quinta-feira

12

maio 2005

0

COMMENTS

O Globo Online, 12/05/05

Written by , Posted in Imprensa

quase famosos.jpg

Matéria sobre a viagem das bandas independentes para o prêmio Dynamite 2005 (Na estrada com os quase famosos) que escrevi para o Rio Fanzine Online (O Globo).

———–

Na estrada com os Quase Famosos

Bruno Natal (especial para o Rio fanzine)

Os Quase Famosos conversam durante a viagem Um ônibus, muitos instrumentos e horas e mais horas de viagem pelas estradas cumprindo a agenda de shows. Para muitos, esse é o estereótipo do dia-a-dia de uma banda. No entanto, para quem está começando, as coisas são diferentes. Um ônibus com todo conforto só pra sua banda, por exemplo, é um sonho distante.

A viagem do indicados cariocas ao Prêmio Claro de Música Independente para cerimônia de premiação serve pra ilustrar isso. Representantes de nada menos que 16 bandas — fora jornalistas e produtores ? embarcaram, juntos, na última terça-feira para um bate-e-volta até São Paulo para curtir a festa. Esse ônibus sim merecia o título “Quase famosos”.

O elenco reuniu boa parte do underground carioca; estrelando Hill Valleys, Ramirez, Carbona, Pic-nic, Stellabella, Martha V, Lasciva Lula, Nelson & Os Gonçalves, Leonardo Panço, Nervoso, Bnegão e os Seletores de Freqüência, Silvertape, Rogério Skylab, apresentando Moptop e com participação especial do Leela. Na equipe técnica estavam o produtor Sketch, Zé Felipe (Teatro Odisséia), Capitão Presença e Juca (Tarja Preta), Rodrigo Quik (Ruído Festival) e Renato Lima (Mosh!). A direção foi de Marcos Bragatto, editor da revista Dynamite, organizadora do prêmio.

Muito mais do que uma busca por troféus, fama e groupies ensandecidas, a viagem serviu para unir ainda mais as bandas, para quem nunca tinha se visto, se conhecer e para traçar novos planos de dominação mundial.

Como não podia deixar de ser, voaram farpas pra todos os lados: pra indústria do jabá, para diretores artísticos de gravadora que não sabem nem onde fica o Canecão, pra falta de boas casas e para o estranho hábito dos produtores de show de não pagar cachê. Mania, aliás, que anda piorando. Ultimamente, mesmo eventos com patrocínios gigantescos tem apelado para o velho truque do não-tem-verba-mas-a-exposição-é-boa. Preocupante. Até pro Zico, coitado, sobrou. O Galinho foi alvo de comparações absurdas com o Maradona.

Em São Paulo, a farra começou bem carioca. Logo de cara, Rogério Skylab faturou o troféu de melhor album de MPB e em seguida, Hill Valleys, Ramirez e Carbona fizeram uma apresentação tripla. Depois disso, as coisas esfriaram. No final das contas, o Rio conquistou quatro das 19 categorias. Black Alien (hip hop), a revista Outracoisa (veículo impresso) e seu dono, Lobão (personalidade 2004) completaram o placar.

Sem motivo aparente, lá pelas tantas o apresentador Supla deu um chilique no palco. Atirou o pedestal do microfone na platéia e começou a andar sobre o público, utilizando como degrau as cadeiras, as cabeças e as mãos das pessoas. Renato Lima, editor da revista Mosh!, fraturou um dos dedos da mão direita na “brincadeira”. Segundo Bragatto, o desenhista já falou com Supla e ele se comprometeu a cobrir os prejuízos.

Como era de se esperar, a apresentação foi cansativa. Normal. Prêmio que se preze tem que ser chato. O que vale é o encontro. Não é todo dia que se presencia alguns dos principais nomes da cena carioca cantando, aos berros, “Festa no apê” as 2h da manhã.

Deixe uma resposta

Deixe uma resposta