Para o alto e avante
Written by urbe, Posted in Música
O horrorendo não ajuda, mas essas casas são importantes e
estão sendo defendidas por alguns moradores da Gávea.
A Zona Sul do Rio não comporta mais gente, isso é um fato. Não existe planejemento urbano nenhum. O dinheiro manda.
Diferente da Europa, onde cidades como Londres ou Paris são baixas e cheias de praças e espaços livres, no Rio cada centímetro livre tem que virar um prédio ou alguma construção (90% das vezes, feia bagarai).
Por isso temos, por exemplo um longo muro correndo do Leblon a Ipanema, formato por prédios gigantescos, colados um no outro, que não deixam espaço nem para o ar circular.
A Gávea já foi um bairro tranquilo e basicamente residencial. Hoje em dia, a Marquês de São Vicente, principal rua do bairro, tem oito farmácias, quatro bancos, um mega shopping, dois pontos de ônibus, um de táxi e quantos você quiser de van, num espaço de dois quarteirões.
O fluxo de gente e carros torna o trânsito (de automóveis ou pessoas) inviável. Mesmo assim, demole-se uma casa antiga pra botar no lugar um prédio de 70 apartamentos.
Pior que isso, o bairro fica descaracterizado, perdendo todo seu comércio local, substituído por redes impessoais de qualquer coisa. Alguns moradores manifestam-se, para tentar impedir o caos.
É o progresso, dizem. E está tem toda parte.
esse assunto é interessante, justamente pela gávea ser um dos bairros do rio, que nasceu planejado, não era para explodir demograficamente. moro no grajaú (um dos outros planejados) e vejo a diferença, em relação ao resto do rio, parece que vivo no interior, apesar de vários prédios serem erguidos em lugar de casarões. pela tranquilidade (que vai ficando abalada) reza até a lenda que caymmi queria comprar uma casa aqui, faz mais de 30 anos.