quarta-feira

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dezembro 2007

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Giro

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Alguns sets ficaram sem resenha por aqui. Meu telefone foi pro beleléu e, com ele, todas as anotações. Então, de cabeça, vai um breve apanhado geral de quatro noitadas, a começar pela mais recente.

Sair a noite em Londres, definitivamente, não é o programão que se imagina quando se fala dos lugares mais conhecidos, como a Fabric (que já havia deixado essa impressão anteriormente) ou a Turnmills.

Apesar das escalações desesperadoramente caprichadas, exige uma paciência de Jó tentar efitivamente dançar ou simplesmente escutar as músicas.

Tirando um grupinho que se amassa perto da cabine dos DJs, a grande maioria está lá para encher a cara, tomar bala e pegar mulher, nessa ordem.

Num clima de micareta, é um vai e vem desordenado, puxão de cabelo na mulherada, gente querendo discutir a toda hora (principalmente na Fabric) e pouco caso pela música. Uma das explicações que me foram dada por aqui é que durante os finais de semana a cidade fica cheia de gente de fora, que está atrás de noitada mesmo.

Ainda não visitei a The End nem a Ministry of Sound (essa conheci uns oito anos atrás), mas a julgar pela Turnmills e Fabric, se essas forem só metade da roubada, já não vale a pena.

As duas idas a Fabric (uma para ver Adam Freeland, outra para Drop the Lime), talvez tenham sido suficientes para não mais voltar. Se bem que houve uma terceira tentativa, para conferir Ellen Allien, mas a fila de mais de uma hora num frio de 5 graus e a previsão do início do set para as 6h da manhã desanimaram.

Tá certo, tá certo, “tá ficando velho” ou “sair sozinho não tem graça”, podem dizer. Pensei sobre isso e, sinceramente, não sei se seriam explicações suficientes.

Foi nesse esquema que o MSTRKFRT tocou na Turnmills, como parte da festa de final de natal da Modular People, que teve também Busy P (dono da Ed Banger Records), Hervé & Sinden, Buraka Som Sistema e um show do The Kills.

Ignorando a situação, os canadenses destruíram até o menos interessado dos presentes, mixando ao vivo (via Final Scratch ou Serato) músicas do seu disco “The looks” e uma pancada de remixes feitos pela dupla, de “Woman” (Wolfmother) a “Phanton, part 2” (Justice).

O simpático ex-integrante do Death From Above 1979, Jesse F. Keller, é responsável pela interação com o público. Bate na mão de todo mundo que estiva o braço para a dupla, atende os pedidos de bebida da rapaziada, pede gritos e faz brincadeiras durante todo o set.

Se o ambiente não ajudou, ver a apresentação no local ideal – uma boate – deixou claro porque o set da dupla no Coachella, as 15h, no calor de uma tenda no deserto, não decolou. É som pra pular adoidado e a pressão de um lugar fechado e escuro contribui bastante.

Ao final de 1h30, o MSTRKRFT passou a bola para Busy P ao som do remix de “D.A.N.C.E.”, dos seus contratados do Justice.

Cinco anos depois da excelente apresentação no Skol Beats e de quase darem a banda como encerrada, o Groove Armada apresentou seu novo disco, “Soundboy Rock”, na Brixton Academy.

Se o disco consegue repetir de maneira competente quase todas os formatos já realizados em outros trabalhos, num passo pro lado bem executado, ao vivo o passo foi pra trás.

A tentativa de atualizar as músicas resultam em arranjos cafonas, soando como gente datada querendo mostrar que está ligada nas novidades. O Groove Armada não está. E nem precisaria estar.

Ao dispensar pérolas do repertório (notadamente as mais calmas), descaracterizar desnecessariamente outras tantas e apelar para um exagero visual gratuito, o GA passa uma borracha nas belas produções do passado.

O final com – que surpresa! – “Superstylin'”, em versão acelerada e sem groove, é a ilustração perfeita de uma banda que parou no tempo e não soube aceitar isso como algo bom.

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