Radiohead, “Lotus Flower”
Written by urbe, Posted in Música
Escutando “Lotus Flower” (não o zilhões de mashups do clipe com qualquer música que pipocaram na rede) e o resto do novo disco do Radiohead, “The King of Limbs”, a influência de sons espaciais (com duplo sentido) é inegável.
Não é exatamente uma surpresa. As coletâneas que Thom Yorke fez para serem tocadas antes dos shows da turnê do “In Rainbows” (publicadas aqui no URBe em duas partes: “Einlass 1” e “Einlass 2”) já apontavam nessa direção.
No mais, bom ver que “Give Up The Ghost” ganhou uma versão gravada. Pena que a versão é inferior a que foi mostrada ao vivo nos shows do Atoms for Peace, perde muito sem se ver Thom adicionando uma a uma as camadas e mais camadas que formam a música.
Um disco estranho, abaixo de “In Rainbows”. Não é ruim, mesmo que pudesse ser mais. Dizem que tem uma segunda metade a caminho. Pode ser apenas desespero de fã.
Eu também achei the king of limbs um tanto abaixo da média com a qual o radiohead nos acostumou. Quem sabe, as audições ainda não foram muitas. Como kid já entregava, uma década atrás, thom yorke está mais interessado nas possibilidades da eletrônica mais descontrutiva e cerebral do que em reciclar riffs de rock. Fica claro, que além da tradicional galera da warp, thom possui grande apreço por burial, flying lotus etc. O que, inclusive, acho ótimo. Mas kings ainda não bateu tão pesado quanto radiohead costuma bater…
Vou começar ouvir The King of limbs agora. Meu comentário aqui, desculpe, é sobre o clipe, esse movimento cênico que vejo (eu) em Thom a partir de From the Basement e que gostei de babar. Um pedaço da música, aquele palco enorme e vazio, as mãos no bolso pra mim foi suficiente pra viajar. Tenho mania de olho psicodélico. Na boa, sem alucinação 🙂
Então se há espaços vazios, pra mim não há, porque de dentro do bolso as raízes vão saindo e preenchendo e subindo por todo corpo e paredes e o chão daquele palco onde ele está.
De repente, o filme me acena o chapéu…
Um filme, um clipe é como um quadro abstrato (ou não), a gente pode ver o que quer. Então Thom coloca ali uma referência a Carlitos, uma reverência a Charles.
Vejo o que quero ver, porque com estou com Radiohead perco o limite mesmo, não quero nem saber.
Beleza sua matéria, com tamanho e conteúdo ideais.