Mostra Instrumental Contemporânea no Rio
Written by urbe, Posted in Música
Guizado
A Mostra Instrumental Contemporânea foi repleta de surpresas. O próprio evento, gratuito, era uma das maiores.
Foi preciso uma turma do Recife (a Coquetel Molotov) vir pro Rio para produzir esse mini-festival com verba da Caixa. Apesar da produtora já fazer coisas há algum tempo, em Recife e em São Paulo, e só agora conseguiu aportar aqui.
Isso tudo deve significar alguma coisa.
Não é de hoje que o Rio anda com a reputação arranhada em termos de produção. Dias desses, falando sobre a cena em SP numa entrevista para MTV, Fernando Catatau (Cidadão Instigado) disse que enquanto as pessoa vão para lá para trabalhar, no Rio o povo “só quer ir pra praia”.
Há um grande exagero nessa declaração, é fato, porém cada vez menos eventos de grande porte e mesmo os alternativos dão as caras por aqui. Muita gente aponta uma falta de profissionalismo dos produtores locais, enquanto esses falam que o público não comparece, todos com sua parcela de razão.
Enquanto issso, a cena carioca afunda, como a atual fraca de bandas, fraquinha, demonstra.
Tudo isso pra dizer que, rumando para o Teatro Nelson Rodrigues, encarando como uma obrigação moral vencer a preguiça e comparecer a um evento bacana, só conseguia imaginar que a casa estaria vazia. O local, no Centro, não é exatamente “logo ali”, ainda mais num final de semana. Ao menos o horário, 19h30, ajudava bastante.
A Banda de Joseph Tourton
A molecada da Banda de Joseph Tourton mostrou seu rock intrumental com com flautas, sintetizadores e as referências ensolaradas típicas das bandas de Recife. Liderados pelo trompete de Gui Mendonça, com Curumin na bateria e Regis Damasceno (Cidadão Instigado) na guitarra, um show do Guizado faz valer o ingresso só pelo encontro dos músicos que formam a banda.
A principal surpresa da noite não era nenhuma das bandas, dessas já se sabia que viria coisa boa. Ver a casa cheia foi inesperado. Cerca de 100 pessoas (no chutômetro) 146 compareceram para conferir os shows. Na noite anterior foram mais de 200, segundo a produção.
Nenhuma das bandas pode ser considerada exatamente uma atração popular. Sinal de que há sim público se o evento for bem organizado e tiver uma boa escalação.
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O Joca Vidal mandou dois vídeos das apresentações de sexta, Binário e Caldo de Piaba:
Binário
Caldo de Piaba
Na sexta o público era ainda maior. A casa lotou pra apresentação da Caldo de Piaba, pessoas de pé inclusive assistiram aos rapazes do Acre. Na sequência houve uma esvaziada pro show do Binário, ainda assim contando com pelo menos 200 pessoas na plateia, esses porém, pareceram fãs de longa data da banda.
No sábado, creio que mais de 100 pessoas assistiram, sabendo que a capacidade da casa é de mais de 300 espectadores.
Obrigado pelas palavras de incentivo e pelo apoio, Bruno! Ficamos bem felizes em ter realizado essa mostra. Com certeza mais coisas vão rolar por aí no Rio. Vamos aguardar! Abs!
e que venha a próxima mostra… com hurtmold e burro morto!
Tive oportunidade de ir ao festival no sáb e pude conferir o nível acima q é uma produçao + bandas de ótima qualidade!A energia da molecada do Joseph Tourton e o refinamento jazzistico urbano do Guizado foram uma grande limpeza na alma!Pena o ambiente ser mais para eventos teatrais(com aquelas cadeiras q limitam),mas valeu muito a pena!
Sobre o discurso sobre produção no Rio,eu prefiro uma frase q costumo usar pra várias coisas na vida:”O Império do Mal já venceu…Temos é q oferecer resistência e tornar a vitória deles beeem cara!”Fica um grande ‘para os bens’ para produção do Coquetel Molotov e para galera do OESQUEMA…Pro Fernando Catatau,aquela básica:”se vc não e parte da solução,vc é parte do problema”
Eu sempre disse isso que vc fala no final: “Sinal de que há sim público se o evento for bem organizado e tiver uma boa escalação.” Sem falar na boa comunicação do evento, que soube segmentar o seu publico e fazer uma divulgação bem legal… Não pude ir mas pelo seu post vi que foi showzaço.
Essa falta de planejamento de comunicação de shows e festivais menores aqui no rio ja não é de agora.. Muitos shows ficam fazios pq as pessoas simplesmente não sabem que o show vai acontecer…
E o pior é que hoje com a internet fazer uma divulgação em blogs, redes sociais ficou fácil e a custo ZERO….
É claro que o publico tem sua parcela de culpa, mas muito por causa da pessiam qualidade dos locais (som ruim, bebida ruim… espaço pequno etc) o shows sempre serem em horario estranhos e quase sempre começarem atrasados…
Público tem, é só os produtores começarem a tratar-nos melhores…
Agora é convencer Alex Werner para fazer a Laetitia Sadier (Stereolab/Monade) aí em abril com o Coquetel Molotov. =)
Bruno, disponibilizei o áudio do matador show da Banda de Joseph Tourton no Rock in Press. Baixa porque a parada é muito boa e tá com uma qualidade excelente!
http://www.4shared.com/file/244398353/221e81e9/A_Banda_de_Joseph_Tourton_-_Ao.html
/URBe
por Bruno Natal
Cultura digital, música, urbanidades, documentários e jornalismo.
Não foi exatamente assim que começou, lá em 2003, e ainda deve mudar muito. A graça é essa.
falaurbe [@] gmail.com
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