Sharon Jones (se) sacode (n)o Rio
Written by urbe, Posted in Música, Resenhas
Por conta do meu desconhecimento da carreira da Sharon Jones além das músicas mais óbvias, passei quase uma hora tentando encontrar o título da que filmei no show de ontem, no Casa Grande, parte do BMW Jazz Festival. Googlei vários pedaços da letra + “Sharon Jones” e nada. Desisti e upei sem nome mesmo.
A música parece mesmo inédita, até agora ninguém cravou o nome. O exercício serviu pra comprovar uma constatação óbvia durante a apresentação: conhecer previamente o repertório de Sharon Jones é indiferente para aproveitar o show. Honrando a tradição do soul, é um hit atrás do outro. Não tem música ruim.
Acompanhada pelo Dap-Kings e pelas Dap-ettes, a mulher é um foguete no palco. Um James Brown de saias (faço ideia de quantas vezes essa comparação já deve ter sido feita), tira a galera pra dançar, olha no olho do público, dança, se sacode, conta histórias e canta demais.
Tradicionalistas, os Dap-Kings restringem os instrumentos e métodos de gravação aqueles disponíveis até a metade dos anos 70. Não por acaso, a sonoridade retrô da banda é a favorita do produtor Mark Ronson, que utilizou o grupo em diversas faixas do disco “Back To Black” da Amy Winehouse.
O som tradicionalmente muito baixo do teatro Casa Grande atrapalhou, mas não chegou a comprometer. Principalmente porque logo no início a marcação dos assentos foi para o espaço e quem quisesse podia sentar nas escadas, bem próximo do palco, ouvindo os sopros e a voz da Sharon Jones praticamente sem microfonação.
No bis, uma justa homenagem a James Brown, tocando “It’s A Man’s World”. Sempre bom relembrar o Godfather. Pra quem viu os dois shows, fica a certeza de que Amy tem muito chão pela frente ainda.
Antes da cantora, o baixista Marcus Miller comandou uma formação de teclado, bateria, clarinete e sax na execução de temas de “Tutu”, disco de Miles Davis que compôs e produziu.
Tenho uma certa preguiça para virutoses inacabáveis. É como assistir um cara bom de embaixadinha, é legal mas aquilo não é jogar bola. Mesmo moendo o instrumento, os melhores momentos são quando Marcus joga pro time. Ainda que a timbragem Seinfeld do baixo e oitentistas do sintetizador ameaçassem botar tudo a perder.
showzasso! até mandei email pro “queremos” quando soube que ela ia tocar em são paulo (mas fui ignorado hehe). tenho os 4 discos dela e realmente rolaram várias novas (ou que pelo menos não estão nos discos). fiquei imaginando um show desses no circo, com casa cheia… libera esse vídeo aí!
abç.
desculpe a falta de resposta, shapes. o email do queremos virou uma requisitada caixinha de pedidos, as vezes é difícil responder a todos, por absoluta falta de tempo. ainda mais quando chovem pedidos pelo mesmo artista e que já estamos tentanto, como foi o caso da sharon.
vídeo no ar, esqueci de embedar!
Fiquei de cara com o show do Marcus Miller, sonzera de gente grande.
A comparação com o James Brown é imediata, showzaço alucinado. Fui só conhecendo o hit 100 days e com a certeza de que seria demais. Ah se a Amy tivesse 1/10 da presença de palco da Sharon…Como diz o Zero-4 “quem tem groove tem tudo!”
relaxa, cara, imagino como deve ser a correria por aí. valeu!
Esqueci de comentar o Marcus Miller! Ê pressa… Vou adicionar.
Bem boa essa associação do final do texto, Bruno! Acho exatamente a mesma coisa e não conseguiria explicar melhor.
#FODAMOR
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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