quarta-feira

4

janeiro 2006

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Ninguém é feito de açucar

Written by , Posted in Resenhas

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Lasciva Lula
foto: Joca Vidal

Toda edição do Humaitá pra Peixe, pelo menos um dia é agraciado com um temporal, daqueles de alagar ruas, geralmente espantando parte do público e esfriando um pouco as apresentações. Pois bem, a profecia se cumpriu e quase tudo isso aconteceu ontem no Sergio Porto. Desabou uma água, ruas alagaram e muita gente deixou de ir aos shows do Lasciva Lula e do Carbona.

Só uma coisa não aconteceu: com cerca de metade da lotação (imagina se não tivesse chovido),a platéia continuou quente e o HPP conseguiu atravessar o segundo dia, mesmo entre chuvas e trovoadas.

Quando os cabo-frienses do Lasciva Lula abriram a noite, estava claro que bastante gente resolveu enfrentar a chuva para ouvir boa música. E o Lasciva Lula não decepcionou. O rock básico, tem pegada indie (eles são fãs do Pixies) e ao mesmo tempo pop (várias músicas tem potencial radiofônico), ainda assim sem muita firula. O diferencial são mesmo as quebras de andamento, as paradinhas e as melodias crescentes.

O vocal gritado na medida (em alguns momentos lembrando Beto Bruno, do Cachorro Grande) e as boas letras do vocalista e guitarrista Felipe Schuery , somado as levadas contagiantes tocadas por Jamil Li Causi (baixo e voz), Guga Bruno (guitarra), Marcello Cals (bateria), garantiram a boa apresentação. Com 8 anos de estrada, a banda conta com um público fiel e barulhento, ajudando o Lasciva Lula a se sentir em casa.

Depois de três EPs e sem repetir nenhuma fórmula, o Lasciva Lula se prepara para lançar seu primeiro disco cheio, com 12 músicas. Pra você ver, a banda nem tem disco e já tem um hit, “Casal de velhos”.

Os veteranos do Carbona tocaram em seguida. Com sete discos lançados e 250 shows nas costas, a banda é formada por verdadeiros operários do rock. São eles; Henrique Badke (guitarra e vocal), Melvin (baixo) e Pedro (bateria). Apenas o Melvin já tocou no Acabou la Tequila, Leela, Hill Valleys e sabe-se lá quantas outras bandas do underground carioca.

O trio agitou o Sergio Porto com seu punk rock inspirado no Ramones pra um grupo de seguidores tão fiéis quanto os do Lasciva Lula até a direção da casa mandar parar, por conta do horário.

Semana que vem tem mais, tomara que não chova. Mas se chover, deixe a preguiça de lado e não perca. Mesmo enxarcado, o HPP vale a pena. E você não é feito de açucar.

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