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14

maio 2004

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O Globo, 14/05/2004

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Matéria sobre o primeiro livro do cartunista Allan Sieber que escrevi para o Rio Fanzine (O Globo).

Três vivas para a tosqueira

O que esperar de um cartunista que define o potencial público do seu primeiro grande lançamento da seguinte maneira:

— Acho que o livro é pra todas as pessoas de mau gosto que gostam do meu trabalho.

A idéia surgiu em 2003. Allan Sieber, que além de charges, produz animações como o clássico “Deus é pai” e mantém um site de cartuns (www.allansieber.com), percebeu que tinha um bom número de tiras. Então ele selecionou as melhores, montou um projeto e foi atrás de algumas editoras. A Conrad mordeu a isca e embarcou no projeto.

A edição de luxo vem numa caixa especial, acompanhada de comentários do cineasta Jorge Furtado, diretor e roteirista de “Houve uma vez dois verões” e “O homem que copiava”, de quem Allan é parceiro (são deles as animações em ambos os filmes).

O livro é uma compilação das melhores tiras “Preto no Branco”, originalmente publicadas online no site da Edições Tonto (www.tonto.com.br). Apesar de ser uma de suas principais características, o trabalho de Allan não é feito apenas de escatologias e outras perversões. Ele também traz reflexões e “Preto no branco” talvez seja sua criação onde isso é mais perceptível.

Auto-referencial ao extremo, a ponto de algumas vezes os quadrinhos contarem com a participação do alter-ego do autor, nada está ali gratuitamente. E voa farpa pra todo lado: religião, patrões, artistas, dificuldades financeiras, não sobra nada de pé. A acidez e o sarcasmo acabam servindo como uma forma de expressar seu inconformismo.

— O título se refere ao próprio visual da tira, preta e branca, além de passar uma idéia de colocar as coisas “às claras” — explica o autor.

Apesar de já ter lançado dois livros, “As piadas vagabundas do Steven” e “As últimas palavras”, ambos foram projetos mais modestos. — Desse tamanho, é o meu primeiro — admite Allan, para em seguida, bem ao seu estilo, falar de suas expectativas.

— Fico feliz que o livro tenha sido lançado por uma grande editora e tenha uma boa distribuição. Agora, se vai vender já é outro papo.

Calma, Allan, estamos do teu lado.

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