domingo

25

fevereiro 2007

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Lupe Fiasco, "Kick Push"

Written by , Posted in Música

Nascido em Chicago, o muçulmano Wasalu Muhammad Jaco, chamado pelos colegas apenas de Lu, ficou mais conhecido com o apelido que inventou pra ele mesmo: Lupe Fiasco. Escalado para o Coachella 2007, o rapper terá a tarefa de o belo show do seu parceiro Kanye West no festival, em 2006.

A primeira grande aparição de Lupe Fiasco foi em uma faixa do disco “Late registration”, do próprio Kanye, “Touch the sky”. Pouco depois, o single “Kick push”, do clipe acima, catalisou o nome de Lupe no cenário americano.

Produzida por Soundtrakk, a música foi indicada em três categorias no último Grammy. Não levou nada, o que só pode ser um bom sinal. À época da festa, o disco solo já havia sido lançado. “Food & liquor” saiu em setembro do ano passado. Confiante, Lupe recusou o convite de Jay-Z para assinar com a Def Jam e preferiu lançar o disco por seu próprio selo, o 1st and 15th.

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capa feita pela

Como numa mixtape, o disco reuniu vários nomes na produção. Além de Soundtrakk, responsável por outras quatro bases, o disco tem Pharell Williams, do Neptunes, por trás de “I gotcha”, Mike Shinoda (é, do Linkin’ Park…) em “The instrumental” e, claro, Kanye West, na bem boa “The cool”.

A sonoridade lembra o trabalho de Kanye, com samples de soul setentista e clima retrô até na capa, feita pelo prestigiado estúdio No Pattern.

“Daydreamin'”, com a participação da cantora Jill Scott, tem um trecho da versão do Gunter Kallman Choir para “Daydream (I fell asleep amid the flowers)”, também sampleada numa versão chill out do I Monster que ficou bem conhecida, “Daydream in blue” (cuja história que se confunde com a de “Ike’s rap”, do Isaac Hayes, desviando um pouco o assunto).

O careta Lupe — alega não fumar, beber ou ir a boates — é fã declarado de Nas e diz que seu disco é uma tentativa de repetir a atmosfera de “It was written”, segundo lançado pelo rapper de nova-iorquino. Como seu ídolo em “Hip hop is dead”, Lupe faz uma rápida citação ao Brasil em “Kick push”.

As letras falam sobre o clichê da “vida no gueto” com a abordagem de um observador, mais do que de um sobrevivente, de skate e de hip hop, criticado em “Hurt me soul, contando como “costumava odiar hip hop”. Os refrões mutantes dificilmente repetem os mesmos versos, refletind o raciocínio rápido e boas rimas de Lupe.

Em meio ao bling bling dominante do saturado mercado americano, o hip hop dá um respiro, mostrando que pode continuar relevante. Vamos ver até quando.

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