eletrônicas. Só dengue continua “apenas” tocando baixo. Vamos ver até quando.

Antes de tocar “Propaganda”, Du Peixe lembrou que esse ano tem eleição e pediu consciência na hora de votar e para o público não dar muito atenção para veículos como “Veja, Globo, Folha ou Estadão”, listou. Encerrando a primeira parte do show, “Quando a maré encher” (de Fábio Trummer, do Eddie) contou com a participação de BNegão. No bônus vieram “Futura”, “Manguetown” e o encerramento com “Da lama ao caos”.

Entre as 18 músicas, não estavam “A cidade”, nem “A praieira”. Fica pra próxima. Está comprovado que, pela Nação Zumbi, esperar sempre vale a pena.

Deixe uma resposta

2 Comments

  1. Rolinha
  2. pedro

Deixe uma resposta para pedroCancelar resposta