sábado

19

fevereiro 2011

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LCD no Rio: O início do fim

Written by , Posted in Música, Resenhas


vídeo: Daniel Ferro
fotos: Esper, Schlaepfer (I Hate Flash) + Ramon Moreira

Abrindo a útlima turnê brasileira do LCD Soundsystem, o show do Rio foi também o primeiro desde que James Murphy anunciou que a banda vai acabar em abril, com um show de despedida no Madison Square Garden. O início do fim.

Quando soube os detalhes da mobilização que trouxe a banda ao Rio, via Queremos, pouco antes do show, James Murphy pirou. Fez questão de agradecer o público no palco, topou gravar o vídeo, liberou a filmagem de algumas músicas e todo o resto que só acontece quando o artista está muito a vontade.

Mesmo com a importância da banda e da noite, vai saber porque o Vivo Rio encheu, mas não abarrotou, para assistir o adeus do LCD. Foram quase 2 mil pessoas, mas ainda assim deveria ter tido muito mais gente.

Quem foi viu um show pra lá de especial. Enxuto, sim, foram 14 músicas e nenhum bis, sem cumprir as prometidas 2h15 de duração, porém ainda assim, muito especial. Até o som, sempre um problema por conta da acústica da casa, estava bom, embora estivesse baixo para evitar as conhecidas reverberações assassinas do local.

O show começou com as mais calmas e foi crescendo, de “Dance Yrself Clean” a “Home”, replicando o que acontece individualmente nas próprias músicas do LCD, sempre ladeira acima, até terminar numa guinada para baixo, com a balada deprê “NY I Love You”.

A banda saiu do palco e não voltou mais, mesmo com a gritaria do público. Ninguém entendeu nada e, quando a banda foi tentar voltar pra atender os pedidos, o palco já estava desmontado.

Com o show terminado, o simpático James Murphy explicou o “não bis”, dizendo que realmente não tinha mais nada ensaiado pra tocar (se a volta tivesse dado certo, teria sido pra um improviso), porque para ele, esse tipo de bis armado, em que se guarda algumas músicas pra tocar depois de sair do palco, não fazia sentido.

Enquanto preparava um café expresso na sua máquina portátil, continuou a explicação, falando que o bis era um bom exemplo pra ilustrar a decisão pelo fim do LCD. Segundo ele, o objetivo nunca foi se tornar uma banda grande e, nesse momento, o LCD estaria a um passo inevitável disso se continuasse. A obrigação de um bis falso é o que acontece quando se fica grande demais.

Murphy ainda falou da matemática por trás da decisão, explicando que da decisão de fazer um novo disco até o final da respectiva turnê, estamos falando de dois ou três anos. Aos 41 anos, Murphy disse que quer fazer planos a curto prazo, de 3 ou 4 meses, e de que precisa de tempo para, entre outras coisas, poder ser pai.

Difícil contra-argumentar. Se antes mesmo de um hipotético quarto disco o pensamento já é esse, melhor mesmo nem começar. Além do que, banda boa termina, preferencialmente no auge. E depois volta. O que não vale é ficar se arrastando no palco, repetindo velhas formas. Uma banda influente como LCD não mereceria isso.

Focando no seu selo, o DFA Records, Murphy falou sobre uma festa fixa anual por essas bandas. Não seria nada mal. Como se pode ver, até falando em descansar, o líder do LCD pensa em novos projetos. O LCD pode parar, porém ele dificilmente vai conseguir ficar quieto. Pode esperar.


Dois set lists diferentes, o que valeu foi o fora de foco, acima na foto

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  1. tomas
  2. Bruno Natal
  3. Polla

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