segunda-feira

16

junho 2008

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Pode chutar

Written by , Posted in Música, Resenhas


URBe TV: Lykke Li, “Little bit”

Mês passado, Lykke Li passou por Londres fazendo o show de abertura para o Sebastien Tellier. Agora, a sueca reapareceu para uma série de shows só seus.

Não foi apenas a dimensão dos shows ique mudaram. A acolhida calorosa pela imprensa começou a se tranformar em pedradas, sem motivo aparente, além da menina estar começando a se destacar.

De um nome para se prestar atenção para resenhas mornas e músicas espinafradas foi um pulo. O pecado do sucesso, parece, é punido mundo afora.

Tanto a velocidade quanto a voracidade da rede não permitem a um artista flutuar entre esses extremos por muito tempo. Os shows de lançamento do disco em Londres ganharam mais importância. Lykke precisava, novamente, se provar.


URBe TV: El Pero Del Mar

Também da Suécia, o El Perro del Mar ameaçou fazer um show sem graça, que terminou sendo interessante.

As três primeiras músicas enganaram. No formato voz e violão, davam a certeza de mais uma cantora de folk (quantas mais?). Isso até outros músicos chegarem pra tocar piano, baixo, sampler, engrossando o caldo.

A cantora Sarah Assbring, integrante única do El Perro del Mar e que ao vivo tem um timbre lembrando, ainda que de longe, Beth Gibbons (Portishead), colaborou, se arriscando na flauta e no teclado, deixando tudo pronto para a amiga Lykke Li.


URBe TV: Lykke Li, “Can I kick it” (A Tribe Called Quest)

Imagine o susto que a M.I.A. tomaria se um dia acordasse presa no corpo da Britney aos 14 anos, de calcinha e com uma vontade incontrolável de se tornar um chanteuse. Taí uma possível descrição da Lykke Li.

O tema das letras, em boa parte falando de relacionamentos tortos, relembra que a menina tem apenas 22 anos. A voz doce, quase um sussurro, meio infantil, contrasta com a postura no palco, beirando a agressividade. Mesclando com poses ensaiadas com piadas prontas, Lykke vai dominando a platéia.

Antes de “Little bit”, quando fazendo uma brincadeira com a letra, ela pergunta “quem está apaixonado?” e emenda “mas não por mim”, já é tarde demais. As centenas de conterrâneas presentes no show já estão entregues.

Mesmo com as camadas e texturas eletrônicas, ao vivo as músicas do “Youth novels”, o disco de estréia, surgem mais secas e diretas, primas (bem) distantes de uma base produzida por Pharrel Williams.

Quando a aproximação com o universo hip hop começa a se tornar absurda demais, Lykke encerra o show com uma versão de “Can I kick it?”, do grupo de rap A Tribe Called Quest, misturada com “Walk on the wild side” (Lou Reed).

Se ela, mesmo que inconscientemente, estava falando das críticas recebidas recentemente, nem precisava perguntar. É só chutar.

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