Os 100 anos da IBM contado por 100 pessoas
Written by urbe, Posted in Urbanidades
O centenário da IBM contado através de 100 pessoas representando uma conquista da empresa no ano em que nasceram, do mais velho para o mais novo. Bom exemplo de como um documentário pode ser utilizado na publicidade de maneira inteligente.
Simplesmente sensacional! Maravilhosa produção, emocionante no ponto certo, sem pieguice, uma história absolutamente viva.
fiquei com preguiça de ver todo.
mas suspeito que eles devem ter deixado de fora parte importante da vida da ibm — sua lucrativa associação com a alemanha nazista.
a ibm forneceu toda a tecnologia que 1) possibilitou à alemanha realizar um grande censo com o objetivo de descobrir quem tinha ascendencia judaica; 2) organizou o fluxo dos trens que levavam judeus para os campos de concentracao; e 3) implementou o sistema de cadastramento dos detentos nos campos.
boa parte dos acordos entre a ibm e o terceiro reich foram feitos por debaixo dos panos, com o auxilio de artimanhas juridicas, porque ja haviam leis nos eua proibindo as empresas de realizarem negocios com os nazistas.
serviço: vcs encontram a história completa em “a ibm e o holocausto”, de edwin black. livro muito mal escrito, mas bem documentado.
Hmmm… Mto bem levantado, Antonio. Isso pode colocar em questão o real valor documental da peça.
No período da 2a Guerra (1938-1945) estão listados como conquistas da empresa:
1938 – Text scoring machine (esse pode ser ambíguo… esse tipo de catalogação pode ser quase uma referência ao que vc diz)
1939 – protótipo do email
1940 – Processador mais rápido
1941 – Desenvolvimento de interfaces para cegos
1942 – Programa de treinamento para pessoas com disabilidades
1943 – Primeira mulher presidente
1944 – Calculadora científica
1945 – Inauguração de um super laboratório
Nenhuma menção a Guerra. . Depois, o marco de 1950 é a chegada da IBM em Israel.
De toda forma, o uso feito pela máquina, em cada uma de suas criações, deveria ter sido analisada? Porque certamente muitos usos questionáveis foram e serão feitos, de qualquer invenção. O que pode diferenciar aqui é o nível de participação e de adequação específica para uma tarefa sinistra.
Diga lá, Antonio.
cara, nesse caso não tem conversa.
não é que a ibm não soubesse — ou nao pudesse “prever” — que sua tecnologia de cartões perfurados acabasse sendo utilizada de uma forma não-planejada, distorcida, criminosa.
a ibm sabia exatamente para quais propositos sua tecnologia seria utilizada pela alemanha nazista.
foi encomenda sob medida. pedido feito, pedido entregue.
muitas dessas encomendas, repito, aconteceram enquanto ja vigoravam leis proibindo o comercio entre empresas americanas e o terceiro reich.
simples assim: às favas com os escrúpulos. os eua ainda estavam se recuperando do crash de 29, e thomas j. watson, então ceo da ibm, decidiu que faria o que fosse preciso para ganhar dinheiro.
abs
Creio que são bastante pertinentes os comentários do Antônio, mas eu agregaria um fator que me parece muito importante. A tecnologia, em si, não é boa nem má e ao longo da história, especialmente a história do Século XX, há exemplos inúmeros de como a tecnologia foi usada tanto para desenvolver a vida humana como para destruí-la. Certamente esse fornecimento à Alemanha Nazista, inclusive pelo fato ter sido tão relevante em nossa história recente, é uma das facetas ruins, não da tecnologia em si, mas da própria humanidade. O que eu particularmente gosto nesse trabalho documentário/publicitário que a IBM fez é porque ele destaca os usos da tecnologia para algo construtivo. Em tempos em que tantas más notícias nos tomam, parece-me no mínimo interessante conhecer esse outro lado.
Antonio,
Va se catar, quem comanda a máquina é o ser humano … as vezes podre de pensamento tanto quanto você.
andré kano e rafael,
se vcs (re)lerem meus comentários com calma, perceberão que em nenhum momento eu culpo a tecnologia em si — o que seria um reducionismo tosco –, mas sim a ganância de uma empresa.
claro que a tecnologia depende do uso que lhe é dado por nós humanos. esta é uma constatação tão óbvia que sequer precisamos debater acerca dela.
o que eu achei “curioso” — e o que motivou meu comentário — foi que uma empresa de tecnologia tenha feito um video de sua história deixando de fora justamente uma parte tão (tristemente) importante do uso desta tecnologia, que aliás lhe garantiu fôlego financeiro em épocas de vacas magras.
não vejo nada de “podre” em levantar este ponto.
abs
sera que hoje voce consegue viver sem internet. no mundo moderno voce sera considerado ANALFABETO; AINDA QUE TIVEMOS E TEMOS IBM ,GOOGLE E OUTRAS;
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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