João Brasil – "8 hits"
Written by urbe, Posted in Música
Abaixo, o texto para imprensa que escrevi para o lançamento do disco do orgeiro da porra, João Brasil.
—
João Brasil – “8 Hits” (zShare)
Nesses tempos de interatividade total, João Brasil enfileira dez músicas em seu disco de estréia, mas deixa para o ouvinte escolher quais são os “8 hits” que dão nome a bolacha. Modesto, o rapaz.
Pra desfazer qualquer desconfiança, o disco abre logo com o maior deles, aquele que estará em qualquer lista dos tais oito hits e será tocado em casamentos, batizados e churrascos por anos e anos: “Baranga”.
O swing eletrônico e apelo pop da declaração de amor à marra das meninas de “cintura de ovo” e que parecem “uma empadinha”, primeira composição do hitmaker, catapultou o nome de João Brasil.
Como não poderia deixar de ser, primeiro a música se espalhou por blogues. Depois, João ganhou o mundo “real”. Foi parar nas páginas da revista Rolling Stone e do jornal O Globo, fez várias participações nos programas do apresentador Marcos Mion na MTV, cantou no Domingão do Faustão e, por fim, fechou a distribuição do seu disco pela Som Livre.
O próprio João produz todas as bases, toca os instrumentos e canta em todas as faixas. É, portanto, um gênio, uma lenda, um mito. Fortemente inspirado pelo universo dos bailes funk, a influência é escancarada nas batidas de “Quero fazer amor” e “Cobrinha fanfarrona”, que já entrou nos sets do DJ Sany Pitbull.
O forte do compositor são mesmo as letras auto-biográficas.
Da sádica prostituta “Elisa” ao encontro apaixonado com a jornalista “Mônica Valvogeu” (escrito errado mesmo e aprovada pela musa inspiradora), passando pela dor de cotovelo “Don’t go to Austrália” (com a participação da amiga e atriz Maria Flor), as mulheres são tema recorrente.
Ele sabe também fazer graça de si mesmo. Da épica “O carnaval acabou com o meu fígado” e sua explosão de bumbos e pratos, à gafe num show do Mr. Catra em um inferninho em Copacabana na auto-explicativa “Pau-molão” (campeã de clipes caseiros no YouTube), João Brasil também descreve (ridiculariza?) seu próprio círculo de amigos em “Supercool”.
A confissão “Mamãe, virei capitalista” conta com a única parceria do disco. O rapper niteroiense De Leve duela com João num encontro que, depois de pronto, soa como se fosse a coisa mais lógica do mundo.
A parte gráfica do disco foi feita pelo diretor de arte Felipe Raposo, da Mustache Design, o mesmo que faz as elogiadas filipetas da festa carioca CALZONE, núcleo do qual também fazem parte o fotógrafo Lucas Bori, autor dos cliques do encarte, Pedro Seiler (produtor do João Brasil) e esse escriba. Ou seja, está tudo em casa.
Os oito hits cabe a cada um escolher, mas talvez seja melhor refazer as contas. Na verdade, são dez.
Bruno Natal
Março/2008
poderia haver a reposição do link? ele expirou.