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março 2008

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G1, 11/Mar/2008

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SanyPitbull_Fabric.jpg
foto e vídeo: URBe

Cobertura da passagem de Sanny Pitbull na Fabric, Londres, que escrevi para o G1.

Sany Pitbull leva funk carioca para templo da eletrônica em Londres

DJ se apresentou na Fabric, tradicional casa da capital britânica.
Ele também misturou hits do pop em sua apresentação.

Não é mais novidade que o funk anda entortando cinturas fora do Brasil. A apresentação do DJ Sany Pitbull na Fabric, uma das boates mais conhecidas de Londres (famosa pelas coletâneas que lança, mixadas pelos principais nomes da cena eletrônica mundial) é apenas o capítulo mais recente dessa invasão.

As batidas de Kraftwerk, Afrika Bambaataa e o Miami Bass pousaram nos bailes black dos subúrbios do Rio no início dos anos 80, sendo absorvidas e transfomadas no som simplesmente conhecido hoje como funk. Por volta de 2003, quando o DJ Marlboro já havia tocado no Central Park, em Nova York, o funk foi “descoberto” por nomes como o produtor norte-americano Diplo ou a cantora anglo-cingalesa M.I.A e ganharam o mundo.

O set de Sany Pitbull na Fabric, apesar de não ser um fato de todo inédito (o próprio Sany tem feito turnês por toda Europa), marca um momento importante. Não se trata mais de ser reconhecido por entendidos do assunto ou aparecer em eventos especializados fora do país. As sextas-feiras da Fabric atraem um público gigantesco, gente “normal”, que paga caro (cerca de R$ 50) simplesmente para escutar boa música eletrônica (e encher a cara).

Não é tarefa fácil lotar a pista principal de um lugar desses, que conta ainda com outras duas pistas. Mais difícil ainda se o seu som for estranho aos ouvidos do público, majoritariamente formado por ingleses e outros estrangeiros (a julgar pelos movimentos labiais de quem cantava clássicos como “Rap das armas”, de “Tropa de elite”, com direito a “bonde”, havia bem poucos brasileiros). Botar o lugar fervendo, com gente rindo até a orelha então, nem se fala.

Para ganhar o público, além de músicas de parceiros do Carioca Funk Clube (“Electro Bass”, do DJ Phabyo, entre elas) e “Popozuda rock n roll” (De Falla), como um 2ManyDJs tupiniquim, Sany fez uma mistureba funk pra lá de pop, emendando:

“Da Funk” (Daft Punk), “Sweet dreams” (Eurythmics), “We will rock you” (Queen), “Otherside”(Red Hot Chilli Peppers), “Seven Nation Army” (White Stripes), “Sweet child O’mine” (Guns n’ Roses), “Satisfaction” (Beni Benassi), “Come as you are” em que o baixo vibra como um berimbau (Nirvana), “Satisfaction” (Rolling Stones), “Owner of a lonely heart” (Yes), “Your love” (Outfield), “Rap das armas” (Cidinho e Doca) e uma seqüência de James Brown. Ufa

Sany tem se diferenciado de outros produtores de funk por estar apostando na vertente instrumental do gênero, utilizando pouco, ou quase nenhum, vocal em suas músicas. Em vez disso, tem experimentado com sonoridades pouco comuns ao universo do funk, utilizando de barulhos de construção a gongos orientais em suas produções. A bagunça foi batizada de “pós-baile funk” pelos alemães do selo que lança os discos do Pitbull.

O grande destaque foi o remix ao vivo assassino, na MPC (um sampler eletronico), de “We are your friends”, do Justice (que por sua vez é um remix de “Never be alone”, do Simian), um sucesso que já deve ter cansado os ouvidos, já que vem sendo tocado insistentemente há pelo menos três anos. Mas nunca desse jeito.

Sinden, DJ conhecido na cidade e que tocaria na seqüência, olhava embasbacado Sany batucar na MPC. Sério, como sempre, Pitbull permaneceu concentrado. Era só mais um baile e as cinco da manhã ele tinha que estar no aeroporto.

Abaixo assista o DJ Sany Pitbull entortando o remix de “We are your friends”:


DJ Sany Pitbull @ Fabric

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