segunda-feira

17

janeiro 2011

0

COMMENTS

Transcultura #035 (O Globo): Optimo DJs, Everybody Loves Reggae

Written by , Posted in Imprensa, Música

Texto da semana passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

DJs da festa Ritmos Digitais entrevistam a dupla escocesa Optimo, que toca tocou no Rio este sábado
por Bruno Natal

“Amamos seus ouvidos”, esse é o lema dos escoceses do Optimo (Espacio). A dupla é responsável por uma das noitadas mais conhecidas do mundo, baptizada em homenagem a uma música do Liquid Liquid, desde 1997 no Sub Club, em Glasgow. Lá, JD Twitch e JG Wilkes receberam convidados como LCD Soundsystem, The Rapture, Franz Ferdinand e Peaches e o sucesso das festas e dos mixes levou a dupla a viajar com a festa pelo mundo. Nesse sábado, o Ritmos Digitais recebe o Optimo, no Fosfobox. Para explicar melhor o que vai acontecer, pedi para os anfitriões entrevistarem JD Twitch, metade do Optimo.

Yugo: Como DJ as vezes vivo o conflito de ser ecléctico sem perder a unidade do set. Você também? Como lida com isso?

JD: Não muito. Não penso conscientemente em ser ecléctico, mudo o set de direção porque meu pico de atenção é curto e porque gosto de muitos estilos. Só passo por isso quando estou (raramente) tocando apenas techno e fico na dúvida se o público quer ouvir coisas mais variadas. Mas isso acontece cada vez menos e geralmente me sinto a vontade pra tocar o que quiser (com um olho na pista, claro). Equilibrar expectativas enquanto divertimos o público é talvez a melhor maneira de descrever o que fazemos, mais do que “ecléctico”.

Millos: Você planeta o que vai tocar com antecedência? E o que é mais importante, mixar bem ou sua seleção musical?

JD: Posso pensar sobre que músicas quero levar, mas escolho o que tocar dependendo do momento. Tentamos ser bons tecnicamente, mas sem dúvidas a seleção musical é o mais importante.

Salim: Após 13 anos da fester, os vídeos de vocês tocando em Glasgow fazem parecer que o público vibra com qualquer coisa que vocês toquem. Como é tocar longe de casa?

JD: Varia bastante e depende de onde estamos tocando. Geralmente sacamos bem rápido o que o público está curtindo e partimos daí. Se estiver óbvio que vão tacar coisas na gente se tocarmos sete minutos de música clássica, não vamos fazer isso. O clube em Glasgow era nosso playground. Era uma noite de domingo, então as pessoas estavam mais abertas a sons diferentes e sabiam que se tocássemos coisas malucos que eles não gostassem, não seria a noite toda, já que 90% do que tocamos é pra dançar. Também tínhamos a oportunidade de tocar algo que não era obviamente feito para dançar até o público sacar. Isso é algo difícil de se conseguir em uma noite. Mas já tocamos em vários lugares do mundo onde o público tinha a cabeça bem aberta e topam qualquer coisa.

Millos: Vocês já estiveram no Brasil duas vezes. O que acham do país? Aguma história interessante?

JD: Nós amamos o Brasil, a comida, as pessoas, a atitude, o espírito, a alegria de viver, a música e o clima. Nada muito maluco aconteceu com a gente, fora enchentes e ouvir barulhos de tiro em favelas, mas acho que isso é normal. Da última vez que viemos passamos a semana com o MC5 e foi bem bacana.

Yugo: Vocês gostam ou conhecem artistas e produtores brasileiros?

JD: Amo music brasileira, especialmente a Tropicália e psicodelias setentistas. Tenho diversos discos do Tom Zé, Os Mutantes (com quem já colaborei), Gal Costa, Rita Lee, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rogerio Duprat, Milton Nascimento, Novos Baianos, Secos e Molhados, Tim Maia, Ney Matogrosso, etc. Entre os DJs e produtoers, além do Gui Boratto, DJ Marky, DJ Patife e do nosso amigo Augusto, não conhecemos muito, lamento dizer.

Salim: Se você pudesse escolher estar numa festa, em qualquer lugar e qualquer tempo, qual seria?

JD: Amaria ter visto o Larry Levan na Paradise Garage, em Nova York, no final dos anos 70 e 80. Minha irmã teve a sorte de ter ido e diz que é exactamente tão bom quanto todos que foram costumam dizer que era.

Tchequirau

Poucos gêneros musicais são tão influentes quanto o reggae, todo bom músico ama os sons da Jamaica. Dúvida? Dá um pulo no www.everybodylovesreggae.tumblr.com.

Deixe uma resposta

Deixe uma resposta