quarta-feira

8

setembro 2010

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Transcultura #017 (O Globo): Spotify // Sleep Cycle

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Com um belo atraso, o texto da semana retrasada da coluna coletiva “Transcultura” que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Música no ar
Saite sueco Spotify conquista o público com seus dez milhões de arquivos em “streaming”
por Bruno Natal

O hábito de escutar música online, iniciado com a explosão das trocas de arquivos no Napster no ano 2000, vai rapidamente migrando para os serviços de streaming. A exemplo de como funciona o MySpace, nesse tipo de transmissão o usuário nunca recebe o arquivo com a música, simplesmente aciona o fluxo de dados em um servidor a partir do seu computador. Exatamente por essa facilidade, ainda que as gravadoras briguem por melhores remunerações, uma das principais plataformas para escutar músicas atualmente é o YouTube.

Com um catálogo gigantesco, estimado em mais de 10 milhões de músicas, o sueco Spotify despontou como a estrela desse tipo de negócio. Lançado no final de 2008, já conta com mais de 700 mil usuários, dos quais 250 mil são assinantes (segundo dados da revista Wired). Esse é o grande diferencial do Spotify. Se o serviço em si não é uma novidade – há outros mais antigos, como Rhapsody, Last.Fm, Mog, Zune – ele se diferencia porque seu modelo de negócio está se sustentando mesmo com o crescimento.

Enquanto outros tentaram se sustentar principalmente através de anúncios para os usuários gratuitos, mesmo com acordos com as grandes gravadoras e principais selos, a base de assinantes não se expandiu como esperado, o alto número de usuários gratuitos estouraram o limite de anúncios e as contas não fecharam na hora da divisão.

Com esse tipo de serviço se popularizando, um acordo padrão para esse tipo de execução online fica cada vez mais próximo. Resta resolver a complicada matemática entre o direito das gravadoras, editoras e artistas. Embora especialista apontem que anúncios ou assinaturas não são suficientes para cobrir os custos, o We7 (we7.com), fundado por Peter Gabriel, recentemente conseguiu fechar no azul utilizando esse modelo de negócio.

Dois fatores pesam para o sucesso do Spotify. O primeiro, dizem, é uma comentada participação das principais gravadoras no negócio, aliviando nas exigências nesse primeiro momento (e gerando acusações de não oferecer bons acordos para os independentes). O outro são os aparelhos celulares. O grande salto financeiro do Spotify veio quando foi lançado o aplicativo para telefones, disponível apenas para assinantes. Quem paga também ouve arquivos com melhor qualidade de compressão. A possibilidade de ter a discoteca mundial no bolso por cerca de 28 reais mensais, sem precisar ocupar espaço no HD, perder tempo procurando na rede ou esperar pra baixar, é irrestível. O número de páginas dedicadas apenas a distribuir as coletâneas feitas por usuários é a prova disso (spotifyplaylists.co.uk é um deles), com o serviço apostando cada vez mais em características de redes sociais e interacção.

Como sempre, não há nada dos Beatles ou do Pink Floyd. Apesar de muita coisa brasileira – Cidadão Instigado, Marcelo Camelo, Wado ou Mombojó, com discografias desatualizadas. Tim Maia e Jorge Ben, por exemplo, só estão disponíveis em coletâneas. Por enquanto o serviço está restrito aos usuários de alguns países da Europa. A limitação é feita baseada nos dados do cartão de crédito utilizado para o pagamento e no endereço IP de quem estiver contratando o serviço, portanto isso significa que quem tiver um amigo em um dos países ativos pode usá-lo para contratar o serviço.

Os fundadores do Spotify dizem que a disputa deles é com a livre troca de arquivos, oferecendo facilidades semelhantes mediante um pagamento justo. Nos EUA, mercado onde o Spotify sequer entrou ainda, o Grooveshark (grooveshark.com) cresce sem parar. Sem precisar de cadastro e disponível em qualquer país, os próprios usuários sobem as músicas, garantindo que se encontre quase tudo e fazendo com que o saite execute mais de 60 milhões de músicas por mês. Também há um acordo com gravadoras, porém esse método gera diversas músicas duplicadas, triplicadas e nem sempre com a melhor qualidade. É o preço da gravidade.
A dificuldade então é análoga ao ditado “Quem tem tudo, não nada tem”. Com todas as músicas do mundo no seu bolso, saber o que e por onde começar. Dar conta de escutar tanta coisa será a grande tarefa.

Tchequirau

Através do acelerômetro do iPhone o aplicativo Sleep Cycle monitora a vibração do colchão provocada pelos seus movimentos, determina o estágio do sono e dispara o alarme durante o sono leve, garantindo um despertar suave.

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  1. alexandre
  2. Bruno Natal

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