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janeiro 2006

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O Globo, 27/01/2006

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Ilustração: Acme

Matéria sobre a Iky’x tape Vol. 1, 2004/2005, que escrevi para o Rio Fanzine (O Globo).

As 28 músicas estão estão pra jogo, de “Ralge daopacha”, com Chapadão cantando em TTK, dialeto originado no Catete (Tetecá, em que as sílabas das palavras são pronunciadas de trás pra frente) à “Cobra cega”, cantada por Gil.

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O hip hop carioca está bem na fita
Bruno Natal especial para o Rio Fanzine

Gravar uma mixtape é a forma mais prática de divulgação para um DJ. As fitinhas são praticamente uma instituição no universo hip hop. Com o passar dos anos, não foi só a mídia que mudou — hoje, lógico, são distribuídas em CD ou MP3 — o conceito também se transformou.

Se antes continham uma seleção musical mixada pelo DJ que assinasse a fita, atualmente as mixtapes têm sido utilizadas para expor trabalhos inéditos, funcionando como uma coletânea de novos talentos.

A “Iky’x tape vol. 1, 2004/2005”, lançada no final de 2005 pelo produtor e MC Iky Castilho, é assim. Com uma parte gráfica bem cuidada, traz pepitas quase perdidas do Campo de Concentração, mistura de estúdio e casa onde o MC Aori, o DJ Babão (Inumanos) e Iky moraram juntos.

As 28 músicas são inéditas e foram produzidas por Iky, que usou programações feitas em MPC e samples de Originais do Samba e Egberto Gismonti:

— Produzi 23 bases, algumas em parceria com Mahal (filho de Luiz Melodia), Mr. Brake e Babão, mais duas do francês Damian Seth e dois instrumentais gringos.

A lista de participações é um verdadeiro “quem é quem” do hip hop carioca. Estão lá desde nomes conhecidos, como Aori e o DJ Babão, Shawlin e Tapechu (Quinto Andar), Kamau (Instituto), Max B.O. e Marechal, a rappers em ascensão, como Jovem Cerebral, Funk, Menor do Chapa, Chapadão, Bacon, Gil e Papo Reto. Todos sempre presentes na Batalha do Real ou na Liga dos MCs, eventos organizados pela rapaziada da Brutal Crew.

— Escolhi os MCs pela galera que costumava ir lá em casa e tentei fazer uma representação de várias áreas. O Chapadão é do Irajá, o Menor é do Turano, o Jovem Cerebral é da Mineira, o B.O. é de São Paulo. Lembrei do cara exatamente com a batida — fala Iky.

A mixtape é só o começo. Este ano ainda devem vir os discos solos de Shawlin, Marechal e outro projeto de Iky, o VR Swings. Enquanto isso, Aori participa do novo disco de D2:

— Gravamos um som irado — conta ele. — O Marechal tá junto nessa. Ainda não sei o nome oficial da música, mas ela fala do meu bairro, a Lapa, da nossa história. Está muito legal.

Enquanto nada disso acontece, a melhor maneira de conferir o som dessa rapaziada é ao vivo. Na semana que vem, a Liga dos MCs invade o Sérgio Porto, encerrando a programação do Humaitá pra Peixe.

— Vão ser os melhores colocados da Liga no ano passado, incluindo o campeão, MC Beleza. Vai ser bem diferente, porque geralmente nas batalhas os MCs não cantam, só disputam rimas. Nesse a galera vai cantar — explica Aori.

O negócio é cantar junto.

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