quarta-feira

16

maio 2012

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Mogwai (ou James Blake de cabeça pra baixo)

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foto: Filipe Marques

O SHOW DO MOGWAI FOI UMA EXPERIÊNCIA TRANSCENDENTAL, UMA ELEVAÇÃO ESPIRITUAL CAUSADA PELA ENTREGA AOS TRANSES PROPOSTOS PELOS ESCOCESES. OS QUE PRESENCIARAM O MASSACRE ESTÃO ASSIM HOJE, FALANDO ALTO A BEÇA, COM OS OUVIDOS AINDA ZUNINDO DE ONTEM.

Dois dias depois do James Blake embasbacar os presentes com um show repleto de silêncios e ambiências, onde os “shhhh” quase viraram parte dos arranjos em determinados momentos, o Mogwai fez o extremo oposto no Circo Voador: amassou a moleira de mais de 700 pessoas com uma parede sonora ensurdecedora, fazendo a tenda tremer.

Mogwai
foto: Joca Vidal

Dez anos depois da histórica apresentação no Armazém do Cais do Porto, onde rebocos do teto caiam devido a pressão sonora, a banda voltou a cidade. O que para ouvidos fechados pode simplesmente soar como uma maçaroca sonora, é repleta de detalhes e sutilezas, reveladas pela excelente mixagem do técnico de som da banda.

O volume espantoso não é mera tiração de onda adolescente, é fundamental para que as melodias produzidas pelo Mogwai, enterradas em densas camadas de guitarra, consigam escapar e brilhar. O que se vê no palco é um exercício de domesticação de guitarras em fúria.

Quando conseguem acalmar o som (algo que, de maneira geral, vem mesmo acontecendo nos últimos discos), um desavisado pode se deixar enganar e cair nas armadilhas das dinâmicas poderosas da banda. Correndo o sério risco de cair pra trás de susto, o ouvinte acredita no teclado na frente, esquecendo-se que a qualquer momento as guitarras explodiram novamente. Um engano e tanto.

As músicas:


foto: Joca Vidal

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