terça-feira

28

agosto 2007

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O sinal

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Tida como atual grande revelação do circuito independente, com um hit virtual circulando há um ano na rede e escalados para o TIM Festival 2007, o Vanguart lança seu disco de estréia, homônimo, encartado na revista OutraCoisa.

A inclinação pouco filtrada ao folk de Bob Dylan e as emulações dos vocais de Thom Yorke, duas referências imediatas (ou, juntando as duas coisas, um Radiohead fase “Pablo honey”/”The bends”), somadas a postura um tanto universitária “uhú, tô de saia na capa” que se espalha pelas letras, atrapalham o andamento de um disco com bons momentos.

Houve um tempo em que toda banda independente brasileira cantava em inglês, sem nenhum propósito além de imitar os gringos ou esconder letras ruins sob a desculpa esfarrapada de que “compor em inglês é mais fácil”.

Nos anos 90, uma leva de grupos (formada por Raimundos, Planet Hemp, Skank, Rappa e outros) se estabeleceu cantando em português, facilitando a comunicação e (re)estabelecendo outro padrão. De lá pra cá, a “regra” (ainda bem) é as bandas cantarem em português.

Com o mundo a poucos cliques de distância, ultimamente alguns grupos voltaram a cantar em inglês, de olho no mercado exterior (salve Tom Jobim!), no rastro do sucesso do Cansei de Ser Sexy (muito embora o Bonde do Rolê tenha chegado lá sem utilizar desse artifício).

O Vanguart, por sua vez, divide suas composições entre três idiomas: português, inglês e espanhol. Se o objetivo do grupo não for o sucesso internacional, não fica claro o porquê dessa opção. Sobretudo por um pequeno detalhe.

Os três grandes momentos do disco são “Semáforo” (o tal hit virtual), “Cachaça” e “Para abrir os olhos”. Não por coincidência, todas elas em português. Faz pensar que belo disco não seria se as outras músicas não tivessem seguido o mesmo caminho. Não por xenofobia, mas pelo simples fato de as composições em português serem muito superiores as outras.

Por enquanto, vale o refrão do sucesso do grupo: Só acredito no “Semáforo”.

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