martyn Archive

quarta-feira

15

fevereiro 2012

0

COMMENTS

Strausz, “Fita Mixada #3” (mixtape)

Written by , Posted in Destaque, Música

Lá vem o Strausz outra vez. A mixtape está cheia de músicas de artistas comentados na coluna que escrevi sobre a volta do grave ao centro das produções (Mosca, Julio Bashmore, Martyn), um remix de “Calça de Ginástica” (Kassin) e uma faixa própria.

[soundcloud url=”http://api.soundcloud.com/tracks/35488368″ iframe=”true” /]

1. Addison Groove – “Minute Of Funk”
2. Mosca – “Orange Jack”
3. Julio Bashmore – “Battle for Middle You”
4. Maetrik – “The Entity”
5. Boddika – “Acid Battery”
6. Phonogenic & Sasse – “High Gee” (Jesper Dahlback Remix)
7. Christian Smith – “Get it Done”
8. Blawan – “What have I got to do make you love”
9. Fergie – “The Edge”
10. Gaetano Parisio – “Needing Chords”
11. Joseph Capriati – “Spring Sprouts”
12. Instra Mental – “Pyramid”
13. Chateau Flight – “Chichi Devils”
14. Noob – “Protein”
15. ZZT – “Zzafrika” (Gesaffelstein Remix)
16. Strausz – “Ad Infinitum”
17. Brodinski – “Let the beat control your body”
18. Zombie Nation – “Tight” (Etienne De Crecy Remix)
19. Attaque – “Moderate”
20. Zoo Brazil – “The Kill”
21. Dave Spoon and DJ Zinc – “Ghost Train” (Lee Mortimer Remix)
22. DJ Zinc – “Nexx”
23. Scuba – “Feel it”
24. Kassin – “Calça de Ginástica” (Strausz Remix)
25. Julio Bashmore – “Um Bongo’s Revenge”
26. Sasse Stelios Vassiloudis – “The Z” (Steve Bug Remix)
27. Renaissance Man – “What Do You Do When You Do What You Do”
28. Boys Noize – “Adonis”
29. Christian Smith – “Cabeçudas” (Vox Mix)
30. Martyn – “Masks”

terça-feira

14

fevereiro 2012

8

COMMENTS

Transcultura #070: Bass // Sun Araw

Written by , Posted in Imprensa, Música

Meu texto de sexta passada da coluna “Transcultura”, que publico todas as sextas no jornal O Globo:

A coisa tá grave, viva o grave!
por Bruno Natal

A explosão comercial do dubstep foi um dos fatos mais inesperados da história da música eletrônica. Poucos previram que os graves cavernosos e a atmosfera sombria das batidas quebradas de bpm lento, tocado em festas soturnas no sul e leste de Londres, poderiam chegar ao grande público.

Vampirando o estilo com seu pastiche, ressaltando o que há de pior (como as torrentes de wobble bass, um grave modulado, distorcido e oscilante), Skrillex atingiu o status de super DJ, saiu na capa da Billboard e passou a régua no dubstep. Skrillex, no entanto, apenas cristaliza o fim de um processo longo de pasteurização do gênero, uma metamorfose que se deu aos poucos, com elemento do dubstep sendo emprestados e misturado a outras correntes musicais.

O fato da produção de seus elementos “essenciais” serem ensinados em tutoriais no YouTube era um indicativo de que havia virado uma fórmula, o que é o fim para relevância de qualquer gênero. Era preciso fazer uma curva. O que poderia ser uma má notícia se gerando algo positivo, incentivando mudanças de direção por produtores mais preocupados com os sons que saem das caixas do que o tilintar das caixas registradoras.

http://youtu.be/uDblKjCIRjI

Desde os idos de 2007 produtores fiéis aos conceitos independentes do dubstep, como Burial e Kode 9 (dono do essencial selo Hyperdub), buscaram fugir da mesmice para qual tudo sem encaminhou, inaugurando o que que ficou conhecido como pós-dubstep, re-aproximando o estilo do clima experimental de onde surgiu. Essa fase 2 criou o ambiente para nomes como James Blake ou sua versão mais radifônica, Jamie Woon, despontarem, trazendo outros elementos para equação, notoriamente o R&B, outro gênero que sofreu com a comercialização, esse nos anos 90.

O principal legado do dubstep e, principalmente, sua viabilidade comercial, foi bem além dos novos gêneros que surgiram a partir dessa problemática (UK Funky, o próprio pós-dubstep): sua ascensão deu coragem para produtores colocarem o grave novamente no centro das atenções. No atual estado de DavidGuetização da música eletrônica, com sirenes por toda parte e o agudo tomando conta até onde menos se espera (o show de horrores proporcionado pelo Major Lazer é um exemplo), isso por si só é um alento. Mais grave é sempre um alegria, mesmo em música ruim. O grave é o alho sônico, deixa qualquer coisa melhor.

Conversando com o pesquisador Chico Dub, curador do festival Novas Frequências, ele observou: o grave se tornou o denominador comum da música urbana contemporânea. Seja em artistas tendendo ao r&b (The Weeknd), hip hop (A$AP Rocky), ao house (Lone), techno (Martyn), breakbeat (Mosca), drum n bass (Joy Orbison), 2-Step e Garage (Redinho, Julio Bashmore) ou até mesmo a um pós-pós-dubstep de olho no grande público (SBTRKT).

A impossibilidade de rotular cada um dessas misturas (uma prateleira para cada artista iria ficar complicado…) fez surgir mais um gênero, a bass music, um guarda chuva pra lá de bobo, por ser demasiadamente abrangente. Atendendo essa demanda, dois selos despontam: o escocês Numbers (por onde até Kieran “Four Tet” Hebden e o Modeselektor andam ciscando), nascido a partir de uma festa, e o inglês Night Slugs.

A coisa tá grave. E isso é ótimo.

Tchequirau

http://vimeo.com/34926849

Muito influenciado pelo dub, ano passado o Sun Araw (que recentemente esteve no Rio para participar do festival Novas Frequências) foi a Jamaica atrás do The Congos, do clássico “Heart of the Congos”, produzido por Lee Perry e tido em algumas listas como o melhor disco da história do reggae, para produzirem material juntos. Enquanto o disco não vem, tem um vídeo mostrando um pouco da viagem.