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quinta-feira

18

junho 2009

8

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5 perguntas – Boss in Drama

Written by , Posted in Música

Com apenas 22 anos o curitibano Péricles Martins viu seu projeto de música eletrônica crescer além do que havia esperado, obrigando-o a levar a brincadeira a sério. Com o seu Boss in Drama já fez turnê na Europa, foi citado por Justin Timberlake e no dia 20 de junho vem ao Rio tocar na festa de 6 anos do URBe.

Nesse papo por e-mail Péricles fala um pouco do seu projeto antes de chegar a Cidade Maravilhosa.

*** PROMO: O que não tem no URBe que você gostaria que tivesse? A terceira pessoa a responder nos comentários ganha um ingresso individual para festa (lembrando que os comentários só serão publicados no final do dia, então é na sorte mesmo). E o décimo a mandar um RT no assunto quando postar no Twitter também leva um ingresso individual.

Como surgiu o Boss in Drama? Quais suas influências?

Boss in Drama – O projeto surgiu em 2007, e ainda estou gravando meu album (só um ep foi lançado independente começo do ano, tá na revista Vice como album do mês

Acredito que o LP vai estar pronto até agosto. Boss in Drama é um projeto de música pop, acima de tudo. A maioria das influências do projeto vem da disco music, tanto na parte estética quando sonora. E o motivo de eu fazer musica eletronica com esse apelo pop é porque gosto quando a música soa dançante mas não enche o saco quando ouvida fora da balada.

Como o som se espalhou?

Boss in Drama – Internet é tudo! Como não tenho gravadora ainda, toda divulgação é feita pela net, das pessoas que gostam do som ou da parte da mídia ou blogs.

Te surpreendeu a repercussão disso tudo?

Boss in Drama – Quando fiz turnê na Alemanha pouco tempo atrás, tinha bastante gente que conhecia as músicas, os remixes, o projeto em si.. É bem bizarro o fato de você não ter nenhum album oficialmente lançado e gente de lugares diferentes no mundo te conhecer.

Você é bem novo, tem 22 anos. O Boss in Drama é a sua principal ocupação? Se não, o que mais você faz?

Boss in Drama – Até quatro meses atrás eu fazia faculdade, mas tive que trancar pra viajar pro exterior.

Quais outros projetos você curte aqui do Brasil? A música eletrônica feita aqui tem sido bem recebida lá fora, por sua experiência em viagens, etc?

Boss in Drama – Tem um produtor prodígio chamado Lucas Khamei, acredito que logo as pessoas vão começar a ouvir falar bastante nele. O menino é super talentoso e tem só 14 anos!

quarta-feira

17

junho 2009

12

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5 Perguntas – Os Ritmos Digitais

Written by , Posted in Urbanidades

A rapaziada da festa Os Ritmos Digitais mistura sons dançantes de todas as épocas, com um certo apreço pelas novidades. Reunindo alguns dos DJs mais legais da nova geração, o trio central da festa está chegando devagarinho e fazendo barulho. Por e-mail, Millos, Hugo e Salim falaram da festa e de como as coisas tem acontecido.

*** PROMO: De onde você acessa o URBe (casa, trabalho)? A sétima pessoa a responder nos comentários leva um par de ingressos para festa (lembrando que os comentários só serão publicados no final do dia, então é na sorte mesmo).

O que toca na Ritmos Digitais e como surgiu a festa, quem frequenta, etc?

Millos – Tocamos sons retrôs, “os remixes mais bombados da última semana”, versões alternativas de clássicos. Quase tudo com um fundo eletrônico. Fizemos a festa porque estávamos a fim de tocar. O público costuma ser bem eclético, o que acho ótimo.

Hugo – Pergunta difícil. A idéia era trazer uma noite antenada em sons interessantes, novos ou velhos, que têm reverberado pelos ouvidos mais ligados.

Salim – Acho super vago dizer “tocamos de tudo”. Não que isso seja mentira, mas a ideia foi sempre tocarmos o que fosse bom para dançar. Música em festa tem que ser para divertir. Dá pra tocar muita música que não tem sentido nenhum até ser colocada junto com outra.

Quem faz Os Ritmos Digitais?

Millos Millos Kaiser, 22, formando em jornalismo, de malas prontas para se mudar para São Paulo e fã de Talking Heads.

Hugo – Começamos a tocar faz menos de dois anos, o que nos coloca como novos na “cena” (não sei se existe uma, mas gosto de pensar que sim). Alteregos: Millos é jornalista (escreve pra alguns cantos bacanas), Rafael Salim é fotógrafo e cineasta e Yugo (Hugo) é editor de imagem.

Salim – Somos três grandes amigos e festeiros de primeira. Com alguns gostos em comum como, por exemplo, a música. Rola uma afinidade muito bacana, mas cada um tem também gosto musical e sua vida secreta diária.

Se ser DJ não é a ocupação principal de vocês, como isso entrou na vida de vocês?

Millos – Não é a ocupação principal, mas é uma delas. Comecei a tocar na W, tocando com um mixer e dois aparelhos de DVD. Só toquei 80`s e toda hora alguém vinha reclamar do que eu tocava. Acho estranho ler “DJ” antes do meu nome, mas acho que não tem outro nome para isso que venho fazendo.

Hugo – É hobby, mas é difícil dizer até onde sou mais Yugo que Hugo. “Yugo” é na verdade um carrinho parecido com uma Fiat 147, que bombou nos EUA em 1985 (ano em que nasci), porque era bonitinho e barato. Mas ordinário. Virou febre na época. Gostei da idéia e, como muitos amigos me chamavam de “You, Go!” de brincadeira, achei que colava. Mas respondendo mais diretamente, eu queria ser DJ desde meus 12 anos, quando contratei um pra minha festinha de aniversário. Acho que é o que faço melhor, então quero fazer pra vida toda.

Salim – Começou com a W, há mais ou menos uns 2 anos. Tudo tomou uma proporção muito maior quase sem querer. Tanto a festa quanto a ‘brincadeira’ de tocar. Pra ser sincero sempre tive um pouco de dificuldade de me considerar DJ. Primeiro por justamente não encarar como profissão, já que trabalho com outras coisas, e também por ter um monte de gente boa por aí. Hoje é um pouco inevitável não me considerar DJ, estamos tocando quase todo final de semana. Também não existe um manual do que é ser um DJ ou não. Enfim, parei de dar bola pra isso também. Ser DJ não me impede de ser outras coisas e vice-versa. Sem contar que adoro tocar.


Vídeo da derradeira festa W

Essa é a primeira festa que vocês organizam?

Hugo – A gente fazia a W. Começou como uma festinha no play do meu prédio pra 150 pessoas, apareceram 300, ficou sério e fizemos outras (só que em lugares alugados, pra não receber outra multa do condomínio). Foram seis edições, a última com 900 pessoas. Depois ficou parecendo choppada. (a bebida era liberada, o que foi legal no início, mas ruim depois) e perdeu o sentido.

Salim – Começamos com a W, que foi super legal. Lá que começamos com essa história de DJ, de produzir, pensar em divulgação, conceito. Nesta, fizemos uma festa só para produzir esse video e um ensaio fotográfico. Depois, os três resolveram se juntar e fizemos a Festa, no segundo andar do Hipódromo, praticamente só para amigos. Foram umas 300 pessoas.

Como anda a noite carioca pra galera que está começando?

Millos – Ficamos mal acostumados com a W, que ficava sempre entupida. Hoje tem muito mais festa, mas isso não significa que há uma “cultura de noite” forte por aqui. O carioca é meio preguiçoso musicalmente, prefere sair e escutar o que já conhece. A CALZONE tinha [N.E. – tinha não, TEM, a festa continua] essa coisa de mesclar farofa com coisas mais underground que é bem a cara da Ritmos. A Combo tinha sempre bons line-ups e, agora, a Moist, também no 69, vem fazendo a mesma coisa.

Hugo – DJs hoje em dia chamam pessoas para festas. Não sei se isso rolava, tenho a impressão que não. O difícil é encontrar seu público, mas aos poucos ele aparece. Acho que tenho um lado a e um lado b, dependendo de onde toco. Um mais pop e o outro mais pro fidget house. Gosto também de misturar quando dá. Na Ritmos dá porque é nossa casa.

Salim – Acho complicado, mas acredito que está melhorando. Hoje todo mundo faz festa e isso ajuda. Aqui classificam como noite de rock ou noite de eletrônico, o que acho besteira. Por mais que tenha gente aberta a ouvir outras coisas, às vezes demora um pouco pro pessoal dar credibilidade.

terça-feira

16

junho 2009

14

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5 perguntas – Letuce

Written by , Posted in Música


foto: Ana Alexandrino

Letícia Novaes já teve trocentas bandas, atuou no teatro, foi blogueira e figura conhecida do Fotolog. Sempre bem focada em suas coisas. Foi quando conheceu Lucas Vasconcellos, do Binário, que finalmente se viu num projeto musical que realmente a deixa satisfeita, o elogiado Letuce (antes Lettuce).

Em conversa por e-mail, a atração da festa de 6 anos do URBe falou sobre como é ser um casal e trabalhar juntos ao mesmo tempo.

*** PROMO: Quantos anos você tem e qual o seu bairro? A sexta pessoa a responder nos comentários leva um par de ingressos para festa (lembrando que os comentários só serão publicados no final do dia, então é na sorte mesmo).

Você participou de diversas banda (Letícios, Menage, tocou com o João Brasil…). O Lucas é conhecido pelo Binário e pelo Ordinário Groove Trio. O que é o Letuce?

Letícia Novaes – LETTUCE é minha banda natural, exposição espontânea de um casal que faz música em casa, no seu cotidiano apaixonado, e aos poucos mostrou para amigos, colocou no myspace e voilá: pediram shows. E lá fomos nós, naturais, fazer. São músicas que falam do amor, lugar-comum, mas ainda assim, inesgotável.

Lucas Vasconcellos – O LETTUCE pra mim é a Letícia em forma de canções. É o filme musical de nossa relação amorosa. Não planejei musicalmente coisas com ela. Nos conhecemos e , como essa área é nosso dia-a-dia, a coisa se encaminhou . Música e amor num sincronismo bem delicioso. Nossos primeiros takes fora na sala de casa, vendo o vento mexer nas árvores e as horas passarem lentamente. Bebendo vinho de manhã. Isso determinou o ritmo emocional do projeto.

Tenho o Binário, do qual sou fundador e tenho imensa honra disso. Acho que aprendi a tocar em grupo com esses caras do Binário. Um trabalho de persistência e experimentação, muita liberdade envolvida, sem marcações ou clic na hora de gravar. isso humaniza e é o espírito que eu levo pra qualquer estúdio em qualquer projeto que eu esteja envolvido.

No Ordinário eu sou o tecladista, pianista. Adoro vestir essa camisa e tomar o meu uísque na encarnação do harmonista da banda. Já o Bastardos tá meio parado, estamos todos meio sem tempo pra jogar tudo isso pra frente agora. É muita coisa, muito ensaio, gravação aqui e ali, mixagens e masterizações. Vou dar um gás no Bastardos pro carnaval. Aí ele vai cumprir sua vocação.

Canções nunca estão prontas , mas quando elas aparecem, tem que ter prioridade sobre todas as outras ocupações da vida. E isso não é árduo, é instantâneo. Eu e Letícia convivemos muitas horas por dias e esse espaço de criação se impõe pra nós dois. É um diário que escrevemos com nossas ferramentas sonoras.

Como surgiu esse projeto e como os projetos antigos de vocês influenciam o atual?

Letícia Novaes – O Lucas mudou minha voz, trouxe música para o coração, tirou da cabeça. Eu ouvia Binario na praia e já amava o som, a voz dele. Parece até que eu chamei por isso. Na noite em que a gente se conheceu, já fizemos um samba juntos, o resto foi natural, como eu disse. Meus projetos passados eram muito gritados ou muito sacanas (rá!). Faltava uma delicadeza, uma ternura que eu sempre incubei, mas que latejava aqui, só faltava o muso inspirador para tal coisa.

Lucas Vasconcellos – Conheci ela pelos escritos internéticos, depois fomos apresentados pela Ana Claudia, amiga que temos em comum. Depois foi a convivência que nos inspirou a registrar as sensações de se apaixonar , desse espaço mágico que existe entre pessoas que estão se conhecendo.

E como tem sido a repercussão?

Letícia Novaes – Mágica! Outro dia um cara me mandou um email dizendo que conheceu a namorada dele no show do Odeon, e que ficaram impressionados com o amor exposto ali daquela maneira. E que ela iria viajar, mas voltaria para ver nosso show no Cine Glória com o amado de novo, queriam ver de novo e juntos. Fiquei de cara! Lindo. Me comove de tal maneira que fica difícil explicar. Todo mundo vem dar parabéns dizendo “Eu quero um namorado” ou então quem já tem, fala: “Ai, eu quero fazer música com minha namorada”.

É um barato. E é real, a gente conversa no palco, relembra histórias, se sacaneia porque minha afinação foi pro beleléu. Saíram matérias ótimas também no jornal O DIA e n’O GLOBO, dois veículos que atingem outro tipo de pessoa, internet é mais próximo de mim. No dia que saiu a matéria no Segundo Caderno foram umas 230 pesssoas no Cinematheque e eu não sabia quem eram 80%. Maravilha.

Lucas Vasconcellos – Surpreendente. Os sons que gravamos em casa já rodaram fortemente. Fizemos muitos shows nesse ultimo ano, o que gastou algumas músicas mas também definiu outras. Terminamos um novo registro em estúdio na última semana e foi como passar a limpo essas primeiras canções, muita
coisa inédita também entrou e ficou com cara de álbum mesmo, com uma sensação de roteiro(que eu adoro, mas que, pela forma de se vender e escutar música hoje, pode parecer meio obsoleto MAS NÃO É). Conceber
álbum gera emoções elásticas.

O disco deve sair daqui a alguns meses. Fiz a primeira audição do material bruto há duas horas atrás, junto
com o Jardim (o baixista) e o Iky Castilho, parceiro e um ótimo produtor que eu consegui trazer pro projeto.O Paulo Camacho (que trabalha comigo há 12 anos imagetizando minhas idéias musicais enquanto eu musicalizo as imagens que ele me propõe) registrou essa gravação oficialmente . Deve ter coisas legais também.

Tem alguma nova banda de vocês? As antigas estão paradas?

Letícia Novaes – As antigas pararam. E tudo bem, tudo ótimo, circulação sanguínea normal, trânsito passageiro. Valeram. Coisas novas sim! Eu e Lucas estamos brincando de fazer música eletrônica, nos chamamos de “brazilian lovas”. Uns bolerinhos românticos com batidinhas cheias de balanço. Tá bonito. Em breve!

Lucas Vasconcellos – Eu e Letícia estamos visitando umas canções radiofônicas gostosas, românticas e históricas em um formato Voz/violão/MPC. O LETTUCE LOVAS. Farra de aprendiz, mas os primeiros resultados foram legais. Quem tá produzindo também é o Iky Castilho. O Binário ensaia pro próximo disco, só com coisa inédita. Trabalhão que eu sei que vai ficar legal, mas onde o desafio maior é não se repetir.

O que mais você tem feito? Como anda os trabalhos de atriz?

Letícia Novaes – Acho que eu não sou mais atriz. Mas não é fatal. Sinto que eu fiz CAL pra compreender meu espaço num palco, mas não necessariamente pra atuar. Eu atuei por curiosidade, por amor à arte, talvez, mas o que eu sempre quis mesmo na vida, desde os 5 anos, quando eu já fazia músicas – hilárias! – na minha cabeça, é cantar.