terça-feira

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março 2013

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Entrevista: Rafael Ramos (Polysom) + sorteio de vinis

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A volta do vinil e as altas vendas tornaram-se um mito na indústria. Conversando por email sobre o assunto com Rafael Ramos, da Deckdisc e da Polysom, única fábrica de vinis da América Latina, o papo virou uma entrevista sobre o mercado de vinis no Brasil. Ficou faltando a visita a fábrica, mas vamos marcar o passeio (aliás, seria massa levar um leitor).
De quebra, Rafael ainda colocou uns vinis na roda pra sortear entre vocês, leitores.
URBe – Faça um resumo da situação da Polysom hoje.

Rafael Ramos – A fábrica está funcionando a pleno vapor, passando por sua melhor fase, que tende a melhorar. A cada dia chegam mais clientes e esses cada vez ficam mais satisfeitos. A fábrica evoluiu muito todas as fases do processo (desde o corte de acetato até a prensagem em si) e hoje atinge um nível de excelência altíssimo. A procura é muito grande, o interesse em fazer vinil tem aumentado muito e muitas das solicitações de orçamento têm virado realidade rapidamente. Os clientes estão entendo as facilidades e as vantagens de se prensar no Brasil e isso, junto ao respaldo da qualidade, têm deixado as prensas bem ocupadas. Tanto para vinil de 12″ (140 e 180 gramas) quanto para compactos de 7 polegadas.

URBe – Hoje o mercado está estabelecido? Ou é balela esse papo de mercado do vinil gigante? Quais os números de produção atuais?

RR – Gigante” realmente não é o melhor termo. Os números não são grandes mas são consideráveis para um mercado que ficou parado por uns bons 10 anos e voltou à ativa há menos de 2 anos. Ainda são poucas as lojas que vendem e muitas delas são lojas pequenas e fiéis que, com muita esperteza (preços bons, bom atendimento, não colocando uma margem de lucro excessiva), têm aumentado seus pedidos. Mas com muita insistência algumas barreiras têm sido quebradas e todo novo cliente (loja) que adere ao formato causa um aumento grande nos números. A fábrica hoje produz uma média de 5 mil peças por mês, um crescimento de mais de 200% do ano de 2011 para 2012.

URBe – Qual foi o período mais difícil e as maiores complicações?

RR – O início foi a fase mais complicada. Desconsiderando a fase de reforma da fábrica (todas as prensas foram desmontadas até o último parafuso por uma equipe de altíssimo nível), os impostos, que no Brasil chegam a uma porcentagem absurda, atrapalharam muito no preço de fabricação e a desconfiança da clientela sobre a qualidade do produto final também fez tudo demorar a engrenar. Só depois de um bom tempo com os discos clássicos que a fábrica licenciou na rua é que essa mentalidade foi mudando. A prova da qualidade está na pick-up de grandes colecionadores e adoradores de música com os ótimos resultados atingidos na fabricação de discos como “A Tábua de Esmeraldas” do Jorge Ben e do “Krishnanda” do Pedro Santos.

URBe – Tem o papo dos discos prensados no leste europeu, que são mais baratos. Fale dessa concorrência.

RR – Foi outra complicação desde o começo e que durou até pouco tempo. Como disse, a mentalidade tem mudado muito. Hoje o cliente sabe que pra ficar “super mais barato”, ele tem que trazer uma prensagem inteira ilegalmente dentro da mala, o que não é leve, nem correto. Se você for importar legalmente uma prensagem feita no exterior, o seu preço final será consideravelmente maior do que o que a Polysom oferece hoje. Isso sem contar os que nunca calcularam o valor da passagem pra ir de voltar da Europa. Não vale a pena.

URBe – Quais as perspectivas de mercado? Tem muito mais artista prensando vinis?

RR – A procura cresceu muito no ano passado. Chegou a assustar, pro lado bom da coisa. Cada vez mais o artista (assim como as gravadoras e selos) sabe o quanto agrega a um projeto lançar no formato de vinil. A perspectiva é que ainda melhore e estabilize num ponto mais alto do que nos encontramos agora. A fábrica ainda não chegou na metade de sua capacidade de fabricação. O plano é que estabilize no topo.

URBe – Como você enxerga o papel do vinil na equação da industria fonografica atual? Dá pra desafogar ou as vendas não tem tanto impacto?

RR – Os números não são grandes mas como as vendas de cd também não são mais as mesmas, a equação tem ficado engraçada. Não desafoga as baixas vendas do formato físico, mas tem um impacto gigante no trabalho artístico. Valoriza muito um lançamento. A capa, o som, a atenção que atrai na loja, a posição que ocupa na vida de quem vai a um show e sai com um vinil debaixo do braço. Está mudando a forma como as pessoas enxergam música no Brasil, e isso já vale todo o esforço.

SORTEIO:

Pra ganhar, diga nos comentários qual desses discos você gostaria de receber e por quê. O primeiro pedido para cada disco, com uma resposta decente (sim, o critério é subjetivo, portanto esforce-se), leva a bolacha.

Dado a belezura dos presentes, o número mínimo de participantes é 100. Vou deixar os comentários acumularem e só vou publicá-los depois de chegar a 100 comentários. E pra dar mais emoção, um dos discos será ganho pelo participante número 100, que vai ser o primeiro a escolher, Assim ninguém ficar com medo de publicar atrasado e não ganhar.

Adendo (incluído após a publicação do post): cada pessoa só pode concorrer uma vez, não adianta postar várias vezes tentando vários discos.

Muito importante: não tenho a mais vaga ideia de como fazer pra entregar esses discos aos ganhadores, correio seria uma fortuna. O mais provável é que deixe na Tracks para ser buscado pelos ganhadores, mas ainda nem falei com ninguém da loja. Portanto, concorra por sua conta e risco, e saiba que se estiver no Rio aumentam suas chances de fato receber seu disco.

Resumindo: São 14 discos, o centésimo comentarista tem prioridade na escolha do seu disco. Depois disso, a distribuição segue a partir do primeiro comentário, na ordem de chegada e pedidos, até acabarem as peças.

Abaixo, o Rafael descreve cada peça. Boa sorte!

Atualização: PROMO ENCERRADA!

1 Jorge Ben – Tábua de Esmeralda (Vinil Verde, só existe UM, foi um teste feito na fábrica…)N.E. – esse foi travado, meu disco favorito de todos os tempos
1 Jards Macalé – 1972 – Clássicos em Vinil – 180 gramas
1 Agridocevinil 12″ transparente!– foi um teste, tem 20 desses e vou fazer uma venda especial, peguei um e botei no seu pacote! (Exclusivo)
1 Agridoce – compacto Vermelho – “Ne Parle Pas” (lado B remix de Tejo do Instituto para a mesma música)
1 teste de prensagem “Agridoce” vinil laranja!
1 teste de prensagem Los Hermanos “Ventura” (duplo!)
1 teste de prensagem “Los Hermanos Ao Vivo” (duplo!)
1 teste de prensagem Los Hermanos “4”
1 Teste de Prensagem Pedro Santos – “Krishnanda” (!!!!!!!!!!! Item lindo raríssimo)
1 Teste de Prensagem Cícero“Canções de Apartamento”
1 Teste de Prensagem Black Alien“Babylon By Gus” que relançamos em vinil agora. – N.E. – por muita sorte de vocês não travei esse também
1 Nação Zumbicompacto “Fome de Tudo” – Lado A “Onde Tenho que Ir” – Lado B “A Culpa” (são as faixas que não entraram na versão em vinil 12″ do “Fome de Tud”o, pela questao tempo vs. qualidade)
1 “Voyeur” – compacto da banda eletropop de Recife
1 Boss In Drama“Pure Gold”
1 Panda Bear“Tomboy” – vinil 12″ (conhece isso? é um dos caras do Animal Collective)

Obs: Um teste de prensagem são de três a cinco cópias que são feitas antes da prensagem oficial começar, com rótulo exclusivo, pra se ouvir e saber se está bom, conferir som, peso, etc. Uma vez aprovadas, começa a prensagem. São poucas testes e não são descartados porque estão bons, foram aprovados.

* O URBe reserva-se o direito de mudar a regra completamente se der qualquer tipo de confusão ou mesmo cancelar o sorteio. É uma brincadeira, portanto divirtam-se!

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