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segunda-feira

8

julho 2013

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Transcultura #117: Emo doc // BBNG

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Texto na da semana passada da “Transcultura”, coluna que publico todas as sextas no jornal O Globo:

Emos em momento revival
Diretor Daniel Ferro revisita confusa história do emo em documentário. Filme traz traz entrevistas com bandas como CPM22, Garage Fuzz, NXZero, Forfun, Fresno e Hateen
por Bruno Natal

Há bem pouco tempo, quando estava no auge, o emo era um dos estilos musicais mais repudiados do Brasil. Curiosamente, não havia exatamente uma definição clara do que era um som emo, e nessa, bandas tão diversas quanto Dead Fish, Fresno e Cine ganharam o mesmo rótulo.

O sucesso comercial passou, o sertanejo e o funknejo tomaram conta das paradas, e agora o diretor Daniel Ferro revisita essa confusa história no documentário “Do underground ao emo”, que estreou dia 2 no canal Biz e será exibido novamente amanhã (às 19h30m), domingo e segunda (às 15h30m). Ele traz entrevistas com bandas como CPM22, Garage Fuzz, NXZero, Forfun, Fresno e Hateen.

— A cena de hardcore melódico do Brasil surgiu em meados dos anos 1990, com bandas influenciadas pelo som californiano de grupos como Bad Religion e NOFX — explica o diretor. — As bandas tinham todas o conceito do “faça você mesmo”, e com isso se criou uma cena, com bandas trocando demos, fazendo shows onde pudessem montar seus amplificadores.

Com a abertura do Hangar 110, casa paulistana de shows punks, em 1998, o movimento teve seu epicentro em SP, fortalecendo essa cena. Com a quantidade de bandas crescendo exponencialmente, o emo, subgênero do hardcore melódico, foi o que mais cresceu, mesmo que nenhuma banda se chamasse assim naquela época.

— O emo nada mais era do que bandas com um som menos rápido e mais compassado, com letras introspectivas. O emo faz parte do punk rock, da mesma forma como o thrash faz parte do metal. Não existe transição, apenas bandas que se diferenciam dentro da mesma cena. Uma banda emo pode ser punk rock também — garante Ferro.

Para ele, o grande problema foi quando, no meio da década de 2000, a influência do punk pop de bandas como Blink-182 e My Chemical Romance fez o rótulo pegar, generalizando o termo.

— O emo vendido por aí se referia muito mais a uma moda comportamental do jovem “bunda-mole de condomínio que fazia beicinho e deixou crescer a franjinha”, como disse um dos entrevistados, do que ao som.

Apesar do preconceito, o diretor fala que o sentimento de quem participou daquela cena — da qual ele próprio fez parte, como baterista da banda Emo., contemporânea de Hill Valleys e Ack no Rio — é de orgulho.

— O bacana é ver a mobilização nas redes sociais por causa do filme, gente que se emocionou ao relembrar essa época, que foi uma aula de força de vontade. Foi um movimento no qual as bandas se organizaram de maneira 100% independente, lotando shows com oito mil pessoas. É uma história de vitória, mas com um sabor agridoce.

Tchequirau

O trio de hip hop instrumental BadBadNotGood fez fama online com suas versões jazz das músicas do Odd Future, foram banda de apoio do Frank Ocean no Coachella em 2012 e agora preparam seu novo disco. Por enquanto, apenas uma música foi lançada, “Hedron”.

quarta-feira

11

fevereiro 2009

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Death vive

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Death

A meu ver, existem poucas alegrias maiores do que encontrar uma música boa de uma banda que você não conhecia. Ontem foi um desses dias, ao ler no Guardian sobre o Death.

A banda virou assunto por conta do lançamento das músicas perdidas da banda, no disco chamado “For the whole world do see” (Drag City). As músicas não chegaram a sair na época porque o Death recusou-se a mudar o nome para algo mais palatável quando foram procurados pela Columbia Records, que financiou uma sessão de gravação.

Fora um EP independente lançado pela própria banda após o rompimento com a gravadora, o material permaneceu inédito. Isso até o filho de um dos integrantes desencavar as fitas master, após ouvir que os originais da época estavam valendo pequenas fortunas.

O barato é que as músicas, compostas entre audições de “Stooges, Black Sabath, The Who e Alice Cooper”, de acordo com o filho de um dos integrantes, foram são de 74. São portanto proto-punks, ainda que “Politicians in my eyes” passe dos cinco minutos. Vai saber o que o Death poderia ter virado.

O vocalista, Bobby Hackney, morreu em 2000, então infelizmente (ou felizmente?) não há chance de se ouvir isso ao vivo.

http://youtu.be/XWEH07eQGqo