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novembro 2014

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Transcultura #152: Four Tet & Floating Points // Caribou

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Texto na da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo. O evento já foi, mas o papo com Four Tet e Floating Points continua valendo a leitura. A entrevista contou com a colaboração do Nicholas de Lucena, da Rádio Magma.

Eletrônica e além
Entre os nomes mais respeitados do gênero, os ingleses Four Tet e Floating Points tocam pela primeira vez no Rio.
por Bruno Natal

Num mês tão abarrotado de shows que ganhou o apelido de “Supernovembro”, o Rio recebe dois dos nomes mais respeitados da música eletrônica avançada: os ingleses Four Tet e Floating Points. Ambos se apresentam nesta sexta, às 23h, no Cais da Imperatriz, na Praça Mauá, como parte da festa Gop Tun, do selo paulistano de mesmo nome, que comemora dois anos de existência nessa primeira edição no Rio.

Four Tet

Aos 36, Kieran Hebden é um dos mais respeitados produtores de sua geração. Em seu verbete na Wikipedia, o Four Tet é relacionado a eletrônica, folktronica, IDM, trip-hop, pós-dusbstep, pós-rock e outsider house. A lista de artistas pop que o procuram para ganhar um remix e de quebra um selo de qualidade é extensa e inclui The xx, Radiohead, Aphex Twin, Bonobo, Explosions in the Sky, Matthew Dear e Black Sabbath.

Entre os parceiros, tem colaborações com o baterista de jazz Steve Reid, com Caribou, Thom Yorke e o misterioso Burial (que muitos apontam ser ele próprio, mesmo após William Emmanuel Bevan ter assumido a identidade). Os sets do Four Tet não ficam presos a essas colaborações. Além das músicas próprias dos seus sete discos, Kieran faz improvisos e colagens ao vivo. E, apesar de estar se apresentando no Rio pela primeira vez, ele não é um estranho ao país.

— Estive no Brasil pela primeiras vez em 2002, e esta é minha quinta visita. Quanto aos remixes, ainda não pensei em nenhum brasileiro para chamar, quem sabe no futuro?

Além do trabalho como produtor, Kieran se dedica também ao próprio selo, Text Recordings:

— Será um 2015 intenso para Text. Estamos com alguns grandes lançamentos programados, e normalmente mantenho tudo em sigilo até o vinil estar pronto. Tem dado certo assim. O meu Twitter (@FourTet) é a melhor manieta de saber em primeira mão sobre os lançamentos do selo e meus próprios.

Admirador da música brasileira, Kieran conhece alguns artistas clássicos e também outros muito novos.

— Gosto muito de música brasileira e sempre compro mais discos, de Milton Nascimento a Tim Maia. Entre os artistas de música eletrônica, gosto muito do Babe Terror, de São Paulo. Fiz um remix pra ele, lançado pela Phantasy.

Floating Points

Com formação clássica de piano e jazz, Sam Sheperd, o nome por trás do Floating Points, percorre trilhas alternativas em algum lugar entre o house, glitch-hop, dubstep e o ambiente.

Cofundador, com Alexander Nut, do selo Eglo, (pelo qual foi lançado o elogiado “Yellow memories”, da cantora Fatima), Sheperd também montou uma big band chamada Floating Points Ensemble, com 13 músicos se dividindo em metais, cordas, vibrafone, guitarra, baixo, bateria, e em que ele toca teclado Rhodes. O projeto, no entanto, tem apenas um disco, de 2010. Atualmente, Sam tem se apresentado solo, como DJ.

— Existem planos para mais colaborações com músicos e shows, mas ultimamente concentrado principalmente nas minhas apresentações como DJ. Neste ano supervisionei o disco da Fatima, que contou com muitos músicos tocando instrumentos ao vivo e, de certa maneira, foi uma espécie de continuação do Floating Points Ensemble.

Também fã da música brasileira, ele incluiu Tim Maia e Gal Costa na seleção do seu último podcast para a Rinse FM. Além disso, Sheperd também participou de “Brasil Bam Bam Bam”, disco do radialista inglês Gilles Peterson, gravado no Brasil e coproduzido por Kassin.

— Minha relação começou como fã, o próprio Gilles é uma pessoa que sempre deu muito destaque para a música brasileira, mas aos poucos foi algo que cresceu muito no meu gosto. Minha viagem ao Brasil em 2011 foi algo que só fez aumentar a fascinação por artistas brasileiros.

Como é sua primeira vez no Rio, a expectativa da apresentação é grande.

— Estou muito animado com a viagem e para conhecer a cidade e explorar algumas lojas de discos. Já fui a São Paulo e gostei muito, mas sei que é diferente.

Tchequirau

Parte do excelente disco do Caribou, “Our Love”, praticamente presa a um só loop, denso e lento, coberto por um vocal fantasmagórico, essa “Silver”é pra cozinhar em fogo baixo.

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