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setembro 2010

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Transcultura #019 (O Globo): FourSquare, "Tik Tok Trek"

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Pegadas na web
Com três milhões de seguidores, saite que dá a localização dos usuários faz sucesso por aqui

“Diga por onde andas e te direi quem és”. O ditado não é bem esse mas serve pra descrever a onda da geolocalização. Enquanto a privacidade segue sendo a principal preocupação quando se fala em redes sociais, o FourSquare (www.foursquare.com), serviço que oferece a possibilidade de que todas as pessoas que você conhece saibam, em tempo real, exatamente onde você está, é uma das que mais cresce atualmente.

Com 3 milhões de usuários pelo mundo, o FourSquare – criado por Dennis Crowley e Naveen Selvadurai – utiliza as informações de localização prestada por seus cadastrados para desenhar um mapa de atividades e interação entre outros adeptos. O funcionamento é simples: toda vez que você está em um lugar, tem a opção de fazer um check in, informando para seus amigos que passou por ali. É possível também deixar dicas sobre determinado local para serem pescadas para seus amigos (ou para todos, dependendo de como se configurar a ferramenta) quando também passarem por lá.

Com o aumento de aparelhos celulares com acesso a rede, o Brasil comprova sua vocação para capital mundial do uso desenfreado de redes sociais e já começa a popular o FourSquare e o Rio vai sendo mapeado por frequentadores de diversos lugares. Prova disso é que uma busca por locais menos óbvios no saite traz resultados no mínimo interessantes, revelando que aos poucos o FourSquare vai saindo do nicho dos geeks.

Na página do Trapiche da Gamboa a sugestão é o escondidinho de carne seca. As “termas” Centaurus, em Ipanema, já tem um mayor (prefeito, honraria dada ao principal frequentador de determinado local) e um usuário indica o “excelente sashimi de salmão preparado pela Kelly”. Na Vila Mimosa, a recomendação é “cerveja gelada, barata e muita mulher! can’t go wrong! (não pode dar errado!)”.

Lugares mais acostumados a check ins, como o Aeroportos Tom Jobim, Copacabana Palace, o hospital Miguel Couto ou o Motel Fair Play também figuram no FourSquare, com seus respectivos prefeitos. Outros em que se espera adiar a entrada ao máximo, como IML ou cemitério São João Batista, tem frequentadores assíduos. Um salão de depilação tem uma frequentadora que lá esteva mais de 20 vezes em poucos meses, a Rio Sampa e a Via Show tem seus mayors e até o engarrafamento da Rocinha (que também tem seu prefeito, e nem é quem você está pensando) está lá, assim como as casas Rio Sampa, Via Show e Castelo das Pedras. Fechado para obras, o Maracanã tem seu prefeito, que provavelmente não muda até a Copa de 2014. Quer dizer, se o FourSquare resistir até lá, claro.

Toda essa informação é pública, podendo ser acessada por qualquer um que se cadastrar no serviço, o que sem dúvida pode causar alguns constrangimentos, como falar para alguém que estava em um lugar enquanto estava em outro. Com tantos contras, é de se pensar quais os prós, qual utilidade de ter alguém seguindo seus passos. O sucesso do FourSquare se deve ao fato de seu uso ser muito maior do que uma simples central da fofoca – embora para muitos usuários esse possa ser o que interessa.

Semelhante ao Twitter, a utilidade depende do uso que cada um faz da ferramenta. Inicialmente percebido como uma página onde se publica inutilidades, como o que comeram no café da manhã, o Twitter provou-se uma plataforma de informação tão ágil que mesmo os mais resistentes o têm adotado. O @LeiSecaRJ começou como um guia para evitar as biltzes, passou a informativo de trânsito e em momentos de crise, como no último apagão ou arrastão, transforma-se num guia para saber da movimentação na cidade.

Hoje em dia existem cerca de 15 mil ofertas especiais oferecidas a usuários do FourSquare por estabelecimentos que premiam seus principais frequentadores. Como ainda há relativamente poucos usuários, para se tornar o mayor de algum lugar bastam poucos acessos, o que num futuro próximo promte ganhos diretos. Aplicativos como o “Who’s here” (quem está aqui) ajudam a encontrar amigos na multidão de uma praia ou de um show, o Fare/Share foi feito para nova-iorquinos encontrarem pessoas para compartilhar os escassos táxis da cidade e existem outros que tornam possível saber quem está solteiro num bar.

Quanto mais você torna suas informações públicas, maiores as possibilidades. Esse é o risco, pois um desconhecido pode facilmente levantar dados o suficiente sobre você para fazê-lo desistir do serviço. Em troca de algumas facilidades e promoções, entretanto, segue-se indo bem além do pesadelo proposoto por George Orwell em “1984”. O Big Brother está observando e fomos nós quem convidamos.

Tchequirau

O mashup da música “Tik Tok”, da Ke$ha, com imagens de Star Trek é sensacional. O autor pegou imagens de Spok e Kirk exatamente nas mesmas situações descritas na letra e montou um clipe sobre uma noitada espacial com bebedeira, brigas e pegação.

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