terça-feira

7

julho 2009

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Motim

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ahã.

Semana passada, para surpresa de alguns, o Pirate Bay foi vendido para uma empresa sueca por 7,7 milhões de dólares, uma bela soma para um saite dito altruísta.

O choque se dá pelo fato do saite, sinônimo de troca de arquivos utilizando o protocolo bit torrent, pregar, muitas vezes de maneira infantil, contra quem lucra com a venda de conteúdo de entretenimento.

A discussão sobre verdadeiras motivações do Pirate Bay já vinha esquentando. Se até um partido político foi fundado para defender a filosofia da livre troca de arquivos foi feito, o fato do saite lucrar com a venda de anúncios já gerava desconfiança, por ser no mínimo incoerente com seu discurso.

Questões parecidas atormentam o YouTube. Criado para hospedar conteúdo gerado pelo usuário, o que realmente gera acesso são vídeos ripados de programas de TV, clipes, músicas e filmes protegidos por direito autoral e disponibilizados no saite sem compensação financeira para os autores.

Não apenas as sociedades arrecadadoras de direitos autorias não concordam com os valores de pagamento propostos pelo YouTube, como também não está claramente definido os direitos e compensações sobre o uso de conteúdo inédito gerado pelos usuários.

A polêmica sobre quem paga essa conta é uma das principais discussões do setor. Fala-se muito sobre como a troca de arquivos é uma excelente forma de divulgação, de maneiras com as quais saites podem monetizar a rede que criaram e até como compensar os usuários que fazem os arquivos girarem.

Fala-se pouco sobre quem vai pagar a conta da produção dos conteúdos disponibilizados. Fala-se menos ainda sobre uma questão mais espinhosa: e quem não quiser fazer parte disso, por não enxergar essas trocas gratuitas como algo vantajoso?

Ao menos em teoria, deveria caber aos criadores de cada obra a decisão sobre a maneira como a quer ver circulando. Embora existam muitos artistas (músicos e cineastas) que espontânemente disponibilizam suas obras gratuitamente, porém, tudo indica, o que circula forte nas redes são conteúdos protegidos.

Agora que os novos donos do Pirabe Bay começam a apresentar o plano de negócios, totalmente baseado na comunidade construída no saite, fica a sensação de que os usuários eram na realidade ativos de uma empresa.

Mais do que isso, mesmo para quem não é contra a troca dos arquivos, fica agora um gosto amargo. Falo de cadeira, pois tenho vários filmes que produzi e dirigi espalhados por bit torrents, sem ver maiores problemas nisso.

Entretanto, uma coisa é ver o seu trabalho distribuído livremente, chegando a milhares de pessoas gratuitamente. Outra, totalmetne diferente, é ver gente lucrando bastante com isso.

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  1. duda
  2. Bruno Natal
  3. duda

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