De uma ideia aparentemente boba, como costumam ser as boas ideias, surgiu quase um manifesto: as bandas cariocas Dorgas, Suncore Project, Tipo Uísque, Rockz e R.Sigma juntaram-se em um festival auto-produzido com o intuito de ocupar um dos melhores palcos da cidade, o Circo Voador. Surgiu assim o Festival Carirocka.
Sempre admirado com quem tira a bunda da cadeira e toma atitudes, o URBe está apoiando o evento. Abaixo, uma rápida conversa com um dos produtores da noitadas, Diogo Strausz, sobre como isso tudo começou e para onde vai.
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URBe – Como surgiu a ideia do festival, qual foi a motivação?
Diogo Strausz – Todas as bandas independentes visam tocar no Circo Voador, por ser uma casa de peso cultural, boa infraestrutura e de médio porte, aonde podemos dar o melhor show possível para o nosso público e mostrarmos o nosso trabalho com o mínimo de ruídos possível.
Qual o objetivo maior, o que vocês querem demonstrar ou conquistar com isso?
DS – O Rio tem muitas bandas de qualidade e que precisam buscar espaço em outras cidades, como São Paulo, para crescerem. A maior conquista seria fazer da nossa cidade um catalisador de artistas e não um refletor.
Por que você acha que o público não comparece a esses shows normalmente?
DS – Talvez porque a grama do vizinho seja mais verde, pelo comodismo de sempre poder ir ao próximo, talvez mesmo gostando da banda, o público esteja esperando há muito tempo por algum resultado. De qualquer forma, o Rio passou em 2006 por uma fase aonde um excesso de bandas “pentelhava” muito os amigos para irem a shows ou “comprarem ingressos antecipados” ou “encher um show para ter votos e a banda ter uma oportunidade em um festival”, isso na minha opinião desvalorizou o músico. O que temos agora é uma oportunidade de reverter esse cenário e reerguer o estigma de banda.
E por que as bandas não se juntam mais para ações desse tipo?
DS – Primeiro porque conseguir uma data no Circo Voador não é algo fácil, todas as bandas envolvidas neste festival já possuem alguma credibilidade através de anos conquistando seu espaço, e segundo porque, afinal, quem arriscaria essa ideia?
Porque essas bandas? Como vocês se juntaram?
DS – Todos nos conhecemos há anos, compartilhamos das mesmas alegrias, dificuldades e crescemos muito pessoalmente através do empreendimento que é ter uma banda. Nos identificamos e admiramos os sons uns dos outros e sabemos que não existe cena de um artista só.