segunda-feira

19

março 2012

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Transcultura #073: Lone. // Bicicletas

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Meu texto de sexta passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo. O Lone vinha tocar no Rio, mas acabou cancelando a turnê brasileira toda por motivo de doença. Uma pena. Fica o texto.

As conexões de Lone
Diversas variações da eletrônica se unem no som do emergente DJ britânico

por Bruno Natal

As referências utilizadas para descrever a sonoridade de Lone — um dos expoentes da cena house e garage britânica, integrante do selo R&S (o mesmo de James Blake) — vão de Flying Lotus e Joy Orbison a Boards of Canada, 808 State e J Dilla. Uma percepção comum do resultado dessa mistura é que o som produzido por Matt Cutler — nome de batismo de Lone, consegue fazer a ponte entre dois universos às vezes distantes na música eletrônica: a pista de dança e os fones de ouvido no sofá. Conheça o som do DJ britânico.

— No meu tempo livre prefiro ouvir música mais calmas, pois passo muito tempo em clubes e é o do que menos quero me lembrar quando estou em casa — explica Lone, por e-mail. — Sou influenciado por tudo, para ser sincero, embora hoje em dia esteja sendo mais influenciado pela minha própria música. Cada faixa que produzo desencadeia uma próxima ideia, então tenho me fechado para todas as outras músicas quando estou trabalhando nas minhas próprias coisas.

O traço comum das ecléticas produções de Lone são as percussões e batidas, sobrepondo-se ao uso de sintetizadores (e, mesmo eles, são picotados e surgem percussivos), podendo ir do chillwave de “Birds don’t fly this high” ao house de “Dolphin”, utilizando o lo-fi, com seus ruídos, ambientes e filtros como elemento de criação.

— Nunca ouvi chillwave. Quanto ao lo-fi, desde que as ideias por trás da música sejam boas, não importa se a gravação é perfeita e brilhante ou tosca e lo-fi. O que me move são as ideias e emoções — diz ele.

Parte da atual cena urbana inglesa, em que o dubstep tomou diferentes caminhos, apontando novas direções, Lone está animado com o momento musical de lá.

— É empolgante, porque tem muita coisa acontecendo. Nunca fui muito fã de dubstep, mas gosto do caminho que ele vem tomando — afirma Lone. — Não vejo muito sentido em cenas que limitam o artista com um monte de regras. É sempre mais interessante quando as pessoas começam a incorporar qualquer tipo de som que queiram.

Apesar de apontar para a frente, Lone também olha bastante para trás no seu trabalho. Recentemente, o escritor Simon Reynolds apontou em seu mais recente livro, “Retromania”, uma compulsão por citar o passado nas produções contemporâneas, algo bastante presente na música de Lone, com ecos de acid house e hip-hop.

— Muitos produtores que eram bem novos para ter experimentado essas músicas quando elas estavam sendo produzidas estão descobrindo discos de house e techno dessa era — conta ele. — É completamente natural reverenciar o passado, e é uma boa maneira de descobrir novos caminhos para sua própria música.

Tchequirau

Indignada com a publicidade que considera ostensiva nas bicicletas compartilhadas do Rio, a usuária Mirna Ferraz organizou um protesto pacífico: um bicicletaço, domingo passado, a bordo das laranjinhas, com o logo do patrocinador coberto por desenhos de coração.

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