sábado

20

março 2010

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Franz Ferdinand no Rio, mais uma vez

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Franz Ferdinand, “Auf Achse” – nem de longe a que mais empolgou
(reparou o quanto a melodia de “Live Alone” se parece com a
de “Auf Achse”?)

Assistindo mais de cinco mil pessoas lotarem a Fundição Progresso e o Franz Ferdinand botar a multidão pra pular e cantar como se fossem o Los Hermanos, é impossível assistir um show da banda e não pensar na histórica apresentação da banda no Circo Voador.

Parâmetro de catarse coletiva, o que se viu naquela noite não tem como se repetir quando tocam em grandes festivais, quando fazem um show antológico e para poucos em São Paulo ou mesmo quando retornam ao Rio. E mesmo quando a loucura se repete, não dá pra dizer que foi igual.

A razão disso pode ser creditada ao inesperado. Se o Franz jamais poderia esperar uma reação daquela intensidade no Circo — e que continua tendo em seus muitos shows pelo país desde então — a platéia, grande protagonista daquela noite, muito menos. Ninguém saiu de casa com uma intenção premeditada de participar aquela comoção.

Hoje, isso é um pouco diferente. Tanto a banda quanto público já sabem o que esperar. E se isso diminui o tamanho da surpresa, nem de longe tira a espontaneidade. No palco, fica clara a relação especial que o Franz Ferdinand tem com o Brasil.

Subindo nos amplificadores para solar, falando português, puxando um “Parabéns Pra Você” para o vocalista Alex Kapranos, preparando um repertório cheio de trocadilhos com os títulos da músicas (“Lucid Dreams” virou “Lewd Sid’s Dreams”) ou se jogando na platéia, os integrantes ficam a vontade e brincam como não se vê em outros países.


Moptop, “Sempre Igual”

Desde o início, com a abertura do Moptop, muito bem recebidos pelo público, até o Franz sair do palco, o que se viu foi muita gente amarradona de estar podendo ver esse show mais uma vez. A nota triste fica por conta da já conhecida deficiência do som da Fundição, principalmente em relação a acústica.

É uma pena que tantos shows bacanas que tem passado por lá sejam prejudicado pela massaroca sonora que preenche o ambiente. É frustrante.

Fica a sugestão de uma ação de marketing para alguma empresa com cacife: em vez de torrar o dinheiro em anúncios, eventos passageiros e coisas que ninguém se lembra depois, alguma marca poderia aparelhar as principais casas de show com melhores equipamentos e tratamento acústico. Pode chamar de “Marca X em campanha pelo bom som”.

A sorte é que o Franz não construiu essa empatia com o público carioca de graça. A energia e empolgação da banda bastam para fazer a festa. Até mesmo o telão no fundo do palco é uma firula desnecessária num show de uma banda com tanta presença de palco.

A guitarrinha funkeada de “No You Girls”, a versão deles de “All My Friends”, do LCD Soundsystem, a pegada disco de “Outsiders” e a batucada no final, os 15 minutos alucinógenos de “Lucid Dreams”, a presença dos sintetizadores do disco “Tonight: Franz Ferdinand” invadindo as outras músicas… Não há um minuto de descanso no show.

Não interessa se você estava ou não no Circo, qualquer comparação é uma besteira. O que importa é se você estava em algum desses shows. Porque a chance de ver uma banda importante, no auge, é algo único e que não se deve desperdiçar.

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