quarta-feira

30

abril 2008

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O Globo, Abril/2008

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Resenha do show da volta do Portishead, em Londres, que escrevi para o Rio Fanzine, no jornal O Globo.

Terceiro

Desde que iniciou a turnê do atual disco, “Third”, no final do ano passado, o Portishead não havia ainda tocado em Londres. Fazia 11 anos desde o último show na cidade, então a expectativa era grande no Hammersmith Apollo.

Ao que parece, o trio de Bristol também estava ansioso com a apresentação. Como foi apontado no RF on line pelo Calbuque, após o show o guitarrista Adrian Utley escreveu: “A noite foi boa, as pessoas foram simpáticas e o som estava bom, mas é duro tocar suas músicas quando você consegue ouvir as pessoa batendo papo. Seria mais barato ir para um pub”.

Talvez o recado dado logo na abertura, com “Silence” e seu curioso sample em português, não tenha sido sutil demais, porém, comparado com o público de uma certa cidade, a platéia estava até bem quieta.

Um problema técnico nas primeiras músicas, fez a banda interromper o show logo após “Mysterons”. Acompanhados pelos cascudos Clive Deamer (bateria), Jim Barr (baixo e guitarra) e John Baggott (teclados), Geoff Barrow (produção, programação e toca-discos) e ela, Beth Gibbons (vocal), voltaram rapidamente para hipnotizar a massa de trintões saudosistas.

Vestidos todos de preto, ao vivo o Portishead pareceu menos dark do que nos discos (ou, no mínimo, menos pesado), talvez pela maior ênfase na guitarra e bateria do novo trabalho. As músicas do “Third”, que dividiu opiniões, se misturam com o repertório dos outros dois de maneira mais natural do que se poderia esperar numa primeira audição.

Agarrada ao microfone, e sem poder fumar (hoje em dia, na Inglaterra, é proibido fumar em lugares fechados e isso se extende ao palco), Gibbons não disse uma palavra ao público, comunicando-se através de sua interpretação sofrida.

Se o som é datado, certamente é num sentido positivo. Talvez seja mais justo falar em uma sonoridade que marcou uma época, não o contrário.

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