sexta-feira

24

fevereiro 2006

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Incendiário

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Franz Ferdinand: Take me out!

Quando entrou no palco para o primeiro show em São Paulo, o líder do U2, Bono, agradeceu ao Franz Ferdinand pelo show de abertura e disse, em tom de brincadeira, “ano que vem, nós abriremos para vocês”. Os fãs do U2 acharam que Bono estava sendo gentil. Quem esteve no Circo Voador e viu a única apresentação completa do FF no Brasil deve estar pensando diferente.

É difícil uma banda estrangeira passar pelo Brasil no auge, enquanto ainda é uma das atrações principais em festivais mundo afora. Mais raro ainda é esse conjunto, quando vem, tocar num lugar para 2.500 pessoas sem ser parte de um evento maior, dividindo a noite com outras atrações.

O Franz Ferdinand aceitou receber um cachê bem abaixo do usual para possibilitar a apresentação carioca. Apesar da vontade da banda de tocar no Rio, eles não sabiam o que os esperava. O público surpreendeu os integrantes, que se entreolhavam e riam quando a platéia cantava músicas inteiras. Parecia show do Los Hermanos (que, aliás, estavam lá assistindo).

Em 1h30 de show, iniciado com pontualidade britânica às 23h, o Franz Ferdinand tocou os dois discos praticamente inteiros e ainda enfiaram uma inédita no repertório. “Do you want to”, “Take me out”, “Jaqueline” e “Tell her tonight” foram algumas das mais bem recebidas. A balada “Walk away” foi cantada em coro de ponta a ponta e a excelente “Outsiders” teve direito a três bateristas tocando ao mesmo tempo, emendando numa versão monstruosa de “This fire”.

No estilo agro-boy (de blusa social vermelha para dentro da calça jeans branca e bota), o vocalista Alex Kapranos, figuraça, comandou a catarse. Pulou, fez coreografias bizarras, bateu os pés com força para marcar o tempo e rodopiou no chão solando sua guitarra. Colados no palco, alguns fãs tocavam nos músicos, para entregar cartazes ou receber palhetas.

Os que não gostavam da banda tanto assim, saíram do show gostando bem mais. A mistura de rock, punk, pós-punk e a pegada Disco funciona que é uma beleza. O Franz Ferdinand é melhor ao vivo do que em disco. É um show seco, sem firulas, direto e não por isso menos dançante. O Circo Voador sacolejou a noite toda.

Depois do show, os integrantes do Franz Ferdinand ficaram conversando, autografando capas de disco e tirando fotos com os fãs do lado de fora do Circo, na saída de serviço. O riso continuava na cara deles, de orelha à orelha.

O documentarista Don Letts (“Punk the movie”, “Punk: attitude”, “Westway to the world”, etc.) registrou o show para um DVD da banda que está preparando (nos anos 70, Letts era o DJ do Roxy Club, principal palco das bandas punks. Descendente de jamaicanos, é o grande responsável pela ponte punk-dub entre Brixton e Kingston). Pelo que se viu, essas imagens devem ocupar boa parte do disquinho.

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