Vale a pena esperar
Written by urbe, Posted in Resenhas
Nação Zumbi no Circo
foto: divulgação
A avalanche de shows no Rio nesse começo de ano continua. No espaço de uma semana tocaram por aqui Nervoso, Hurtmold (2x), Los Hermanos (3x) e Cidadão Instigado (2x). Na última sexta-feira, foi a vez da Nação Zumbi, com abertura do BNegão e os Seletores de Frequência, no Circo Voador.
O show de lançamento do disco “Futura” no Rio demorou, mas chegou. Originalmente programado para acontecer durante a etapa carioca do Claro que é Rock, em novembro de 2005, a apresentação da Nação Zumbi acabou sendo cancelada, para compensar os atrasos causados por problemas de produção naquele dia.
Abrindo a noite, BNegão e os SF provaram que aquele palco realmente potencializa as apresentações do grupo. No Circo os shows deles sempre estão um nível acima do normal. Substituindo Kalunga no baixo, Bruno Pederneiras, à vontade, estava integrado ao resto da banda.
Apesar da presença de palco de BNegão, é difícil entender as letras (pelo volume do vocal ou pela dicção), principalmente para quem nunca ouviu as músicas antes. Recheadas de mensagens bacanas e boas rimas, a compreensão das letras, sem dúvida, seria um fator positivo para conquistar novos fãs.
É o único detalhe que falta para o show ficar redondinho, porque, de resto, é praticamente irretocável. Embora os balanços, os funks e os dubs se destaquem, o pancadão “Dança do patinho” é responsável pelo momento de maior empolgação.
Era 1h30 da manhã e o público já praticamente implorava — através de palmas, assovios e gritos — para Nação Zumbi entrar em cena quando a banda finalmente atendeu aos pedidos. Veio a sequência, violenta, de “Hoje, amanhã e depois”, “Na hora de ir”, “Meu maracatu pesa uma tonelada”, “Memorando”, “Macô”, anunciando que o repertório do show, lógico, priorizaria músicas do “Futura”, com espaço para clássicos de outros discos e da fase Chico Science.
O cenário simples — composto por dois panos de fundo com desenhos inspirados na capa do disco e algumas luzes fluorescentes, colocadas verticalmente no palco entre os músicos — passam uma certa frieza, que vai bem com o conceito de “psicodelia em preto e branco” do novo disco.
Olhando para NZ hoje, a impressão é que, se sofreu com a perda de Chico, com o passar do tempo o quarteto central vai se duplicando no palco. Lucio Maia, além da guitarra, opera um laptop, Du Peixe atocha efeitos vocais no Chaos Pad e Pupilo, além da quebradeira usual, dispara as batidas eletrônicas. Só dengue continua “apenas” tocando baixo. Vamos ver até quando.
Antes de tocar “Propaganda”, Du Peixe lembrou que esse ano tem eleição e pediu consciência na hora de votar e para o público não dar muito atenção para veículos como “Veja, Globo, Folha ou Estadão”, listou. Encerrando a primeira parte do show, “Quando a maré encher” (de Fábio Trummer, do Eddie) contou com a participação de BNegão. No bônus vieram “Futura”, “Manguetown” e o encerramento com “Da lama ao caos”.
Entre as 18 músicas, não estavam “A cidade”, nem “A praieira”. Fica pra próxima. Está comprovado que, pela Nação Zumbi, esperar sempre vale a pena.
Todo mundo comentou que o show foi foda. Eu fiquei procurando um lugar pra ver e nao consegui. Mas eu tava trabalhando. Eu queria marcar um novo show do Los Sebozos, parece que eles nao querem mais fazer aquele show porque tá todo mundo tocando Jorge Ben agora. Maldito Simoninha!!! Mas acho que eles vao fazer musicas autorais com o projeto. O Nacao zumbi é um dos grupos mais integros do atual cenario brazuca. Recentemente eles declinaram da criacao de um fã clube, porque nao se sentem a vontade sendo “idolatrados”. Acho isso foda!
marca nazao de novo!!!
com abertura do hurtmold.