quarta-feira

17

agosto 2005

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Pós punk

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Com a vinda do !!! (também conhecidos como Chk Chik Chick) para o Nokia Trends e do Strokes para o TIM Fest, o termo pós punk deve — novamente — surgir na mídia.

Pare exlicar o que é isso, o URBe convidou Rodrigo Lariú, dono da midsummer madness.

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Início

Convenciou se chamar de pós punk tudo aquilo que veio após o movimento punk de Sex Pistols, Clash e Buzzcocks na Inglaterra de 76. Além de preguiçosa, a explicação é meio errada, mas é meio certa também.

Pós punk começou ainda no movimento punk, com John Lydon, ou Johnny Rotten do Sex Pistols, declarando num programa de rádio que estava cansado de 3 acordes e músicas burras. Pra confudir, Lydon tocou um monte de reggae, jazz e até o que hoje se conhece como world music. O reizinho do punk tava de sacanagem? Não, era sério. Meses depois o Sex Pistols acabou e Lydon se mudou para Los Angeles onde montou o PiL com Keith Levene, um dos primeiros guitarristas do Clash, também cansado de música “simples”.

Mas o PiL não é o único fundador do pós-punk. Na Inglaterra, outras bandas também andavam cansadas do nihilismo punk: Gang of Four, Pop Group, A Certain Ratio, Scritti Politti, Throbbing Gristle e várias outras. Mas não pense que elas se parecem: o que pôe todas as bandas acima no mesmo saco é o conceito, a experimentação, tipo assim, “vamos fazer arte e não apenas música”.

Mais abertos a outros estilos, artistas considerados pós punk foram os responsáveis pela introdução de elementos do funk norte americano, do reggae e do dub jamaicano no rock anglo-saxão. Foram alguns destes nomes também que começaram a explorar a eletrônica na música de modo menos convencional. Então não se assuste se te disserem que o Simple Minds, Duran Duran e o Gene Loves Jezebel eram pós punk… sim eram!

Os subgrupos

No lado mais eletrônico, Big Black (banda do produtor Steve Albini), Throbbing Gristle,Cabaret Voltaire e até o Depeche Mode experimentavam com os novos sintetizadores e acabaram criando toda a praga das synth-bands dos anos 80.

No que se convencionou chamar de gótico, Bauhaus, Joy Division, Einsturzende Neubauten e Swans exploravam as guitarras ásperas (fruto dos novos amplificadores não valvulados) e os temas pessimistas (guerra fria, Tatcherismo e outra crise do petróleo). As mulheres também tinham vez no pós punk (uma das reclamações contra o punk era o machismo do público e das bandas): Slits, Au Pairs, Raincoats e atéSiouxsie and the Banshees cabem no pós punk.

Pós tudo

Mas talvez o maior legado do pós punk para a Inglaterra e para o mundo tenha sido a estruturação de um mercado para o independente. Foi com o pós punk que o radialista John Peel fez sua fama, tocando bandas que só caiam nas mãos dele.

Também foi nos idos de 1981 que a Rough Trade, inicialmente uma loja e depois uma gravadora e distribuidora, começou a organizar uma rede nacional de distribuição de discos independentes. A Rough Trade junto com outras gravadoras da época, foram responsáveis pela criação do Top 40 Indie, só com bandas independentes, apoiado pelos semanários NME e Melody Maker. Foi o do it yourself posto na prática: bandas lançavam seus próprios discos, usavam canais independentes para dar shows, vender discos e se divulgar.

Hoje várias bandas são claramente influenciadas pelo som desta cena, o quê, como já ficou claro, é bastante fácil. O pós punk cobre desde o rock menos ortodoxo até a eletrônica mais tosca (electro?). Quando você ouve o Rapture espancando no saxofone no meio de um balaco meio funk, meio rock, é porque eles ouviram Cabaret Voltaire a beça. Quando você escuta Walkmen, Strokes ou Killers, é Joy Division na certa.Franz Ferdinand? Duran Duran, Human League.

O pós punk tá tão in, que até a gravadora inglesa SoulJazz resolveu seguir o conceitoexperimeeeenta e lançou uma coletânea de pós punk de bandas brasileiras, intitulada “The Sexual Life of the Savages”, com Mercenárias, Akira S, Fellini, Gang 90, e outros paulistas que estavam ligadaços no que rolava na Londres do começo dos 80.

Mas não vai dizendo que nós somos mesmo macacos de imitação porque em Nova Iorque e Washington a galera também tava na mesma, com Talking Heads, Sonic Youth, Big Black, e toda uma geraçào chamada de No Wave. Até na Austrália, Go Betweens e Birthday Party embarcaram na onda.

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