segunda-feira

15

maio 2006

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Lua dub

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Easy Star All Stars: “Time”

O conjunto Easy Star All Stars, responsável pela versão inna dub style do clássico do Pink Floyd “Dark Side of the Moon”, apareceu pelo Brasil para uma série de apresentações do disco “Dub Side of the Moon”. O roteiro incluiu Rio, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte.

A tarefa era complicada; transpor para o palco as delicadas camadas do disco e repetir ao vivo o que deu tão certo quando foi gravado: transformar psicodelia rock em psicodelia reggae. O MC talvez tenha tido a missão mais ingrata, ao ter que refazer vocais que no disco são cantados por nomes como Ranking Joe.

A banda afiada deu conta direitinho. Começando com um aquecimento de umas cinco músicas próprias antes de entrar no repertório do disco — que foi tocado na ordem — o Easy Star All Stars adiantou a versão interessante de “Climb up the walls”, do Radiohead, que vai estar na próxima experiência do grupo, a releitura de “Ok Computer”, chamada “Radiodread”. Agora é esperar o disco sair pra ouvir o resto.

A Via Funchal não lotou, mas ficou cheia, na noite que também teve apresentações do DubVersão e do Firebug, com participação de BNegão dando um sabão no D2. O público cantou junto em várias músicas, como “Time” e “Us & them”.

Faltou mais pressão no grave da casa (como já havia acontecido no show do Massive Attack, em 2004), porém nada que estragasse a noite. Só a oportunidade de ver uma boa banda de reggae passando longe do óbvio “tributo a Bob Marley”, coisa difícil de acontecer por aqui, já valeu o ingresso.

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Joca Vidal conta como foi o show no Rio:

O lado dub do Rio

Que o evento ia ficar cheio, ninguém duvidava. Só não dava pra imaginar que ia ficaria lotado. O próprio pessoal do Circo Voador estava na dúvida se iria “bombar” mesmo, afinal muita coisa estava em jogo naquele dia, principalmente custos. Devem estar sorrindo até agora.

Como de costume aqui na Cidade Maravilhosa, o público foi chegando bem aos poucos. 1 da manhã e metade do Circo tinha acabado de ser preenchida. A outra metade, só 1 hora depois, quando a banda entrou no palco.

Antes deles, o coletivo Sound System Attack começou a tocar por volta das 23h. Escalados para serem a primeira atração, o Digitaldubs se recusou a entrar no palco e preferiu deixar rolando o novo disco de Lucas Santtana, integrante do Sensorial Sistema de Som (ao lado de David Cole).

O Sensorial abriu oficialmente os trabalhos, seguido pelo Sozales Dub. O pessoal ia chegando e aos poucos uma pista ia surgindo. Chico Dub fez o seu set, privilegiando a mistura de dub com eletrônica e tocando nomes como Roots Manuva.

Quando o Urcasônica entrou, já tinha um pessoal atento as batidas do dub/dancehall, até mesmo porque eles levaram as suas “Uh-tererês Queens” para dançarem no palco enquanto discotecavam. Quando o set do Urca acabou o Digitaldubs entrou e começou uma combination entre todos os sounds, cada um tocando uma música. Foi nessa vibe que chegaram os integrantes do Easy Star All Stars.

Ovacionados assim que entraram no palco, o Easy Star All Stars demorarou para mandar os petardos de “Dub Side Of The Moon”. Antes da primeira música do disco, foram apresentados vários sons do selo do Easy Star, como “Fighting”.

45 minutos depois e o público já estava tenso. Aos primeiros acordes de “Time” o Circo veio abaixo! O sorriso nos rostos das pessoas (e dos músicos) era cintilante. Um clima de misticismo misturado com uma pressão que vinha de todos os lados era responsável pelo momento mágico que todos esperavam.

“The Great Gig In The Sky”, “Money” e “Us And Them” adaptaram o som clássico do Pink Floyd à modernidade da emergente cena dub carioca. Mas não foi só isso: o Easy Star ainda manteve a vibe com clássicos como “World a Reggae” (de Ini Kamoze, inspirador de “Welcome To Jamrock”, clássico contemporâneo), “Climbing Up The Walls”, do Radiohead e “Steppin’ Out” (o riddim, instrumental). Duas horas depois o público já se dava por satisfeito.

Todos foram unânimes em repetir que o show foi histórico. O engraçado foi ver que, no dia seguinte, um monte de amigos esteve por lá e nem deu para encontrar. Isso mostra que o público está atento ao que vem de fora e realmente representa algo original, inovador. Se o show fosse apenas uma cópia do disco não ia ter tanta graça.

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