Rolling Stone, outubro 2006
Written by urbe, Posted in Imprensa
Resenhas de dois discos que escrevi para o primeiro número da Rolling Stone Brasil. Como a edição já está fora das bancas, reproduzo os textos aqui.
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Arnaldo Antunes
“Qualquer” (Biscoito Fino)
De qualquer jeito, Arnaldo Antunes
cotação: quatro estrelas
A voz grave continua lá, claro. No entanto, “Qualquer” é o disco mais leve de Arnaldo Antunes.
Se o fato de não haver bateria serve pra ilustrar a delicadeza das composições, a formação da banda (o guitarrista Daniel Scandurra, o baixista Dadi Carvalho, os violonistas Cezar Mendes, Chico Salém e o pianista Daniel Jobim), parece indicar a variedade de caminhos propostos.
Gravadas em apenas três dias, ao vivo, as músicas apontam para o rock (“As coisas”), para o pop (“Sem você”) ou para MPB (regravação de “Acabou chorare”, dos Novos Baianos), sem pertencer a nenhum desses estilos e mantendo a unidade entre si. Músicas do Arnaldo, enfim.
Entre as várias colaborações – com o ex-companheiro de Titãs, Branco Mello (“Eu não sou da sua rua”), com os tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown (“Quer Saber de Verdade” e “Contato Imediato”), além de Gilberto Gil (“As coisas”) e Dadi (“2 perdidos” e “Da aurora até o luar”) – uma se destaca.
A parceria perfeita — daquelas que não dá pra perceber quem escreveu o que — na faixa que abre o disco, “Para lá”, é a primeira com Adriana Calcanhotto. Que venham outras.
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Gilberto Gil
“Gil Luminoso” (Biscoito Fino)
Gil, iluminado, só com voz e violão
cotação: três estrelas
Embora a idéia de um registro de Gilberto Gil acompanhado apenas por seu violão remeta, inevitavelmente, ao LP “Gil e Jorge” (1975), que marcou o encontro do baiano e de Jorge Ben, ou ainda à “Gilberto Gil Unplugged” (1994), “Gil luminoso” é diferente dos dois.
Se o disco com o Babulina é marcado por longos duelos de violão, repletos de improvisações e percussão, e o acústico traga suas músicas rearranjadas para o formato, o caminho escolhido por “Gil Luminoso” é uma mistura dessas duas coisas.
Não se trata de uma coletânea de sucessos, ainda que alguns estejam lá (“Aqui e agora”, “Tempo rei”). Gravado originalmente em 1999 para ser encartado no livro de Bené Fonteles sobre o cantor, “GILuminoso: a pó.ética do ser” e só agora lançado em tiragem comercial, o disco traz 15 faixas que contam somente com a voz e o violão de Gil.
Aqui cabem todos os lugares comuns: “a força das canções é ressaltada”, “a poesia das letras se destacam”, “o ótimo violão de Gil se impõe“, etc. Nesse caso, os clichês são muito bem-vindos.
show de bola… e a sua participação na no.2 tá ainda maior, né? parabéns!
é, no número dois tem quatro resenhas de show + uma matéria da orquestra imperial em estúdio. quando sair da banca, jogo tudo aqui.
Aí vc falou, meu jovem. Parabéns!
Boa bRuninho!
Já”atacando” na Rolling Stones!!Issa!
Fala Bruno. Pois é, estamos em lados opostos (hehe). Tenho feito algumas coisas modestas pra Bizz. Parabéns pelo teu trabalho na RS. Abraços
Muito boas as resenhas. Eu não consegui a revista número 1, infelizmente.