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quinta-feira

24

dezembro 2009

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Melhores shows de 2009

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Esse deve ter sido o ano em que menos fui a shows em muito, muito tempo. Culpa do cronograma de gravações mais cruel que já enfrentei (sempre noturnas, sempre em dias de bons shows). Ainda assim, teve MUITA coisa boa. Segue a lista, em nenhuma ordem específica.

Paul McCartney (Coachella, EUA)

“John Lennon também foi homenageado com “Here Today”. Obviamente, as músicas dos Beatles (”The Long and Winding Road”, “Blackbird”, “Eleanor Rigby”) causavam comoção. George Harrison também foi lembrado quando Paul tocou “Something” em um ukulele presenteado pelo próprio, seguida por “I’ve got a feeling”.”


Phoenix (Central Park, EUA)

“Lá pela metade da apresentação dos franceses no Rumsey Playfield, parte do Central Park Summerstage, pintou uma questão: como resenhar algo tão perfeito? Diante de tanto acerto, resta muito pouco além de elogios.”

Curumin (Cinemateque, Rio)

“Veio 2008 e Curumin lançou um dos melhores discos do ano. Ao filtrar melhor suas influências, “Japan pop show” acerta onde errou na estréia. O que antes era uma coleção de referências bem marcadas — seja samba-rock, afrobeat, dub — misturou-se com classe, começando a formar uma sonoridade própria, resultado da colisão disso tudo.”

TV On The Radio (Coachella, EUA)

“Cada vez que Kyp Malone dedilhava o baixo os sub-graves pareciam estar saindo de algum equipamento digital de tão fortes. Era cada catranco no peito que não era brincadeira. A densa massa servia de base para camadas e mais camadas de guitarra, num som que tinha que ser decifrado antes de fazer sentido.”

Lucas Santtana & Seleção Natural (Vale Open Air, Rio)

“Transpor essas músicas para o palco é complicado. Ainda mais porque algumas delas são bastante delicadas e bem resolvidas. Nesse sentido, Lucas Vasconcellos conseguiu uma façanha ao adicionar uma cama de teclados na balada “Nightime In The Backyard”, umas das melhores do disco, fazendo a canção crescer no palco.”

Radiohead (Apoteose, Rio)

“’Bom pra caralho’, como disse a banda em bom português ao final do show. Foi mesmo.”

Kraftwerk (Apoteose, Rio)

“Seja como for, toda vez que se assiste ao Kraftwerk o embasbacamento é o mesmo. É como se eles tivessem apertado e girado todos os botões de sintetizadores possíveis e imagináveis antes de todo o mundo.”

Franz Ferdinand (The Week, SP)

“Uma das poucas bandas de sua geração que não apenas conseguiram se estabelecer, mas também crescer, o Franz Ferdinand tem como trunfo um excelentes shows. Mostraram isso em suas visitas anteriores ao Brasil e dessa vez não foi diferente.”

Siba e a Fuloresta (Teatro Rival, Rio)

“O trabalho de Siba só surpreende dessa maneira aqueles que pouco conhecem o resto da história musical da região. Pasmos com a “modernidade”, a “contemporaneidade” do que lá se produz. É um tapa na cara, um belo “acorda aê”.”

Late Of The Pier (Coachella, EUA)

“Como se estivessem tocando num pub em Londres, fizeram o mesmo show de sempre, com as danças e roupas esquisitas, a gritaria, a quebra de andamento, as camadas de sintetizador e a programações esquisítissimas.”

M.I.A. (Coachella, EUA)

“O trabalho de pesquisa da estética dos países em desenvolvimento de M.I.A., tanto a visual quanto a musical, cresceu bastante em “Kala”. Provavelmente ciente de que sem o visual seu show não passava totalmente sua mensagem, M.I.A. se transformou numa Madonna do terceiro mundo.”

Dirty projectors (Teatro Odisséia, Rio)

“Quem lá esteve, no entanto, se encantou com a banda. Até os integrantes, conhecidos por sua postura fechada tanto no palco quanto fora dele, estavam soltinhos, fazendo piadas e rindo sem parar. É raro ter a chance de ver uma banda tão pouco preocupada com fórmulas pop tocando por aqui, ainda mais num lugar pequeno. Quando pinta, tem que aproveitar, inclusive para possibilitar novos eventos.”


Friendly Fires (Circo Voador, Rio)

“Se baixas expectativas são o combustível para uma grande surpresa, os ingleses fizeram sua parte. Confirmando a fama de bons de palco, os ingleses sacudiram a tenda sem parar com ótima presença de palco, principalmente do vocalista Ed MacFarlane, requebrando sem parar.”

Lykke Li (Coachella, EUA)

“a loirinha sentou a puia na galera que tostava sob o sol. Toda de preto e pulando sem parar, Lykke Li mostrou um show ainda melhor do que o usual, utilizando suas mil traquitanas e sem se preocupar em posar de gatinha.”

Little Joy (Circo Voador, Rio)

“Feliz, depois de tanto tempo sem tocar no Brasil, Amarante estava visivelmente contente e não cansava de agradecer, cumprimentar rostos conhecidos na platéia e dizer como era bom estar de volta em casa. No entanto, era Fabrizio Moretti, aparentemente doidaralhaço, quem ganhava os holofotes.”

Faith No More (Metropolitan, Rio)

“Quando um show dessas bandas parecem perder o sentido e essas reuniões ressoam como meros caça-níqueis, surge um outro fator. Servem também pra lembrar que um dia também fomos novos. E tome air-guitar (para os que já tinham parado, né), sacudida de cabeça e soco no ar.”

Skatalites (Circo Voador, Rio)

“Sempre exaltando Coxsone Dodd e o Studio One, casa da banda, os jamaicanos fizeram um show preciso, sem uma nota fora do lugar, perfeito, mesmo com arranjos complicados, viradas e quebras de andamento de entortar as costas.”

Nação Zumbi (Circo Voador, Rio)



“De uma tenda na Lapa, o Circo passou a melhor casa do Rio, com direito a uma longa crise, quando a casa foi fechada. De uma novidade em “Da Lama Ao Caos”, a Nação tem hoje o show mais poderoso do Brasil, sem esquecer do baque que foi a perda de Chico Science.”

Mexican Institute of Sound (Coachella, EUA)

“Os mexicanos presentes lotaram o segundo palco ao ar livre pra balançar ao som de cumbia digital, tirações de onda com “Macarena” e hip hop temperado com tequila.”

sexta-feira

6

novembro 2009

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Faith No More e os outros tempos (ao vivo no Rio)

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foto: -ferrr

O significado da passagem da turnê “Second Coming” do Faith No More pelo Brasil vai além de simplesmente matar saudades dos fãs ou arrecadar alguns tostões.

A visita da banda marca também (o início) da despedida de uma era em que a TV e rádio tinham um força que cada vez tem menos e bandas tornavam-se denominadores comuns em um corte social horizontal e contínuo.

Para constatar, bastava olhar a sua volta no Metropolitan, ouvir os papos ou notar as bandas estampadas nas camisetas (de Slayer a Daft Punk, de ícones do Reggae a blusas sociais dobradas). Tirando a faixa etária, flutuando nos 30 e poucos, o público tinha pouco em comum além do gosto pelo FNM.

Durante seu auge, o FNM encontrou no país sua verdadeira casa, com uma base de fãs que não tinha em nenhum outro lugar. O fato impressionou a própria banda, que chegou até a gravar partes em português na música “Caralho Voador”.

Mesmo assim, tocaram no Brasil apenas três vezes e somente em uma delas numa turnê própria (as outras tendo sido nos festivais Rock in Rio II e o Monsters of Rock).

Com o retorno da banda anunciado em 2009, a expectativa era de que finalmente voltassem ao Brasil era grande. Catorze anos depois da última visita, finalmente o FNM veio outra vez.

— Voltemos no tempo, 18 anos para ser exato —

Dois anos após o lançamento do disco que os botou no mapa do pop — “The Real Thing” (terceiro da banda, o primeiro com Mike Patton nos vocais) — o Faith No More veio ai Brasil pela primeira vez,participar do Rock in Rio II, em 1991.


“Epic”

Apesar do clipe de “Epic” rodando forte na recém-nascida MTV, eram uma incógnita na noite que tinha como grande atração o Guns N Roses. O FNM surpreendeu e foi apontado como a grande revelação do festival, mesmo tocando músicas de um disco lançado dois anos antes — eram outros tempos e novidade era um conceito menos apressado.

A consagração do FNM no Brasil se deu num palco gigantesco. Não o montado no Maracanã, mas sim as telas, uma vez que a Globo trasmitia ao vivo os shows do Rock in Rio.

Camisas de flanela transformaram-se num item da moda, antes mesmo do estouro do grunge. O corte de cabelo de Patton, longo em cima e raspado embaixo, apareceu na cabeça da garotada (quem? eu?). A exposição massiva criou quase uma base de fãs quase automaticamente.

Tanto foi que a banda voltou para uma mini-turnê nacional no mesmo ano, tocando em diversas cidades além do Rio.

— Pausa. De volta a 2009 —

Cantando letras feitas há mais de vinte anos, comunicando-se em português o tempo todo, ao ponto de mandar uma versão brazuca de “Evidence” (“eu não senti nada / não tem significado algum”), Mike Patton continua com o carisma de sempre e a banda com o mesmo peso.

Tanto tempo e andanças depois, influências dos muitos projetos paralelos de Patton encontraram espaço na nova formação do FNM, como a versão jazz de “Midlife Crisis”, ruídos e doideiras pós-Fantomas ou o uso de efeitos via kaoss pad por Patton, ampliando a sua já vasta paleta vocal.

Os tempos são outros, alguns integrantes da banda beiram os 50, não seria justo esperar um repeteco exato do que foram os outros shows do FMM no Brasil. Esperava-se apenas que no quesito tecnologia o passar dos anos tivesse ajudado o Metropolitan.


“Falling to Pieces”, cheia de erros, especial para o Rio, segundo Patton

A qualidade de som MEDONHA do Metropolitan (com direito a caixa estourada, fritando sem parar desde antes do show) e uma área vip ocupando exatamente a melhor área da platéia, quase põe tudo a perder. Os agudos descompensados estão rasgando meus ouvidos até agora.

Nada que atrapalhasse a celebração dos conformados trintões na platéia. Nesse quesito, o túnel do tempo funcionou que foi uma beleza e a turma se esbaldou.

Quando um show dessas bandas parecem perder o sentido e essas reuniões ressoam como meros caça-níqueis, surge um outro fator. Servem também pra lembrar que um dia também fomos novos. E tome air-guitar (para os que já tinham parado, né), sacudida de cabeça e soco no ar.

Dos anos 2000 pra frente tudo mudou, e não apenas porque hoje você precisa desviar tanto de pessoas altas quanto de câmeras digitais pra enxergar o palco.

Com tanta diversificação e nichos proporcionados pela i nternet, é difícil dizer qual vai ser o denominador comum das novas gerações, se é que isso vai existir — o que pode ser bom inclusive.

Uma coisa não deve mudar. O carinho que se tem pelos sons que moldaram sua cabeça na adolescência é igual amor de mãe, dura pra sempre. Mesmo que você não ouça a banda desde então.

Taí o Faith No More pra confirmar.

quinta-feira

13

agosto 2009

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FNM

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“Midlife Crisis”, ao vivo no Download Festival 2009

O tecladista do recém-reunido Faith No More confirmou via twitter a vinda da banda ao Brasil, acompanhados por Jane’s Addiction e Deftones. Por enquanto falou-se apenas em São Paulo e que os ingressos irão a venda a partir dessa sexta. Nada mal.

quinta-feira

26

fevereiro 2009

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Faith No More de volta

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Faith No More no Rio, em 1991
foto: Neal Preston/CORBIS

Essa bola tá quicando desde que o tal nu-metal tomou conta das rádios americanas, citando a banda como influência: onze anos após o término, o Faith No More anunciou o retorno aos palcos, no verão europeu, com comunicado oficial e tudo.

Mike Patton já está escalado para uma apresentação com Rahzel no Coachella ’09. Dá mole e a reunião acontece por lá mesmo. Disso para uma visita ao Brasil, onde a banda teve mais público do que em qualquer outro lugar, é um pulo.

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